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Telemedicina e surdez: vantagens e desvantagens

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A pandemia acelerou muitas mudanças necessárias no mundo – e o atendimento remoto por parte de médicos e fonoaudiólogos foi uma delas!

Que a telemedicina e a teleconsulta tenham vindo para ficar é o que eu e milhões de pessoas com surdez (ou qualquer outra condição) desejamos.

Afinal, elas são uma solução fantástica no caso de inúmeros pacientes, além de ser uma escolha óbvia para muita gente.

VANTAGENS

Maior segurança durante a pandemia

Sem precisar sair de casa para uma consulta médica, estamos expostos a menos riscos de contrair o coronavírus! Ir ao médico significa entrar no carro (muitas vezes táxi ou Uber) ou no transporte público, em elevadores, tocar em maçanetas, apertar botões e entrar em contato com outras pessoas.

Economia de tempo

Muitas consultas acabam tomando um dia inteiro da nossa vida. Entre sair de casa, enfrentar o trânsito, aguardar na sala de espera (às vezes, por horas!), consultar e voltar a enfrentar o trânsito para voltar para casa, podemos perder uma manhã inteira, uma tarde inteira e até um dia inteiro – especialmente nas grandes cidades! Quem tem tempo para isso, em pleno 2021? Perder um dia de trabalho é um luxo ao qual poucas pessoas podem se dar.

ALGUNS PENSAMENTOS SOBRE…

Telemedicina e surdez

Milhões de pessoas estão fora dos grandes centros urbanos, sem acesso a um otorrinolaringologista especializado em surdez. Isso traz inúmeros prejuízos, como a demora para o início da reabilitação auditiva, cuja precocidade é fator fundamental de sucesso.

No caso dos pacientes com deficiência auditiva que precisam de uma avaliação médica para implante coclear ou até uma segunda opinião médica sobre o seu caso, a telemedicina é uma bênção: ela lhe dá a chance de poder consultar com o otorrino de sua preferência, não importa em que cidade ou Estado ele esteja!

No caso de pacientes usuários de aparelhos auditivos, existe a possibilidade (dependendo da marca e modelo do aparelho) de regular o aparelho à distância. A fonoaudióloga pode conseguir fazer isso remotamente.

Nem todo mundo possui recursos financeiros para viajar até outra cidade para realizar uma consulta médica (isso significa gastos com ônibus, avião, hospedagem, alimentação, etc) com o médico ou fono que gostaria de consultar.

Fico pensando na quantidade de dinheiro que eu teria economizado se existisse telemedicina na época em que fiz avaliação para implante coclear – perdi a conta do número de viagens entre Santa Maria e Porto Alegre que precisei fazer, inclusive após a cirurgia!

Acessibilidade durante a teleconsulta

Quando o paciente tem deficiência auditiva, o médico deverá elencar opções de acessibilidade. Mas fique tranquilo, pois a tecnologia resolve isso facilmente! 🙂

O paciente pode usar o Google Live Transcribe, aplicativo que faz legendas em tempo real do que está sendo dito em qualquer língua (só funciona em Android).

O médico pode dar a opção de atender via Skype (que possui legendas em português) ou outra plataforma de vídeo que tenha a opção de chat escrito em tempo real.

O paciente pode instalar o WebCaptioner no computador que irá usar. Caso o paciente seja usuário de língua de sinais, é possível fazer uma chamada de vídeo a três com um intérprete. Hoje, há jeito para tudo!

Desvantagens

A telemedicina não resolve todos os problemas!

As consultas que envolvem exame físico, por exemplo, precisam ser feitas ao vivo e a cores. Os profissionais de saúde farão uma triagem inicial para informar aos pacientes se cabe ou não telemedicina, caso a caso.

No caso das terapias fonoaudiológicas, é um enorme desafio para pais e fonos conseguir envolver crianças pequenas na terapia online.

Certamente existem outras desvantagens (embora tenha procurado muito por elas no Google e encontrado sobre a questão dos exames físicos e da falta de acesso à internet e smartphones por parte da população), mas acredito que o ponto é enxergar a telemedicina como um avanço óbvio e necessário em tempos tão tecnológicos quanto os atuais.

Se ela pode ser uma opção e uma escolha por parte de milhares de pacientes, é ótimo que isso exista!

E por último…

A telemedicina acabar após a pandemia seria um retrocesso imperdoável e totalmente sem sentido. Mas acredito que os órgãos reguladores e fiscalizadores estão alinhados com as demandas sociais atuais. Espero que os interesses dos pacientes e da sociedade em geral prevaleçam sobre quaisquer outros.

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About Author

Paula Pfeifer é uma surda que ouve com dois implantes cocleares. Ela é autora dos livros Crônicas da Surdez, Novas Crônicas da Surdez e Saia do Armário da Surdez e lidera a maior comunidade digital do Brasil de pessoas com perda auditiva que são usuárias de próteses auditivas.

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