Eu não viajo mais sem o Mini Mic por dois motivos básicos. O primeiro é poder conversar sem esforço em restaurantes barulhentos, o que consigo fazer de dois modos: tal como nesta foto, colocando o Mini Mic perto de mim e da(s) pessoa(s) com quem estou conversando; ou então prendendo-o na lapela do meu interlocutor. O resultado beira uma super audição, pois fico livre da barulheira e a voz da(s) pessoa(a) chega até mim como se estivessem falando ao pé do meu ouvido.
Esse tipo de experiência é do tipo que muda a nossa percepção de um lugar e, porque não dizer, das pessoas. Pensem comigo: qual ouvinte tem o poder de isolar as dezenas de pessoas ao redor e prestar atenção apenas na pessoa que quer? Nenhum que eu conheça, rsrsrs! É ótimo não precisar gritar também, já que em locais com muito ruído a gente perde bem a noção sobre a altura da nossa voz. O engraçado é que às vezes eu esqueço que o Lu não tem um Mini Mic nem um IC e fico falando baixíssimo como se ele fosse me ouvir do jeito que estou ouvindo ele #shameonme
Essa foto foi na semana retrasada, em Dallas, no Encontro da Academia Americana de Otorrinolaringologia. O restaurante estava lotado e havia um casal dando show – ele no piano, ela cantando. E eu bem bela conversando com o Lu como se apenas nós dois estivéssemos lá. Coisas que só a tecnologia faz por você!
O segundo motivo é o entretenimento de bordo. Nesse caso, ele faz a mesma coisa que o cabo de áudio, mas com a diferença de que não fico presa a um fio, o que é tão legal que no último vôo que peguei fui ao banheiro e continuei ouvindo as falas dos personagens do filme que estava assistindo enquanto fazia xixi!! Já publiquei um vídeo no YouTube mostrando o poder do Mini Mic, melhor dizendo, quão longe ele vai num local sem barreiras. Daria para ir até o fim do avião e ficar batendo papo com alguém lá e ouvir ao pé do ouvido se o Luciano me chamasse pra voltar pro meu lugar bem lá na frente! 🙂
Além dessa funcionalidade mãos livres, eu descobri que gosto de pegar no sono enquanto fico ouvindo as falas de algum filme em inglês ou espanhol, só para ficar treinando o cérebro e testando para ver quais palavras e frases inteiras sou capaz de entender. Além disso quando estou com ele conectado ao IC entendo bem melhor os anúncios do piloto e dos comissários.
Para falar a verdade, às vezes nem consigo acreditar o tanto que minha vida mudou em termos de qualidade e tranquilidade em viagens após o implante coclear e, especialmente, após o Nucleus 6. Meus vôos eram tão, mas tão solitários e melancólicos antes dessa revolução que a reabilitação auditiva me causou. Lembro de olhar para os passageiros ao meu lado que colocavam seus fones e iam assistir seus filmes e sentir vontade de chorar por não ser capaz de fazer o mesmo. Para aqueles que já estão na surdez severa-profunda, fica meu apelo: descubram se são candidatos a um IC. Se eu não tivesse ido atrás disso em 2013, não estaria aqui hoje. 😉
7 Comments
Dailton - CGde/MS
15/10/2015 at 4:51 amO texto ficou ótimo!
“E eu bem bela conversando com o Lu (…)” rs
ADOREI 🙂
Bjo carinhoso em ambos.
Dailton
George Ruiz
14/10/2015 at 4:22 pmEsse microfone é wireless? Se for, você não deveria ter ligado ele dentro do avião, já que é proibido ligar qualquer aparelho que emita ondas de rádio.
Guilherme Manso
14/10/2015 at 3:34 pmOlá. Qual o valor médio desse acessório?
Crônicas da Surdez
14/10/2015 at 3:38 pmGuilherme, ele só funciona com o Nucleus 6. Não sei quanto esta custando separadamente, eu adquiri em janeiro junto com o processador Nucleus 6.
Guilherme Manso
14/10/2015 at 4:17 pmUm amigo meu fará o implante provavelmente no próximo mês. Falei pra ele sobre o Mini Mic.
Julio Camargo
14/10/2015 at 4:24 pmQuanto custa o Nucleus 6?
Crônicas da Surdez
19/10/2015 at 4:17 pmTens que ver no site da Politec Saúde, que é quem vende no Brasil.