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Zumbido no ouvido

Como ALIVIAR zumbido no ouvido com CIÊNCIA e VERDADE

Você sente um zumbido constante no ouvido e está exausto de ler promessas milagrosas – e bem caras – na internet? Respira fundo. Vamos conversar de verdade, sem clichês de internet. Eu sei bem do que falo: tenho zumbido desde criança, convivo com o som fantasma há mais de quatro décadas, e aprendi — do jeito difícil — que não há pílula mágica. Mas isso não quer dizer que você não pode aprender a viver melhor mesmo com o zumbido. Vem comigo.

Lembre-se: informação é seu melhor escudo contra golpes e falsas promessas da internet, que está infestada de golpistas digitais cujo foco são as pessoas desesperadas e desinformadas que sofrem com zumbido.

?O que a maioria das pessoas não sabe é que tudo começa por um médico otorrino ESPECIALISTA EM SURDEZ, já que a maioria absoluta dos casos de zumbido no ouvido no mundo  (90%) está ligada a uma PERDA AUDITIVA. Os outros 10% dos casos serão direcionados para outros especialistas pelo otorrino que você consultar, após uma anamnese detalhada do seu caso feita por ele. Aqui você lê em detalhes as outras causas possíveis para esses 10% dos casos de zumbido.

Consulte o Guia Científico do Zumbido no Ouvido, do Dr. Luciano Moreira, médico otorrino. Se você precisa de um grupo de apoio para pessoas com zumbido no ouvido, venha para o Clube dos Surdos Que Ouvem.

Fica o convite para assistir essa série de aulas sobre zumbido preparadas com muito carinho. O objetivo é te ajudar com estratégias para lidar com o seu zumbido, estratégias essas que eu e centenas de membros do Clube dos Surdos Que Ouvem usamos há anos e que tem nos ajudado muito nessa jornada.

?Como aliviar zumbido no ouvido

“O zumbido no ouvido, também conhecido como tinnitus, é um sintoma, não uma doença em si”. Pode ser um som contínuo — chiado, apito, estalo — que o cérebro insiste em enfatizar. Existem dois tipos principais:

  • Zumbido primário (subjetivo): sentido apenas por você, geralmente ligado à perda auditiva (super comum)
  • Zumbido secundário (objetivo): raro, pode até ser detectado por orelhas alheias, geralmente por causa mecânica ou vascular

Causas mais comuns do zumbido — perda auditiva e outras

A causa mais recorrente é a perda auditiva neurosensorial. A perda auditiva neurosensorial ocorre devido a danos nas células ciliadas da cóclea ou no nervo auditivo. Essas células não se regeneram, portanto, esqueça a palavra ‘cura’. Isso pode levar o cérebro a interpretar esses danos como sons, resultando em zumbido. É como se o cérebro tentasse compensar a falta de estímulos sonoros normais, gerando a sensação de ruído.

Mas atenção: também podem causar zumbido fatores como hipertensão, problemas na mandíbula (ATM), estresse, uso de certos medicamentos e até disfunções cervicais. Por isso, diagnóstico é passo básico — nada de soluções caseiras no escuro ou dos auto-intitulados ‘gurus’ do zumbido.

O que NÃO funciona

Antes de falar sobre o que ajuda, vamos derrubar mitos que Pipoca Popcorn vende na internet:

  • Suplementos milagrosos como Acufeno, Silentril, Audiozil, Zumbicall, Audium, Audionex, Silentril e outros são o mais puro suco de golpe digital direcionado a pessoas desesperadas por ‘curar’ o zumbido. Esses caras se aproveitam do seu desespero para vender suplementos inúteis a peso de ouro. Volta e meia a ANVISA e a Vigilância Sanitária fecham, após denúncias, as fabriquetas de fundo de quintal onde são manipulados. É muita coragem engolir algo que não passa por NENHUMA fiscalização, não serve pra nada e você não tem ideia do que tem dentro.
  • Ginkgo Biloba, Lipoflavonoid e outras fitoterapias estão no rol de “inutilidades sem eficácia comprovada”
  • Uso de laser ou protocolos mirabolantes que não têm comprovação científica robusta e não são reconhecidos de forma alguma como ‘tratamento’ por sociedades médicas respeitadas. O equipamento de ‘laser para zumbido’ mais usado por quem pratica essas terapias é esse aqui. Você mesmo pode entrar em contato com eles e perguntar se há qualquer indicação, no manual do equipamento, de que ele serve para zumbido – eu mesma já fiz isso e não, não há. No próprio site mostra as ‘indicações’. Aliás, fica a dica: uma vez que as células ciliadas não se regeneram (e a promessa do laser é regeneração, desinflamação e combate ao stress oxidativo das células) não há NENHUMA base fisiológica plausível para que um laser qualquer alivie o zumbido no ouvido causado por perda auditiva.

Então, se alguém anuncia alívio instantâneo, desconfie. Se é muito bom pra ser verdade, é cilada. Se os vendedores, terapeutas e profissionais de saúde falam de um jeito que parece chinês, escolhendo com muito cuidado as palavras usadas e usando as palavrinhas da moda “multifatorial”, “desinflamar”, “desintoxicar” e “regenerar”, bem, o alerta já foi dado!

O que realmente ajuda — abordagem realista e eficaz

1. Procure um otorrino especializado em surdez

É o profissional certo para diagnosticar a causa — e garantir que não exista algo sério por trás, como problemas vasculares ou tumores. Se você fizer parte dos raros 10% de casos de zumbido que não são causados por surdez, o otorrino, após anamnese detalhada, irá lhe indicar outro especialista para que você continue sua investigação.

2. Avaliação auditiva completa e uso de aparelhos auditivos

Se você tem perda auditiva, ouvir melhor ajuda muito a aliviar a percepção que você tem do zumbido. O cérebro inundado por sons tira o foco dele enquanto você usa seus aparelhos de audição. Implante coclear também pode ajudar nos casos mais severos de surdez.

3. Terapia de som e re-treinamento

Uso de ruído branco, sons ambientais ou aplicadores de som profissional (TRT) pode dessensibilizar o cérebro. Muitas pessoas relatam que isso as ajuda a tirar o foco do zumbido.

4. Técnicas de relaxamento

Meditação, yoga, respiração profunda — atividades que reduzem tensão ajudam muito. Psicólogos e terapeutas cognitivo-comportamentais também podem colaborar.

5. Cuidados com a saúde geral

Controlar pressão arterial, diabetes, cuidar do sono e evitar exposição a ruídos altos (incluindo fones no volume máximo), além de avaliar medicações ototóxicas (como alguns antibióticos, AAS e quimioterápicos), etc.

 

About Author

Paula Pfeifer é uma surda que ouve com dois implantes cocleares. Ela é autora dos livros Crônicas da Surdez, Novas Crônicas da Surdez e Saia do Armário da Surdez e lidera a maior comunidade digital do Brasil de pessoas com perda auditiva que são usuárias de próteses auditivas.

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