As DESVANTAGENS dos Aparelhos Auditivos Recarregáveis

Os aparelhos auditivos recarregáveis prometem praticidade, sustentabilidade e menos dor de cabeça com pilhas. Mas será que são realmente tudo isso? Segundo Paula Pfeifer, criadora do Clube dos Surdos Que Ouvem, é fundamental que o usuário entenda as desvantagens e as limitações desses dispositivos antes de comprar. Afinal, quando o assunto é audição, a pressa e a falta de informação podem sair bem mais caras que o próprio aparelho de audição.

Neste artigo, você vai descobrir as principais desvantagens dos aparelhos auditivos recarregáveis, os cuidados que eles exigem e, principalmente, como tomar uma decisão consciente — com o apoio da comunidade e da orientação médica adequada. PS: não compre nenhum aparelho auditivo ANTES de assistir essas aulas – elas vão salvar a sua vida. Se não quiser assistir às aulas, associe-se ao CLUBE dos Surdos Que Ouvem antes de comprar aparelhos auditivos recarregáveis e leia com seus próprios olhos a opinião de milhares de usuários destes dispositivos e tire suas próprias conclusões.

? O que são aparelhos auditivos recarregáveis?

Antes de falarmos sobre os pontos negativos, é importante entender o que exatamente diferencia os aparelhos auditivos recarregáveis dos modelos tradicionais. Em vez de utilizar pilhas descartáveis, esses aparelhos possuem baterias de íon-lítio (semelhantes às dos celulares). A recarga é feita em uma base elétrica, geralmente durante a noite, e a bateria costuma durar de 18 a 30 horas, dependendo do hábito de uso do paciente e uso do bluetooth.

À primeira vista, parece uma revolução tecnológica perfeita e você fica achando que vai salvar o planeta, rsrsrs. No entanto, nem tudo que é moderno é ideal para todos os usuários, especialmente para idosos e pessoas com limitações motoras, cognitivas ou visuais.

?? 1. Dependência total da bateria

O primeiro e talvez mais óbvio ponto negativo dos aparelhos auditivos recarregáveis é a dependência completa da bateria interna. Se ela falhar, não há o que fazer: o aparelho simplesmente para de funcionar até que seja recarregado ou substituído. Nos modelos com pilha, o usuário pode trocar a pilha instantaneamente e continuar o dia normalmente. Já no recarregável, se a bateria acabar no meio de um evento, consulta médica ou viagem, você fica sem audição até conseguir recarregar.

Essa dependência energética torna o recarregável pouco indicado para pessoas que moram sozinhas, viajam muito, trabalham em home office usando bluetooth o dia inteiro ou vivem em locais com quedas de energia frequentes.

? 2. Troca de bateria cara e limitada

As baterias internas dos aparelhos recarregáveis não são trocáveis pelo usuário. Isso significa que, quando o desempenho começa a cair (geralmente após 2 anos de uso), é preciso levar o aparelho à assistência técnica autorizada — e pagar pela substituição da bateria. Isso quando trocar a bateria é possível, pois o grande segredo da indústria da audição é o BLOCO AMPLIFICADOR INTEGRADO, que a maioria dos aparelhos auditivos recarregáveis possui. Ele foi desenhado para tornar o paciente com perda auditiva ainda mais refém da compra de novos aparelhos auditivos. Pergunte a qualquer usuário antigo de aparelho de audição: antigamente, eles duravam cerca de 10 anos. Atualmente, as pessoas que conseguem passar 4 anos com o mesmo aparelho sem precisar comprar um novo são MUITO SORTUDAS. E se você duvida disso, os relatos diários dos grupos de apoio do Clube dos Surdos Que Ouvem estão aí para te provar isso.

Enquanto isso, quem usa o modelo com pilha pode consertar seu aparelho auditivo com incrível facilidade e está sempre pronto para o uso – basta abrir uma cartela de pilhas nova.

“A liberdade que o recarregável promete é, na verdade, uma troca: você fica livre das pilhas, mas passa a depender de uma bateria que não pode controlar”, explica Paula Pfeifer.

?? 3. Sensibilidade ao calor e à umidade

Outro ponto pouco comentado — mas crucial — é que as baterias de íon-lítio são sensíveis ao calor e à umidade, condições muito comuns no clima brasileiro. Deixar o carregador exposto ao sol, esquecer o aparelho no carro ou usá-lo durante atividades físicas intensas pode reduzir drasticamente a vida útil da bateria.

Além disso, em regiões úmidas, a condensação e o suor podem interferir na estabilidade da recarga, causando mau contato ou falhas. Por isso, o uso de kits de secagem e desumidificadores é essencial — e esse é um custo que muitos esquecem de incluir na conta.

? 4. Tempo de recarga pode ser um desafio

A rotina de recarga parece simples: deixar o aparelho na base durante a noite. Mas e se você esquecer? A bateria de um aparelho auditivo recarregável leva, em média, de 3 a 4 horas para recarregar completamente. Ou seja, se você esquecer de carregar à noite, pode passar boa parte do dia sem audição.

Esse detalhe, aparentemente pequeno, é um grande obstáculo para idosos com rotina irregular ou com comprometimento de memória.

5. Nem todo idoso se adapta bem

A tecnologia de recarga requer coordenação motora, visão preservada, boa memória e um pouco de paciência. Colocar o aparelho corretamente na base, observar o indicador luminoso e garantir que a recarga realmente começou pode ser um desafio para alguns.

Além disso, há o peso simbólico: muitos idosos sentem que a recarga diária é mais uma “tarefa técnica” a cumprir, o que pode gerar resistência e abandono do uso. E como destaca Paula Pfeifer, não adianta ter o melhor aparelho se ele fica guardado na gaveta.

? Informação, comunidade e acompanhamento: o trio que muda tudo

Mais do que tecnologia, o que garante o sucesso na reabilitação auditiva é informação, acompanhamento médico e apoio emocional. É por isso que recomendamos fortemente que quem está avaliando o uso de aparelhos auditivos recarregáveis participe do Clube dos Surdos Que Ouvem — uma comunidade criada para conectar usuários, familiares e profissionais de saúde auditiva.

No Clube, você encontra relatos reais de usuários, descobre dicas práticas de adaptação e aprende como evitar armadilhas de vendedores que prometem milagres. É um espaço seguro, criado por pessoas que vivem na pele a experiência da surdez — e sabem que ouvir bem é uma jornada contínua, não uma compra de prateleira.

? Série de Aulas: compre seu aparelho auditivo com segurança

Outra ferramenta indispensável é a nossa série de aulas sobre aparelhos auditivos, produzida para revelar às pessoas com perda auditiva os segredos da indústria da audição. Nelas, você aprende:

  • Como funcionam os aparelhos auditivos recarregáveis e os modelos com pilha;
  • Quais fatores considerar antes da compra;
  • Como manter o aparelho em bom estado e prolongar sua vida útil;
  • E por que tratar a surdez é também cuidar da saúde cerebral e emocional.

Assistir a essas aulas é o primeiro passo para tomar decisões livres e conscientes, sem cair em promessas vazias ou empurrões comerciais.

Os aparelhos auditivos recarregáveis podem ser uma ótima opção para alguns — mas não são perfeitos para todos.
Eles exigem disciplina, cuidados extras e dependem de condições que nem sempre estão sob nosso controle.

A verdadeira revolução na audição não está na bateria, mas na consciência e na autonomia de quem decide cuidar da própria saúde auditiva com informação e apoio.

Por isso, antes de escolher o seu modelo, consulte um otorrino especialista em surdez, participe do Clube dos Surdos Que Ouvem e assista à nossa série de aulas.

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