Logo vou completar quatro anos de implante coclear ativado, por isso não fico mais esperando grandes descobertas sonoras a esta altura do campeonato. Para minha mais absoluta surpresa, adivinhem qual foi o som que descobri nesta viagem? Tcharaaaaaam: eu não sabia como era o som de um pavão histérico! Descobri em pleno Castelo de São Jorge, com essa figurinha da foto se exibindo e gritando com os turistas! 🙂
Agradecendo em Fátima
Não sei se já contei a vocês, mas em 2012 fui à Europa com a minha avó Tereca, e naquela viagem aconteceram várias coisas esquisitas. Uma delas foi nossa ida à Fátima, onde fiz um pedido muito particular que acabou sendo atendido – dois, na verdade, e ambas as graças me foram concedidas.
Voltamos até o túmulo dos Pastorinhos para rezar e agradecer. Foi muito emocionante porque não imaginei que voltaria lá com a vó 5 anos depois e que minha mãe não estaria mais entre nós. Prova de que a vida é o que acontece enquanto você faz outros planos…
Chorando litros num show de fado
Fomos jantar num lugar chamado Don Afonso El Gordo e chegando lá ficamos sabendo que haveria um show de fado. Em 2012 também fomos, mas só ouvi uns gritinhos sem graça que não fizeram muito sentido.
Dessa vez, nossasenhoradadesidratação, a voz do cantor e da cantora foram como um soco na cara. Parecia que alguém tinha pego meu coração e arrancado para fora, feito picadinho e me dado pra ver!
A emoção tomou conta de mim num grau que chorei feito louca e fiquei com a cara inchada – o pessoal das mesas ao lado ficou meio apavorado, hehehe! Claro que havia uma certa dose de vinho envolvida, mas foi uma noite inesquecível.
O som do violão, as vozes potentes, as letras das músicas… Achei mesmo que fosse ter um troço, porque até com falta de ar eu fiquei!
Numa ida à LX Factory, entrei numa livraria super fofa e a moça que trabalhava lá viu meus IC’s e começou a bater papo comigo, inclusive contou que uma grande amiga dela, que era brasileira, também tinha implantado.
Peguei um Uber cuja motorista, chamada Filipa, viu meus IC’s e engatou um papo frenético, pois ela mesma era usuária de aparelhos auditivos e tinha mil dúvidas a respeito de implantes.
Não vi muitas pessoas usando AASI’s na rua – tenho mania de observar as orelhas de todo mundo o tempo todo. Os poucos que vi eram idosos. Também não vi aro magnético em lugar algum.
E o sotaque português? Um dos meus grandes prazeres de ter voltado a ouvir é captar cada sotaque e me deliciar com eles, imitar, rir e conversar com as pessoas de cada lugar. Moraria fácil em Lisboa, ô cidade mais gostosa!
Grupo SURDOS QUE OUVEM
Você se sente sozinho? Solitário? Não tem com quem conversar sobre a sua surdez? Gostaria de tirar mil dúvidas sobre os seus aparelhos auditivos? Gostaria de conversar com pessoas que já usam implante coclear há bastante tempo? Precisa de indicação de otorrino especializado em surdez e fonoaudiólogo de confiança?
Somos 22.000 pessoas com algum grau de deficiência auditiva no Grupo SURDOS QUE OUVEM. Para ganhar acesso a ele, basta se tornar Apoiador Mensal do Crônicas da Surdez a partir de R$5.
NOSSAS REDES SOCIAIS
- Grupo fechado com 22.000 pessoas com deficiência auditiva que usam aparelhos auditivos ou implante coclear
- Grupos de WhatsApp Surdos Que Ouvem
- Youtube
LIVROS CRÔNICAS DA SURDEZ
Neste link você encontra os seguintes livros:
- Crônicas da Surdez: Aparelhos Auditivos
- Crônicas da Surdez: Implante Coclear
- Saia do Armário da Surdez
1 Comment
Paulo
09/06/2017 at 08:04Amei seus relatos da viagem. E eu tb tenho essa mania de ficar olhando a orelha dia outros pra ver se tem AASI ou não. Continue contando suas experiências. Bjs!