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Estou devendo algumas histórias dessa minha última viagem à Europa para vocês. E aconteceram vários ‘causos’ envolvendo surdez. Alguns engraçados, outros nem tanto.

Vou começar contando o ‘causo ‘ do taxista de Atenas! 🙂

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*A única coisa que gostei na cidade!

Tivemos o infortúnio de passar um dia em Atenas – antes de ir a Mykonos – em que choveu torrencialmente. Precisamos pegar táxi várias vezes nesse dia e levamos golpe toda vez!! Aquela coisa clássica: o taxista se faz de bobo, se perde no meio do caminho, tudo pra te dar aquela facada no final do trajeto e poder te cobrar 2 ou 3x o valor real da conta.

Na volta de Mykonos, precisamos passar outro dia em Atenas para pegar um vôo para Barcelona. Eu já esperava outro golpe, então fiquei esperta e fiz no Google Maps o mapa do trajeto entre o porto de Piraeus e o nosso hotel. Além disso, anotei no iPod Touch (muito, muito útil em viagens) o endereço e telefone do hotel direitinho.

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*dia de chuuuva em Atenas

Entramos no táxi em frente ao porto, de noite, bem tarde. Grego não fala inglês e não adianta tentar (ou finge que não fala, que era o caso aqui). Mostrei o mapa, mostrei o endereço, e o cara foi indo. Uns 15 minutos depois, ele para o carro no meio da auto-estrada e pede o endereço de novo. Ficou uns 10 minutos tentando escrever no GPS do carro dele. Fingiu que escreveu e seguiu viagem. Passa mais uns 15 minutos andando, e a criatura me pede o endereço de novo. A sorte que eu tinha um cartão do hotel onde estava escrito o endereço em grego, mostrei. E nada da criatura conseguir escrever (nem em grego!!!) no GPS. Nisso, ele saca o celular, liga pro hotel, finge que não sabe falar nem grego e nem inglês e passa o telefone pra mim. Explico que não escuto no telefone. Ele passa o telefone para a Ju (minha amiga que viajou comigo). Explico que a Ju não fala inglês e muito menos grego. Que situação!!!!

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*táxi na Grécia: só Mercedes!

Ele desliga o celular e segue viagem…Começamos a nos assustar, porque nos levou para um bairro muito do mal encarado. Devia ser tipo 1 hora da madrugada. O taxista já dava sinais de que tinha se ‘perdido’ ( de propósito) e meio que insinuava que queria que nós descêssemos por lá e achássemos sozinhas o hotel. A Ju começou a dar um ataque, falando horrores pra ele…em português!! Hahahaha!! E eu dizia pra ela: “Pode xingar à vontade porque o maluco não entende uma palavra do que tu fala“. Falei em inglês pra ele uns desaforos light e disse que não sairíamos do carro de jeito nenhum naquele lugar suspeito naquela hora. Aí, o sem-vergonha pegou o celular, ligou de novo pro hotel e aí sim, ‘aprendeu’ a falar inglês com o funcionário que recebeu a ligação. Juro por Deus que precisei me segurar pra não bater nele! Senti muita vontade!!!

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*A rua em que ficava o nosso hotel

Nesse lero-lero todo, ficamos 1 hora e meia envolvidas no golpe. É fácil escrever sobre isso agora, mas e o desespero naquele momento?? O medo?? Nossa!!!

No fim das contas, esse causo é sobre barreiras de comunicação. Quando ele me deu o telefone, só conseguia pensar ‘porque não falo no telefone, meu Deus…porque a Ju não fala inglês, Jesus!”…. Como estávamos em dupla, o medo foi um pouco menor, mas se eu estivesse sozinha, não faço idéia de como teria me sentido.

A dica para quem é surdo (principalmente mulheres né), pretende viajar sozinho e chegar em aeroportos/portos/estações de trem em horários perigosos é: contrate um serviço de transfer, não pegue esses taxistas loucos! Infelizmente, não dá pra marcar bobeira nessas horas!!

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About Author

Paula Pfeifer é uma surda que ouve com dois implantes cocleares. Ela é autora dos livros Crônicas da Surdez, Novas Crônicas da Surdez e Saia do Armário da Surdez e lidera a maior comunidade digital do Brasil de pessoas com perda auditiva que são usuárias de próteses auditivas.

33 Comments

  • Gui Chazan
    13/07/2011 at 15:04

    Bá, Paula, eu já viajei sozinho algumas vezes e nunca tive problema com transportes. Direto me dizem que tenho mais sorte que juízo. Também evito esses horários perigosos, tá doida?

    O pior que já aconteceu comigo não foi culpa do taxista, foi do meu amigo mesmo! Quando vim aqui pra Israel, sucedeu que eu tava com o endereço incompleto, sem o número de celular do meu amigo, o laptop me deixou na mão e a internet do hotel tava toda em hebraico! Depois dumas 3h de tentativas pra informar o mundo que eu tava bem vivinho, finalmente consigo entrar na Internet do hotel, pego o número que meu amigo tinha mandado por e-mail nesse período de espera e descubro que… ELES TAVAM NO OUTRO LADO DA RUA EM UMA CASA SEM IDENTIFICAÇÃO! Pelamor…

    No mais deu tudo certo, ainda bem! Continua com teus causos, as desgraças que aconteceram contigo mais teu senso de humor dão um bom casamento! Beijo!

    Reply
    • Crônicas da Surdez
      13/07/2011 at 15:06

      Hahahahaha essa me ganhou!!!!!!
      Como vai a vida aí?
      Fica até quando Gui??
      beijo,

      Reply
      • Gui Chazan
        13/07/2011 at 17:27

        tá tudo certo por aqui, Paula! Dei umas voltas em Israel e vou explorar outros países por 3 semanas ao todo, depois volto na metade de agosto! Depois temos que combinar de se trombar por aí, hein! Bjo

        Reply
  • Lara
    10/07/2011 at 23:23

    Depois de terminar os pots sobre causos da europa, o que acha escrever sobre telefone? Sugestão minha!! =]

    Reply
    • Crônicas da Surdez
      11/07/2011 at 09:49

      Mas que tipo de post sobre telefone?

      Reply
      • Lara
        11/07/2011 at 17:50

        Pra falar verdade nem sei, alguma coisa envolvendo o telefone. Como por exemplo, vc ouve mas n fala pq n entende e eu ouço, as vezes entendo (quase 90% entendendo) e quando n entendo, passo pra alguém repassar pra mim ou mandar msg. Fazer comentário se alguem ja fez treinamento pra aprender falar no telefone, etc sabe? Vê se existe esse tipo de coisa, sabe? Vai ver que existe e dá uma luz de idéia por ai! 😉 O post simples sobre telefone, apenas isso…

        Ps: eu nunca fiz treinamento, ja treinei aqui em casa com minha mãe e foi a partir disso que aprendi falar no telefone.

        Reply
        • Crônicas da Surdez
          12/07/2011 at 10:11

          Entendi!!
          Qdo era criança eu falava numa boa no telefone, mas à medida que a deficiencia auditiva foi progredindo, fui deixando ele totalmente de lado!
          bjo Lara

          Reply
          • Lara
            12/07/2011 at 17:18

            Ah entendi! =]
            Beijo

  • Deni
    07/07/2011 at 14:47

    Tá loco, Paula! eu não uso táxi de madrugada nem em cidades do Brasil que eu não conheça, quanto mais em terras gringas! Transfer sempre! Nem que pague mais caro, afinal tranquilidade não tem preço…

    Bjos,

    Reply
    • Crônicas da Surdez
      11/07/2011 at 09:53

      Sim, da próxima só transfer em horários perigosos!
      rsrsrsrs
      bjos deni

      Reply
  • Greize
    06/07/2011 at 21:56

    Que absurdo, depois falam que picaretas existem só aqui.Aff.Tenso, demais.
    Agora, uma não fala ao telefone, a outra não fala inglês, o outro só grego.Que loucura….rsrrs.

    Reply
    • Crônicas da Surdez
      07/07/2011 at 10:02

      Não, essa realmente foi pro hall da fama das histórias loucas de viagens!
      Beijos Greize!

      Reply
  • Rodrigo Nunes
    06/07/2011 at 20:00

    RAIOS ME PARTAM! Ninguém me avisa que o blog não aceita caracteres gregos?! =P

    Reply
    • Rodrigo Nunes
      06/07/2011 at 20:07

      Incomodada ficava a sua vó!

      http://twitpic.com/5m80ym

      Reply
      • Crônicas da Surdez
        07/07/2011 at 10:02

        Não captei! rsrsrsrs

        Reply
      • Gui Chazan
        13/07/2011 at 14:06

        uahhuahau… o Google Translator ainda sugere que seja um MOTEL e não um HOTEL, Rodrigo! E com esses xingamentos, tá feita a piada!

        Reply
  • Romeu Friedlaender Jr
    06/07/2011 at 17:08

    É o que você falou, Paula, agora até parece mais light, mas na hora vocês se viraram bem, conseguiram chegar no hotel, sãs e salvas, apesar da “emoção”.
    Eu tive um problema assim em Mumbai, na Índia, o vôo atrasou, chegou as 3 da manhã e no meio do caminho do aeroporto ao hotel o taxista pára e diz que quer mais dinheiro (os valores da corridas são combinadas antes de entrar no taxi), na hora bate aquele medo, mas depois vira mais um caso de que sempre que possível é melhor, e mais seguro, acertar transfers nessas horas.
    Beijos

    Reply
    • Crônicas da Surdez
      06/07/2011 at 17:11

      Romeu,
      Se aquele pilantra tivesse nos cobrado ainda mais, aí sim, eu bateria nele com certeza!
      rsrsrsrs
      Acho que pagamos 5x o valor real da corrida!
      Bjos

      Reply
      • D.Damas
        07/07/2011 at 14:57

        Curiosidade quanto é que vcs torraram nessa história ?

        Reply
  • Lak Lobato
    06/07/2011 at 13:20

    MelZeus, que pesadelo esse taxista!
    Realmente, o marido tem mania de só usar serviço de transfer (se puder comprar pela internet antes, com pesquisa – tal qual fizemos na viagem mais recente à Paris) de aeroporto mesmo.
    Achava que ele era exagerado, mas agora percebi que não.
    O que usamos em Paris foi esse aqui: http://www.parisshuttleservice.com
    Ele é bom para surdos porque não é preciso dizer nada pra ninguém antes, durante ou depois do trajeto. Só precisa se identificar pelo nome.
    Vou ver se pesquiso em outras cidades e trago o endereço procê.
    Beijos

    Reply
  • Maria
    06/07/2011 at 13:10

    A companhia TAM oferece trasfer de graça para quem comprou passagem de executiva (não de milhagem). Seria interessante perguntar se pode comprar o serviço caso que vá de econômica. Eles enviam o motorista que te esperam na porta de desembarque segurando a placa com o seu nome. Quando dá, o pessoal da TAM envia motorista que fala português!

    Uma vez fui de TAP e fiz escala em Lisboa, como o voô do dia seguinte era muito cedo, teria de dormir na cidade. Pedi para a TAP me pagar o hotel e me arrumou motorista que me buscou e levou pro aeroporto. Tudo de graça! Mas desta vez não teve motorista te esperando na porta de desembarque, tive de ir no quichê da TAP solicitar um motorista do hotel.

    Reply
    • Crônicas da Surdez
      06/07/2011 at 16:57

      Maria,
      Ainda não tive o prazer de viajar de classe executiva em vôo internacional!
      Bom saber que no preço da passagem está embutido esse serviço!!
      =)
      Beijo!

      Reply
      • Maria
        06/07/2011 at 18:15

        A companhia aérea não avisa desse bonus, tem que ligar e marcar o traslado e dar o endereço. O motorista te busca sabendo pra onde você vai!

        Reply
      • Maria
        06/07/2011 at 18:17

        Esqueci de mencionar um detalhe! Quando viajei de TAP, foi de econômica. E assim mesmo consegui exigir o hotel de graça com traslado pois é obrigatório quando o passageiro tem que passar a noite na cidade pra pegar o voô do dia seguinte!

        Reply
        • Claire
          06/07/2011 at 20:48

          Muito obrigada pela dica !
          Vou de tranfer em Maceió 🙂
          e principalmente se usar a TAP na minha futura viagem =D

          Reply
        • Crônicas da Surdez
          07/07/2011 at 10:02

          Maria,
          Vc tá me dando ótimas dicas de viagem!!!
          =)

          Reply
  • Julie
    06/07/2011 at 12:57

    Nossa que desespero! Se algo disso acontecesse comigo teria um ataque pior que o da sua amiga, certamente perderia as estribeiras com o taxista. Que malandragem desses caras! Acho que eu ia partir a cara dele, não ia me segurar não. kkk.
    Agora, o taxista grego fingir que não falava o próprio idioma no telefone foi de matar qualquer um de raiva!
    Realmente inadmissível, e depois o povo fala que só no Brasil existe esses golpes (aqui nossos taxistas muitas vezes procuram aprender mais de um idioma estrangeiro, e se não dá para falar, vai na mímica mesmo e se vira), o jeito é usar o serviço de transfer mesmo, ou se não tiver jeito, só pegar táxi de gente que realmente fale inglês. Deus do céu.
    A gente passa por cada uma. 😉

    Reply

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