A criança surda pode voltar a ouvir na maioria absoluta dos casos de surdez. A surdez tem graus: leve, moderado, severo e profundo. A medicina, a tecnologia e a fonoaudiologia atualmente são capazes de ajudar a maior parte dos casos de perda auditiva em bebês, crianças adultos e idosos. Infelizmente, os militantes anti-reabilitação auditiva – que negam a realidade e pregam que “a surdez é só uma diferença cultural“, falam mal dos aparelhos auditivos e, ainda pior do que tudo isso, advogam que “a criança deve esperar até os 18 anos para decidir se quer fazer um implante coclear” – estão aí para mentir e aterrorizar os pais que acabam de receber um diagnóstico de surdez.

Eu comecei a perder a audição aos 6 anos de idade. Recebi um diagnóstico médico errado, que me foi dado por um otorrino que NÃO ERA especialista em surdez. Passei os 10 anos seguintes perdendo toda a minha audição aos poucos. Com 16 anos, descobri que tinha surdez neurosensorial bilateral severa e progressiva. Usei aparelhos auditivos e, aos 31 anos, fiz um implante coclear e voltei a ouvir. Desde então, me dedico a espalhar informação sobre o assunto, para que ningúem fique preso no silêncio por desconhecimento. No Brasil, o SUS e os planos de saúde garantem a nossa reabilitação auditiva. Associe-se ao CLUBE SURDOS QUE OUVEM e entre em contato direto com milhares de pessoas e centenas de famílias de crianças surdas dos quatro cantos do Brasil. Se estiver disposto, assista essas aulas sobre a sua criança surda.

A sua criança surda possui a chance de voltar a ouvir. Isso JAMAIS irá impedi-la de aprender língua de sinais, se essa for a sua preocupação. Os militantes também não contam que apenas 2,67% das pessoas com algum grau de surdez no Brasil – segundo o IBGE na PNS 2019 – utilizam a Libras como forma de comunicação. Pelo contrário, eles vão mentir que 10 milhões de surdos no Brasil usam Libras e são analfabetos. Se as pessoas soubessem os interesses ideológicos e financeiros que estão por trás dessa militância mal intencionada, sairiam correndo. Muitas vidas e muitas famílias foram prejudicadas por toda a desinformação e as mentiras espalhadas por esse pessoal.

Como pai ou mãe de uma criança surda, você tem OBRIGAÇÃO MORAL de entender a surdez, o que acontece com o cérebro do seu filho quando a surdez não é tratada, conhecer as opções e caminhos que sua família pode escolher e conversar com outras famílias de crianças surdas que optaram por diferentes caminhos. Essa é a única forma de tomar uma decisão com segurança: conhecendo TODOS os impactos que sua escolha terá no futuro do seu filho. A pergunta é: você quer LIMITAR ou AMPLIAR as possibilidades educacionais, sociais, emocionais, culturais e profissionais da sua criança surda?

A criança surda: a surdez é uma URGÊNCIA NEUROLÓGICA

A surdez é mais do que apenas uma questão de audição; é uma condição que afeta o desenvolvimento neurológico da criança. O cérebro humano é extremamente plástico, especialmente nos primeiros anos de vida, e depende de estímulos auditivos para o desenvolvimento das áreas responsáveis pela linguagem e comunicação. Não é à toa que o ser humano tem dois ouvidos que estão intimamente conectados ao cérebro: são eles que conduzem até lá os estímulos sonoros que dão sentido aos milhões de sons da vida. Saúde auditiva é saúde cerebral.

Importância do Diagnóstico e Intervenção Precoce na criança surda

Identificar a perda auditiva em uma criança o mais cedo possível é crucial. Em função da neuroplasticidade cerebral e da janela temporal de neuroplasticidade para aquisição da linguagem oral, a precocidade é fator fundamental de sucesso na reabilitação auditiva. Ela conduz a resultados significativamente melhores em termos de desenvolvimento de linguagem, capacidade auditiva e habilidades sociais. Quanto mais cedo a criança começar a receber esses estímulos, melhor será para o seu desenvolvimento neurológico.

O Papel dos Pais da criança surda

Os pais têm um papel fundamental nesse processo. É essencial que os pais de uma criança surda busquem informações precisas e baseadas em evidências científicas para tomar decisões informadas. Isso inclui entender as implicações neurológicas da surdez não tratada e as possibilidades que a reabilitação auditiva oferece.

A criança surda merece a oportunidade de voltar a ouvir e de não passar a vida trancada no silêncio devido a questões ideológicas. Negar essa chance por razões ideológicas é injusto e prejudicial para o desenvolvimento da criança. As tecnologias modernas, como aparelhos auditivos e implantes cocleares, oferecem soluções eficazes para a perda auditiva, permitindo que essas crianças se conectem com o mundo sonoro ao seu redor. O acesso à audição pode transformar suas vidas, proporcionando melhores oportunidades educacionais, sociais e emocionais. A linguagem de sinais e a cultura surda são valiosas e devem ser preservadas, mas elas não devem ser usadas como argumentos para impedir o uso de tecnologias auditivas que podem ampliar significativamente as possibilidades e qualidade de vida da criança. É fundamental que os pais tenham a liberdade de escolher o melhor para seus filhos, baseados em informações precisas e na consulta com profissionais de saúde especializados, e não serem influenciados por ideologias que possam limitar o potencial de seus filhos. Toda criança merece o direito de explorar todas as suas capacidades e viver plenamente, e a audição é uma parte essencial dessa experiência, não uma imposição cultural, mas uma oportunidade de integração e enriquecimento de suas vidas.

Mentiras que os militantes anti-reabilitação auditiva contam

A surdez na infância é uma urgência neurológica que requer atenção e ação imediata. Com as tecnologias e tratamentos disponíveis hoje, muitas crianças surdas podem desenvolver habilidades auditivas e de fala que lhes permitirão viver de maneira plena e independente. Lembre-se: a intervenção precoce é a chave para ampliar as possibilidades educacionais, sociais, emocionais, culturais e profissionais da sua criança surda. Tomar decisões informadas e proativas agora pode transformar o futuro do seu filho.