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Relatos de Pessoas com Deficiência Auditiva

Psicóloga SURDA QUE OUVE: Josiane Lindolfo

Olá meu nome é Josiane, tenho 42 anos de idade e resido na cidade de São Paulo, mas sou natural de Belo Horizonte – MG. Sou uma psicóloga surda que ouve e hoje vou contar a minha história.

Psicóloga surda que ouve

Sou formada em Psicologia e atuo com atendimento online. Procuro ajudar pessoas com a mesma condição que possuo a enfrentarem suas dificuldades em relação à surdez.  Tem sido gratificante poder ajudar as pessoas a enfrentarem seus medos e a prosseguirem suas vidas enxergando a surdez como algo que faz parte infelizmente, mas que não precisa ser uma vida de sofrimento. Para acompanharem meu trabalho podem me encontrar no Instagram conforme indicado abaixo:

Minha história com a surdez iniciou-se aos 16 anos de idade quando fui acometida por tonturas que, segundo a médica que me acompanhava na época, se tratava de “labirintite”. O tempo passou e cheguei aos meus 21 anos de idade e as crises de tontura foram diminuindo, mas também minha audição. A percepção de que existia algum problema em minha audição veio por parte de minha mãe que começou a notar que eu não respondia aos seus chamados, tinha dificuldade para atender telefone.

Naquela época, com a medicina tão pouco avançada, minha mãe deduziu que se tratava de um comportamento desadaptativo de minha parte. Ela acreditava que existia um fingimento de minha parte. Diante disso me responsabilizou para que eu fosse em busca de tratamento já que como eu dizia, não conseguia ouvir bem. Foi nesse momento que minha caminhada começou em busca de ajuda, apoio o qual não tinha dentro de casa.

Uma vez constatado que de fato havia perda de audição considerável e irreversível pude provar para minha mãe que não se tratava de um fingimento, mas para minha grande surpresa e embora munida de exames e laudos minha mãe continuou a destacar que se tratava de fingimento de minha parte. Tal atitude me fez – embora tenha conseguido meus primeiros aparelhos auditivos – negar minha surdez.

Por muitos anos mesmo com aparelhos auditivos me recusei a usá-los como deveria e isso me levou a ser privada socialmente do convívio com as pessoas e até mesmo a assistir televisão, uma coisa tão básica. Eu simplesmente não conseguia entender o que as pessoas falavam e sempre pedia ajuda das minhas irmãs para compreender e era bem difícil ter que depender, pois elas não entendiam como era difícil para eu lidar com a perda auditiva moderada em ambos os ouvidos. Para além disso ainda tinha outro obstáculo, descobrir o que originou a causa da perda auditiva de forma tão surpreendente, ao meu ver, pois em meu nascimento nunca apresentei qualquer sintoma que pudesse descrever problemas auditivos e não há histórico familiar.

Apenas após 18 anos de lutas e adaptações com aparelhos auditivos até então conseguidos através do sistema do Sistema Único de Saúde (SUS) na rede particular consegui realizar o exame que mudaria para sempre minha forma de olhar para minha própria condição enquanto pessoa com deficiência. Após o exame foi dado o diagnóstico de doença de Meniére. Com o diagnóstico em mãos pude sentir um misto de alívio e ao mesmo tempo de medo pelo que viria a frente. Mas depois de tudo que enfrentei ao longo de 18 anos de jornada na surdez o medo não me impediria de seguir em frente e lutar por meus direitos e ser reconhecida não pela minha deficiência e sim pela capacidade. Atualmente estou no meu segundo aparelho auditivo doado pelo SUS. Minha relação com minha mãe mudou muito à medida que fui para a terapia e construí limites sadios nessa relação.

Desafios da surdez

Meus desafios com a surdez se remetem exclusivamente à comunicação, mesmo com o uso dos aparelhos auditivos doados pelo SUS e a luta por direitos como por exemplo conseguir emitir o bilhete único para pessoas com deficiência. É muito cansativo ter que provar sempre que tenho uma deficiência permanente e irreversível. Nosso país é muito burocrático e isso de fato dificulta muito o acesso a serviços que não são um favor e sim um direito que é me garantido por lei uma vez que atendo os requisitos.

Encontro com o Crônicas da Surdez e o Clube Surdos Que Ouvem

Conheci o Crônicas da Surdez por acaso ao navegar pela internet, pois desde a descoberta da minha surdez me dediquei a pesquisar sobre o assunto e até então tudo que eu encontrava era sobre surdos sinalizados e o uso da Libras – Língua Brasileiras de Sinais. Estava decidida a aprender a língua e de fato a aprendi estudando em uma escola para surdos, mas havia um obstáculo: eu não me encaixava, pois não era totalmente surda.

Ao me deparar com o Crônicas da Surdez, um mundo novo se abriu diante de meus olhos. Pude me sentir parte de um grupo pela primeira vez e isso foi maravilhoso e ainda continua sendo. Participo do Clube Surdos Que Ouvem porque através dele posso ter acesso a informações em primeira mão e ainda compartilhar experiências e ler as aventuras da Paula que é super divertida e trata sua própria surdez como algo a ser aceito uma vez que se trata de uma condição irreversível. Mas isso não precisa ser tratado como o fim do mundo, muito pelo contrário, a Paula com muito senso de humor nos faz enxergar a surdez não como inimiga, mas sim como uma aliada desde que se busque tratamento e direitos adequados que são ofertados pela legislação brasileira.

Uma paixão

Eu sou apaixonada por música clássica e a escuto em meu tempo livre ou quando preciso me concentrar em meu trabalho. Poder ouvir através dos meus aparelhos auditivos é algo tão grandioso que não consigo expressar a experiência somente vivendo para sentir.

DICA Importante: organizei aqui todos os produtos para surdos que uso e recomendo, de pilhas para aparelho auditivo até relógio despertador vibratório e desumidificador para implante coclear e aparelho auditivo.

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About Author

Paula Pfeifer é uma surda que ouve com dois implantes cocleares. Ela é autora dos livros Crônicas da Surdez, Novas Crônicas da Surdez e Saia do Armário da Surdez e lidera a maior comunidade digital do Brasil de pessoas com perda auditiva que são usuárias de próteses auditivas.

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