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Deficiência Auditiva / Aparelhos Auditivos

ANSIEDADE E SURDEZ: você não está sozinho

Ansidade e surdez costumam andar de mãos dadas em muitos momentos. A surdez traz desafios 24 horas para a vida das pessoas surdas porque é uma deficiência invisível. Sentimos medo de ficarmos sozinhos em casa. Sentimos cansaço extremo por precisarmos estar alertas o tempo inteiro. Fingimos que entendemos as coisas. Não temos acessibilidade (alô, legendas). Muitas pessoas ainda usam máscaras, que impedem a nossa leitura labial. Ambientes barulhentos são garantia de que não entenderemos o que for dito. As pessoas não têm paciência. E por aí vai.

São mil motivos que conectam a surdez com a ansiedade que sentimos. Portanto, achei boa ideia convidar uma psicóloga surda que ouve para esclarecer sobre o tema.?

* A partir daqui, o post foi escrito pela psicóloga Alice Mathiason Lewi (São Paulo)

O que é a ansiedade e qual ligação com a surdez?

A ansiedade é uma emoção universal e normal, sendo parte necessária da resposta do nosso organismo ao estresse. É considerada patológica apenas quando é inadequada ou desproporcional ao estimulo, seja pela intensidade ou pela duração de seus sintomas.

É importante avaliar o impacto que causa na vida da pessoa, na medida em que pode prejudicar o desempenho das suas atividades e relacionamentos. O profissional habilitado para avaliar se a ansiedade é patológica é o médico psiquiatra. O tratamento costuma associar medicação e psicoterapia

As causas da ansiedade estão relacionadas à de fatores biológicos (genéticos e somáticos) assim como de fatores psicológicos, sociais e ambientais. Ela pode estar associada a outras patologias médicas e psíquicas.

Existem vários tipos de transtornos ansiosos como: ansiedade generalizada, fobias, pânico, fobia social, compulsões, etc. Muitas vezes o individuo desenvolve comportamentos antecipatórios de evitação em relação à situação que desencadeia a ansiedade

O impacto da surdez

A surdez interfere na maneira como apreendemos e nos relacionamos com o mundo a nossa volta.

Além da dificuldade de escutar relacionada ao grau e características específicas de cada perda auditiva, ela pode estar associada a sintomas físicos que causam mal estar como tonturas, enjoos, zumbidos e intolerância a sons altos, que podem contribuir para o quadro de ansiedade. 

A surdez também afeta o nosso estado emocional podendo ou não estar associada à ansiedade. Ela influencia a nossa autoestima e impacto nos nossos relacionamentos afetivos, familiares e profissionais.

Neste sentido, mais relevante do que a surdez em si é a maneira como lidamos com ela, sendo muito importante sair do lugar de vitima e nos responsabilizarmos pelo enfrentamento das adversidades, inclusive no sentido de buscar ajuda profissional quando necessário.      

Fatores protetores e de risco na ansiedade

Pessoas com histórico de abandono, separação e isolamento ou de superproteção na infância tem mais risco de desenvolver quadros ansiosos, uma vez que internalizam uma noção do mundo como sendo perigoso ameaçador e uma auto imagem de fragilidade e impotência.

No sentido contrário, quando acreditamos que o mundo pode ser um lugar acolhedor e seguro e nos sentimos fortes o suficiente para enfrentar os desafios inerentes à vida, lidamos melhor com as dificuldades impostas pela surdez.

Qualquer fator que nos ajude a nos sentirmos fortalecidos em relação aos obstáculos associados à surdez é considerado protetor em relação ao desenvolvimento de quadros patológicos, incluindo os transtornos de ansiedade.

A adesão ao tratamento indicado por um otorrino para cada tipo de surdez, incluindo a reabilitação auditiva através do uso de aparelhos auditivos ou implantes cocleares é fundamental para a prevenção do desenvolvimento de quadros ansiedade patológica.

Fazer parte de um grupo de pertença como o nosso, onde podemos esclarecer as nossas dúvidas e expressar os nossos sentimentos também é um importante fator de proteção. É de grande valia a busca caminhos significativos que nos ajudem a encontrar um sentido para os nossos desafios e motivação para encontrar saídas criativas e possíveis.

** Meu nome é Alice Mathiason Lewi. Sou psicóloga em São Paulo, surda que ouve, usuária de aparelhos auditivos. Atendendo a um pedido da Paula, escrevi os esclarecimentos acima sobre esse tema que esta relacionado à vida de muitos membros do nosso Clube dos Surdos Que Ouvem.

 

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  4. Não cair em golpes (a internet está abarrotada de golpistas do zumbido, de aparelhos de surdez falsos e profissionais de saúde que não são especializados em perda auditiva!)
  5. Conversar com milhares de pessoas que têm surdez, otosclerose, síndromes e usam aparelhos para ouvir melhor
  6. Conhecer centenas de famílias de crianças com perda auditiva
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Se você for mãe ou pai de uma criança com perda auditiva, uma das comunidades digitais do Clube é um Grupo de Telegram com centenas de famílias se ajudando mutuamente todos os dias.

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OS ERROS QUE EU JÁ COMETI ao comprar aparelho auditivo

Eu já passei pela saga da compra de aparelhos auditivos várias vezes. Já fui convencida a me endividar para comprar um aparelho auditivo “discreto e invisível” que sequer atendia a minha surdez. Já fui enganada ao levar um aparelho auditivo para o conserto na loja onde o comprei: a fonoaudióloga disse que ele não servia mais para mim sem sequer verificá-lo ou fazer uma nova audiometria. Já quase caí no conto do vigário de gastar uma fortuna num aparelho auditivo para surdez profunda “top de linha”, cujos recursos eu jamais poderia aproveitar devido à gravidade da minha surdez. Já fui pressionada a comprar um aparelho auditivo porque supostamente a “promoção imperdível” duraria apenas até o dia seguinte. E também quase cometi a burrada de comprar um aparelho de surdez que já estava quase saindo de linha por causa de um desconto estratosférico.

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About Author

Paula Pfeifer é uma surda que ouve com dois implantes cocleares. Ela é autora dos livros Crônicas da Surdez, Novas Crônicas da Surdez e Saia do Armário da Surdez e lidera a maior comunidade digital do Brasil de pessoas com perda auditiva que são usuárias de próteses auditivas.

4 Comments

  • Rosani
    01/09/2019 at 05:16

    Sim eu também sofro de intolerância a som alto, muitas náuseas, enjoos, tonturas. Durante anos procurei ajuda médica e tais sintomas sequer foram associados a transtornos auditivos severos. Sofri muito até ter acesso ao aparelho auditivo, e ainda tenho dificuldade para decodificar e organizar muitos sons em minha mente, isto e causa ansiedade.

    Reply
  • […] em dia fico chocada quando tomo conhecimento de alguém que morre de vergonha da própria surdez mas, há alguns anos atrás, eu fui essa pessoa. Sei exatamente quais são os sentimentos […]

    Reply
  • Denny
    27/08/2019 at 23:02

    Muito Obrigado pelo esclarecimento. Pois eu sofro de TAG(transtorno de ansiedade generalizada) , procurei ajuda médica, no caso psiquiatra, fui medicada. E sempre procuro está bem comigo, buscando o autoconhecimento, se conhecer, se observar, pra poder melhorar o que pode. Sou surda que ouve , usa a linguagem oralizada , no momento está procurando realizar o.seu sonho, obter meus aparelhos auditivos. ?

    Reply
    • Pryscilla Cricio
      17/08/2020 at 16:23

      Olá Denny,

      Tudo bem?

      Venha para o nosso grupo fechado no Facebook com mais de 15.300 pessoas com deficiência auditiva que usam aparelhos ou implantes. Para se tornar membro, é OBRIGATÓRIO responder às 3 perguntas de entrada.

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      Abraços,

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