*Post escrito pela Psicóloga Alice Mathiason Lewi
Essa semana tive a honra de representar a Paula Pfeifer num evento sobre diversidade e inclusão, no Itaú Cultural em São Paulo. O famoso psicólogo e escritor americano Andrew Solomon foi entrevistado a respeito do recém lançado documentário “Longe da Arvore”, baseado no seu livro homônimo.
Foi uma grande emoção estar num auditório lotado de pessoas interessadas e mobilizadas em torno desta causa. Andrew falou da sua história e do sofrimento de não se sentir aceito pela própria família na sua identidade homossexual. A vivência de solidão o levou a se interessar pelas vivências de filhos que tem características diversas das esperadas pelos pais e pela sociedade.
Ele entrevistou pessoas pertencentes a grupos considerados “diferentes” incluindo surdos e pessoas com Síndrome de Down, nanismo, autismo. Abordou questões relevantes a todas as diversidades que nos fazem pensar e refletir:
O que é normal? O que podemos mudar e o que devemos celebrar? Como lidar com o luto entre aquilo que foi idealizado e o real?
Meus sentimentos de estar na plateia foram ambivalentes. Me senti agradecida de fazer parte de um grupo de pessoas que estava lá com o propósito de tornar o mundo mais empático para lidar com as diferenças, com abertura para aceitar e amar o que lhe é estranho.
No entanto, me chamou a atenção que mesmo num evento especialmente voltado para a inclusão, as alternativas de acessibilidade não incluíam legendas. Aproveitei a oportunidade de sair do armário e falar em alto em bom tom sobre a diversidade da surdez e explicar que existem surdos que ouvem e que também precisam de acessibilidade. Esse evento me ajudou a sonhar com um futuro melhor, em que as diferenças possam ser aceitas e que exista acessibilidade para todos. Espero que possamos continuar juntos a fazer a diferença!
4 Comments
Andréia Ribeiro
08/10/2019 at 09:55Muito grata Paula por tudo que tens feito por minha filha e por tantos surdos que ouvem. Que trajetória linda! É fantástico ! Você está conseguindo atingir de forma profunda e acordando não só os sudos que ouvem assim como os ouvintes. Foi indescritível descobrir que minha filha é uma surda que ouve. O que hoje nos parece tão óbvio, durante oito anos parecia que andávamos em uma corda bamba com a surdez da minha filha. Hoje nos sentimos seguros na caminhada e nos desafios da surdez. GRATIDÃO!!! #surdosqueouve
Paula Pfeifer Moreira
11/10/2019 at 11:51<3 <3
SHEYLA DUTRA
07/10/2019 at 13:37Também estive lá, amada e dei falta das legendas no primeiro minuto. Muito já se conquistou, mas ainda há muita batalha pela frente. Acompanho o face e me solidarizo com a luta. Sou ativista na área da pessoa com deficiência e também saí maravilhada com o bate-papo. Ainda quero que venham a Ribeirão Preto falar sobre a diversidade dentro ad surdez. Tamo junta!
Renata
04/10/2019 at 21:54Andrew Solomon eh maravilhoso!!! Gosto muito dos livros deles. Li “Longe da árvore” e “O demônio do meio dia” (sobre a depressão).
Ele tem uns 3 TEDs muito bons…
Um eh esse: https://www.ted.com/talks/andrew_solomon_how_the_worst_moments_in_our_lives_make_us_who_we_are/up-next?language=pt-br
Recomendo muito!