O zumbido no ouvido afeta milhões de pessoas ao redor do mundo. Ele é uma percepção auditiva na ausência de um som externo, e pode se manifestar de várias formas, desde ruído constante até episódios intermitentes e esporádicos. Para algumas pessoas, o zumbido é apenas um leve incômodo; para outras, é uma condição debilitante que impacta a vida cotidiana. Importantíssimo enfatizer que a MAIORIA dos casos de zumbido no ouvido é causada por uma PERDA AUDITIVA. Por isso, a investigação do zumbido deve ser iniciada sempre por um médico otorrino especialista em surdez. Caso não tenha perda auditiva, o otorrino irá lhe indicar outro especialista, após sua anamnese detalhada, para continuar a investigação.
Infelizmente, há milhares de espertinhos na internet que aproveitam o desespero das pessoas que sofrem com zumbido para vender falsos remédios para zumbido no ouvido com nomes sugestivos (AlivMax, Silentril. Tinisil, Tinnitus, Acufeno, Audimax, Tinnidrop, Audionex). Eles não servem para nada, não têm registro na ANVISA, não vão melhorar o seu zumbido e são apenas supostos compostos vitamínicos como aqueles que você compra na farmácia do bairro por R$19,90. As pessoas que trabalham com marketing digital acham que descobriram a América quando descobrem o tamanho do mercado dos desesperados do zumbido. É uma lástima. Por falta de informação, milhares de desavisados caem nessa todos os dias. Quase ninguém vai te explicar que a maioria esmagadora dos casos de zumbido é causada por uma perda de audição. Sabe por que? Porque manter o zumbido nessa aura de mistério dá muito lucro para quem vende pseudociência e se intitula ‘guru do zumbido’, pedindo infinitos exames inúteis e indicando protocolos e terapias também inúteis para pacientes cujo zumbido é sintoma da surdez. Zumbido é sintoma, não doença. Quando causado por surdez neurosensorial, que NÃO TEM CURA, isso significa que o sintoma estará sempre ali – mais um motivo para que você seja incansável na reabilitação auditiva. Cabe a você aprender a se habituar com o seu e conviver com ele da melhor forma possível (passar o dia reclamando dele ou buscando milagres na internet não vai ajudar em nada, ok?). Estamos aqui para te ajudar com isso.
Convivo com o zumbido no ouvido há 40 anos, causado por perda auditiva. Por experiência própria, posso dizer que, quando você aprende a manejar esse fato da vida emocionalmente e faz o seu cérebro entender que ele não é uma ameaça, o cérebro tira o foco dele. Quem tem surdez, como eu, PRECISA devolver ao cérebro acesso aos sons para que ele tenha chance de focar em outro estímulo – não fuja do óbvio, que é a reabilitação auditiva indicada pelo seu otorrino. Além disso, todos nós que temos zumbido temos obrigação de conhecer os gatilhos, ter higiene do sono, uma alimentação correta, fazer exercício físico e permanecer atentos a tudo o que possa piorar o nosso. Que tal fazer um “diário do zumbido”? Isso pode te ajudar demais a conhecer profundamente o seu. Se o seu zumbido é causado por perda auditiva, fica o convite para se juntar a nós nos grupos de Whatsapp e Facebook do CLUBE SURDOS QUE OUVEM.
Tipos de zumbido no ouvido
Existem dois tipos principais de zumbido no ouvido:
- Zumbido subjetivo: A forma mais comum, só pode ser ouvido pela pessoa afetada. Muitas vezes está relacionado à perda auditiva e pode ser causado por danos no ouvido interno ou no nervo auditivo.
- Zumbido objetivo: Uma forma rara que pode ser ouvida por outras pessoas, incluindo profissionais de saúde. Geralmente está relacionado a problemas vasculares ou musculares e pode exigir intervenção médica.
O que causa o zumbido no ouvido?
- Idiopático: Em muitos casos de zumbido, nunca encontramos uma causa.
- Causas relacionadas à audição (maior parte dos casos de zumbido no mundo inteiro)
- Condições relacionadas ao ouvido
• Infecções do Ouvido Médio (Otite Média)
• Bloqueio de cera
• Otosclerose (Crescimento Ósseo anormal)
• Disfunção da Trompa de Eustáquio
• Doença de Ménière - Distúrbios Neurológicos
• Distúrbio do Espectro da Neuropatia Auditiva
• Lesão Cerebral Traumática (
• Esclerose Múltipla
• Malformação de Chiari
• Epilepsia (como parte de aura ou pós-convulsão) - Distúrbios vasculares e cardiovasculares
• Tinnitus Pulsátil (Turbulência do Fluxo Sanguíneo)
• Pressão Alta (Hipertensão)
• Malformações Arteriovenosas (AVMs)
• Estenose do Seio Venoso
• Aterosclerose
• Tumores Glômicos (Paragangliomas) - Anormalidades anatômicas
• Deiscência do Canal Superior (SCD)
• Trompa de Eustáquio Patulosa - Condições autoimunes
• Lúpus (Lúpus Eritematoso Sistêmico)
• Granulomatose com Poliangeíte (Wegener) - Infecções
• Infecções Virais
• Doença de Lyme
• Sífilis
• Meningite
• Labirintite - Distúrbios endócrinos e metabólicos
• Disfunção Tireoidiana (Hipo/Hipertiroidismo)
• Diabetes - Traumas
• Lesões na cabeça e no pescoço
• Barotrauma (por exemplo, lesões por mergulho ou voo) - Neoplasias
• Neurinoma do Acústico (Schwannoma Vestibular)
• Meningiomas - Exposição a drogas ou toxinas
• Medicamentos ototóxicos:
• Antibióticos aminoglicosídeos
• Medicamentos de quimioterapia (por exemplo, Cisplatina)
• Diuréticos de alça (por exemplo, Furosemida)
• Aspirina em altas doses
• AINEs (por exemplo, Ibuprofeno)
• Intoxicação por Metais Pesados (chumbo, mercúrio)
• Drogas recreativas (por exemplo, cocaína e maconha)
O que faz o zumbido no ouvido piorar?
O zumbido é frequentemente caracterizado por sua natureza flutuante, com períodos de maior intensidade ou “picos”. Esses picos referem-se a aumentos repentinos na intensidade, volume ou frequência do som e podem durar de alguns minutos a vários dias.
Gatilhos comuns do zumbido
- Ruídos altos: A exposição a ruídos altos, seja em ambientes ocupacionais, como construção civil, ou atividades recreativas, como shows e motociclismo, pode levar a zumbido temporário ou permanente. Ruídos extremamente altos e repentinos, como explosões, também podem causar danos imediatos.
- Estresse e ansiedade: Problemas de saúde mental podem exacerbar o zumbido existente, criando um ciclo desafiador em que a ansiedade em relação à condição aumenta a percepção e a gravidade. Reações físicas ao estresse, como aumento da frequência cardíaca, também podem contribuir para a piora do zumbido.
- Medicamentos: Certos medicamentos, incluindo antibióticos específicos, tratamentos para câncer e doses altas de aspirina, estão associados ao zumbido. Esses medicamentos são considerados ototóxicos, o que significa que podem danificar o ouvido interno e causar zumbido temporário ou permanente.
- Dieta: A ingestão excessiva de cafeína, sal ou açúcar pode agravar os sintomas, afetando o fluxo sanguíneo e a pressão no ouvido interno.
- Sono: A falta de sono ou padrões de sono interrompidos podem contribuir para o aumento do estresse e da fadiga, o que pode piorar os sintomas do zumbido.
- Exercício: O exercício regular contribui para a saúde geral e pode influenciar positivamente o zumbido, melhorando a circulação sanguínea no ouvido. No entanto, exercícios intensos podem temporariamente piorar os sintomas para algumas pessoas.
- Acúmulo de cera: O excesso de cera no ouvido pode bloquear o canal auditivo, levando à irritação e a uma percepção aumentada do ruído. Essa obstrução pode amplificar os sons dentro do ouvido, tornando o zumbido mais perceptível.
- Perda auditiva relacionada à idade: À medida que as pessoas envelhecem, as células ciliadas do ouvido interno, responsáveis por transmitir o som ao cérebro, podem ser danificadas ou morrer, levando à perda auditiva. Essa perda auditiva muitas vezes resulta em zumbido, pois o cérebro pode gerar sons “fantasmas” para compensar a falta de estímulo auditivo.
Considerações médicas
- Infecções no ouvido: Infecções no ouvido podem causar zumbido temporário ou outros sintomas devido à inflamação e ao acúmulo de líquido no ouvido médio. O tratamento da infecção subjacente geralmente resolve o zumbido.
- Pressão arterial: Tanto a pressão arterial alta quanto a baixa podem ter um impacto profundo, alterando o fluxo sanguíneo para o ouvido. A pressão arterial alta pode tornar os sintomas mais perceptíveis, enquanto a pressão arterial baixa pode levar a sons fracos ou intermitentes.
- Condições de saúde: Distúrbios da tireoide podem afetar o metabolismo do corpo, levando ao zumbido. Da mesma forma, a anemia pode limitar o fornecimento de oxigênio ao ouvido, causando sintomas. Doenças autoimunes também podem atingir estruturas dentro do ouvido interno. Finalmente, anormalidades estruturais no ouvido interno podem afetar diretamente a audição, resultando em zumbido.
- Doença de Ménière: Um distúrbio do ouvido interno que pode causar episódios de vertigem, perda auditiva e zumbido.
- Distúrbios da articulação temporomandibular (ATM): Os distúrbios da ATM afetam a articulação da mandíbula e os músculos circundantes, e podem causar zumbido devido à proximidade da mandíbula com as estruturas do ouvido. Sintomas como estalos, estalidos ou dor na mandíbula podem ser acompanhados de zumbido. Procure um dentista especializado em ATM.
- Tumores: Raramente, um tumor no nervo auditivo, conhecido como neurinoma acústico, pode levar ao zumbido. Esse crescimento benigno pode pressionar o nervo, causando perda auditiva e a percepção de som em um ouvido.
Fatores ambientais
- Alergias sazonais: As alergias podem causar congestão e inflamação nas passagens nasais e na tuba auditiva. As alterações de pressão associadas no ouvido podem criar ou agravar sons de zumbido ou chiado.
- Mudanças na pressão do ar: Mudanças rápidas na pressão barométrica durante mudanças climáticas ou voos podem afetar temporariamente o equilíbrio de pressão no ouvido, levando a crises de zumbido.
- Clima e umidade: Condições secas podem causar irritação, enquanto a alta umidade pode levar a infecções ou outros problemas no ouvido.
- Exposição a produtos químicos: A exposição a certos produtos químicos, especialmente em ambientes industriais, pode contribuir para o zumbido. Substâncias ototóxicas, como solventes e metais pesados, podem danificar o ouvido interno.
- Tabagismo: O tabagismo pode estreitar os vasos sanguíneos e limitar o fornecimento de oxigênio às células do ouvido. Mais especificamente, a nicotina e outros produtos químicos no tabaco podem afetar o sistema nervoso, agravando o zumbido existente ou contribuindo para seu surgimento.
- Álcool: O consumo de álcool pode aumentar temporariamente a pressão arterial e afetar o equilíbrio de fluidos no ouvido interno. Embora o consumo moderado possa não ter um impacto significativo, a ingestão excessiva de álcool pode levar a sintomas persistentes. Lembre-se: o álcool é um veneno para o seu organismo, não importa em qual quantidade seja consumido, pois não há uma dose segura para consumo.
Por que o zumbido piora à noite?
Como funciona o nosso ciclo de reação ao zumbido no ouvido?
Como evitar que o zumbido no ouvido piore?
Você já entendeu que o zumbido é um fenômeno complexo, certo? Em grande parte dos casos, não há muito o que fazer, mas, quando você fica atento aos gatilhos e mantém uma rotina equilibrada e saudável, fica mais fácil perceber o que pode causar alterações no SEU caso.
Identificando gatilhos
- Gatilhos pessoais: Esses gatilhos podem variar amplamente de uma pessoa para outra e podem incluir sons específicos, alimentos, medicamentos ou stress. Identificar gatilhos pessoais é o primeiro passo na gestão dos picos de zumbido. No MEU caso, qualquer episódio de stress extremo (em geral, por questões familiares) explode minha percepção do zumbido. Pense no zumbido como uma dermatite de contato que permanece controlada: basta entrar em contato com o agente causador que ela volta com tudo instantaneamente.
- Diário de zumbido: Manter um diário ajuda a rastrear a ocorrência, intensidade e possíveis causas dos picos de zumbido. Registrar atividades diárias, refeições e estados emocionais ao lado das experiências de zumbido pode revelar padrões e guiar o manejo individualizado do seu próprio zumbido.
Terapia sonora
- Máquinas de ruído branco: Esses dispositivos produzem sons suaves que podem mascarar o zumbido, especialmente durante o sono ou em momentos de silêncio. Eles podem ser personalizados de acordo com as preferências individuais e são frequentemente recomendados por audiologistas.
- Aparelhos auditivos: Se você tem perda auditiva, a pior coisa que pode fazer é não usar seus aparelhos auditivos ou implante coclear. Quem ouve é o cérebro, e o seu não tem mais acesso aos sons que precisa sem ajuda, o que ocasiona esse som fantasma desagradável. Aparelhos auditivos mais modernos geralmente incluem recursos específicos para o zumbido, mas o aparelho auditivo NÃO melhora nem diminui o zumbido. O que acontece é simples: enquanto os está usando, seu cérebro foca em outros sons e sua PERCEPÇÃO do zumbido diminui, mas ele continua ali, o que, de forma alguma, é motivo para não usá-los (as consequências da perda auditiva não tratada são extremamente ruins em todos os aspectos da sua vida).
Ajustes no estilo de vida
- Redução do estresse: A prática de técnicas de relaxamento, como meditação, ioga ou respiração profunda, pode ajudar a gerenciar o estresse e reduzir os sintomas de zumbido. Essas práticas também podem contribuir para uma maior resiliência ao estresse, diminuindo a frequência dos picos.
- Sono saudável: Garantir uma boa qualidade de sono pode ajudar a minimizar os picos de zumbido. Estabelecer uma rotina de sono consistente, evitar cafeína e eletrônicos antes de dormir, e criar um ambiente calmo no quarto podem melhorar significativamente a qualidade do descanso.
- Revisão de medicamentos: Alguns medicamentos podem contribuir para o aumento dos picos de zumbido. Revisões regulares com o profissional de saúde que lhe acompanha podem identificar medicamentos problemáticos, permitindo ajustes ou alternativas.
- Apoio terapêutico: A terapia cognitivo-comportamental (TCC) ou outras intervenções terapêuticas podem oferecer suporte psicológico, ensinar estratégias de enfrentamento e melhorar o seu bem-estar emocional. A TCC oferece uma abordagem personalizada e baseada em evidências para o manejo do zumbido, especialmente durante picos angustiantes. Trabalhando de perto com terapeutas especializados, os indivíduos aprendem técnicas práticas de enfrentamento e regulação emocional que proporcionam benefícios duradouros.
- Tratamento médico: Condições de saúde subjacentes podem causar picos. O tratamento médico adequado, como o controle da pressão arterial ou o tratamento de infecções no ouvido, é essencial para o gerenciamento geral.
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