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Crônicas da Surdez

Usos inusitados do Mini Mic

A última viagem que fizemos foi para que o Luciano (Portal Otorrino) desse uma aula num congresso mundial de cirurgia endoscópica. No dia da aula fui junto pro evento bem cedo enquanto ainda estava vazio e consegui um ótimo lugar bem na frente. Ele era o quinto a falar. Antes dele, cirurgiões de diferentes nacionalidades dando aulas em inglês. Sabe o que percebi? Que ouvintes quando precisam se comunicar em outra língua ficam tão tensos e travados quanto surdos em situações complicadas na sua própria língua. E os sotaques?? Entender o que um chinês fala em inglês é basicamente impossível! Eu juro que tentei de todas as maneiras, mas não tem jeito. Italianos falando inglês também soam bem esquisitos, mas dá para entender de boa.

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Quando o Luciano foi falar, foi de Mini Mic. Isso fez com que a aula parecesse ter sido dada só pra mim, rsrsrs! Muito, muito legal. Vocês sabem que em viagens a gente usa no avião, nos restaurantes e para sair na rua – assim posso ficar à direita dele sem problemas e nossa comunicação fica infinitamente mais agradável em lugares barulhentos. O problema do Mini Mic é que a pessoa começa a sentir vontade de usar o dia inteiro. A dica de sair na rua usando o Mini Mic é ótima, porque abafa o barulhão e ainda permite que a pessoa que está com você tenha a sua atenção total independente do lado em que estiver e até mesmo se vocês estiverem um à frente ou atrás do outro. Facilita demais a vida, e já aviso que os maridos/namorados começam a exigir o uso do Mini Mic com o passar do tempo, rsrsrs….

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Dessa vez percebi que em todos os elevadores de locais públicos estava disponível a opção “T Coil“, ou seja, usuários de aparelhos auditivos e implantes cocleares cujos dispositivos possuem a função “T” podiam ficar tranquilos – essa função faz com que o som venha alto e claro direto para o AASI e IC quando a chave T está ligada. Acho que todo surdo sente verdadeiro pavor de ficar trancado num elevador, não? Isso é acessibilidade para surdos oralizados do mais alto nível, gente. Nunca vi nada parecido por aqui, e vocês?


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Quando viajo para o exterior volto sempre com aquela sensação de tristeza por saber que no país onde moramos tudo é uma luta quando falamos em acessibilidade para pessoas que não ouvem. Países desenvolvidos, todos rendidos às maravilhas da tecnologia, estão anos-luz na nossa frente…

CLUBE DOS SURDOS QUE OUVEM: junte-se a nós!

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A sua jornada da surdez não precisa ser solitária e desinformada! Para que ela seja mais leve, simples e cheia de amigos, torne-se MEMBRO do Clube dos Surdos Que Ouvem. No Clube, você terá acesso às nossas comunidades digitais (grupos no Facebook e no Telegram), conteúdos exclusivos, descontos em produtos e acesso aos nossos cursos*.

São 21 mil usuários de aparelhos auditivos e implante coclear com os mais diferentes tipos e graus de surdez para você conversar e tirar suas dúvidas a respeito do universo da deficiência auditiva (direitos, aparelhos, médicos, fonos, implante, concursos, etc).

MOTIVOS para entrar para o Clube dos Surdos Que Ouvem:

     

  1. Estar em contato direto com quem já passou pelo que você está passando (isso faz toda a diferença!)
  2.  

  3. Economizar milhares de reais na compra dos seus aparelhos auditivos
  4.  

  5. Aprender a conseguir aparelho de audição gratuito pelo SUS
  6.  

  7. Não cair em golpes (a internet está abarrotada de golpistas do zumbido, de aparelhos de surdez falsos e profissionais de saúde que não são especializados em perda auditiva!)
  8.  

  9. Conversar com milhares de pessoas que têm surdez, otosclerose, síndromes e usam aparelhos para ouvir melhor
  10.  

  11. Conhecer centenas de famílias de crianças com perda auditiva
  12.  

  13. Fazer amigos, sair do isolamento e retomar sua qualidade de vida
  14.  

  15. Pegar indicações dos melhores médicos otorrinos e fonoaudiólogos do Brasi com pessoas de confiança

Se você for mãe ou pai de uma criança com perda auditiva, uma das comunidades digitais do Clube é um Grupo de Telegram com centenas de famílias se ajudando mutuamente todos os dias.

  como comprar aparelho auditivo

OS ERROS QUE EU JÁ COMETI ao comprar aparelho auditivo

Eu já passei pela saga da compra de aparelhos auditivos várias vezes. Já fui convencida a me endividar para comprar um aparelho auditivo “discreto e invisível” que sequer atendia a minha surdez. Já fui enganada ao levar um aparelho auditivo para o conserto na loja onde o comprei: a fonoaudióloga disse que ele não servia mais para mim sem sequer verificá-lo ou fazer uma nova audiometria. Já quase caí no conto do vigário de gastar uma fortuna num aparelho auditivo para surdez profunda “top de linha”, cujos recursos eu jamais poderia aproveitar devido à gravidade da minha surdez. Já fui pressionada a comprar um aparelho auditivo porque supostamente a “promoção imperdível” duraria apenas até o dia seguinte. E também quase cometi a burrada de comprar um aparelho de surdez que já estava quase saindo de linha por causa de um desconto estratosférico.

Mas VOCÊ não precisa passar por isso.

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About Author

Paula Pfeifer é uma surda que ouve com dois implantes cocleares. Ela é autora dos livros Crônicas da Surdez, Novas Crônicas da Surdez e Saia do Armário da Surdez e lidera a maior comunidade digital do Brasil de pessoas com perda auditiva que são usuárias de próteses auditivas.

3 Comments

  • Dival
    18/12/2015 at 22:23

    Com relação ao meu texto acima , no qual cito o IC 100% a prova dágua, com o qual sonho, peço a quem souber algo, me escrever divalddj@ig.com.br

    Reply
  • Dival
    18/12/2015 at 22:20

    Prezada Soramires.
    O pior disso tudo, é saber que a tecnologia existe, mesmo no hospital como o fundão/rj , e teimarem comigo que não existia, o revolucionario aparelho 100% a prova dágua, Neptune, que inclusive permite banho em piscina. Por essa razão, eu que era candidato ao implante após todos exames, por ter optado por uma prótese 100% a prova dágua, mas que nem era conhecida por algumas pessoas do setor, e também pelo fato do hospital só trabalhar com determinadas próteses, fui informado que não tinha como , portanto continuo OFF.
    Minha opção por uma prótese à prova dágua, era pelo fato de possuir uma sudorese incômoda, que me estragou vários aparelhos, levando-me a gastar o que podia e não podia, e como estou ciente dos mesmos riscos com o IC , cujos serviços de manutenção são caríssimos, e fatalmente ficaria semanas sem usá-los, gerando um certo stress, não mudei de idéia.Por essa razao, eu que levo uma vida super ativa, gosto de jogar volei,faço ginastica, pratico vela( meu hobby predileto) faço caminhadas, e embora já veterano, vivo muito a vida de esportes, estou esperando muito essa oportunidade cair do céu. Peço por favor que me informem se o Fundão/RJ já trabalha com essas prótese.

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  • soramires
    07/12/2015 at 18:24

    é o que senti quando conheci o aro magnético na Argentina, ouvir conferências, TV e cinema diretamente nos AASI é um luxo…e aqui nem sabem do que se trata…nossas autoridades são preguiçosas porque basta dar um giro no Google que se fica sabendo desses equipamentos…ou foram convencidos de que todo surdo só quer língua de sinais…

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