O exame BERA é geralmente recomendado em bebês e crianças que falham no teste auditivo convencional (Teste da Orelhinha) ou que apresentam fatores de risco para perda auditiva, como histórico familiar de surdez, infecções durante a gravidez ou complicações no nascimento. Ele é especialmente importante para bebês que nasceram prematuros ou com baixo peso, pois eles podem ser mais suscetíveis a problemas auditivos.
Durante o exame BERA, os eletrodos são colocados no couro cabeludo do bebê ou criança e são usados para medir a atividade elétrica que é gerada pelo nervo auditivo e pelo tronco encefálico. O exame é indolor e não invasivo, e o bebê ou a criança podem dormir durante o procedimento.
Embora o exame possa parecer intimidador para algumas mães, é importante entender que ele é um procedimento seguro e confiável que pode ajudar a identificar problemas auditivos precocemente. Se uma perda auditiva for diagnosticada, isso permitirá que os profissionais de saúde possam começar a trabalhar imediatamente para minimizar seus efeitos e proporcionar a melhor intervenção possível para a criança. A precocidade é fator fundamental de sucesso na reabilitação auditiva.
Além disso, muitos bebês e crianças passam pelo exame BERA sem apresentar nenhum problema auditivo, o que pode ser uma grande fonte de alívio para as mães preocupadas. O exame BERA em bebê e criança é seguro e indolor, e pode ajudar a identificar problemas auditivos precocemente. Se sua criança precisar fazer o exame, tente ficar calma e confie que os profissionais de saúde farão o melhor para o bem-estar da sua criança.
Dra. Norma Fidalgo: fonoaudióloga expert em BERA
Encomendei este post à Norma Fidalgo, fonoaudióloga maravilhosa do Rio de Janeiro que é muito conhecida e recomendada pela sua especialidade no exame BERA (com sedação e sem sedação) e no diagnóstico das perdas auditivas em bebês e crianças. Foi a Norma Fidalgo quem fez o BERA no meu bebê recém-nascido, poucos dias depois de sairmos da maternidade. E ela trabalha com o Dr. Luciano Moreira fechando os diagnósticos de perdas auditivas em bebês e crianças na Clínica Sonora, o Rio de Janeiro.
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O que é BERA?
BERA é a abreviação em inglês do PEATE. Ambos são a mesma coisa! Antes de serem encaminhados para o BERA, os recém-nascidos fazem o Teste da Orelhinha. E a indicação de BERA acontece somente nos casos em que o bebê não passa nessa triagem auditiva neonatal.
Bebês, crianças e a perda auditiva
“Ao longo de minha vida profissional como fonoaudióloga e audiologista muitas vezes me deparei com a difícil tarefa de fechar o DIAGNÓSTICO DAS PERDAS AUDITIVAS em neonatos e crianças.
A dificuldade dos Testes Subjetivos como audiometria comportamental em crianças de pouca idade ou as que por diversas razões não conseguem cumprir as etapas do exame com clareza e confiança, deixam muitas delas sem o diagnóstico preciso e pais extremamente aflitos.
Será que meu filho ouve bem? Ele não está falando por que não escuta? Está sempre desatento e é preciso chamar várias vezes para atender! – são muitos os questionamentos, e acaba-se por levar muito tempo para uma conclusão que é extremamente importante para o desenvolvimento de seu filho.
A importância da audição para o desenvolvimento geral da criança já é muito divulgada, mas é o desenvolvimento da fala e da linguagem que mais preocupa. Sabemos que audição sem alteração no primeiro ano de vida é fundamental, uma perda leve pode acarretar grandes problemas no futuro.
Triagem Auditiva Neonatal
A Triagem Auditiva Neonatal nos possibilitou selecionar quais bebês precisarão ser encaminhados para o diagnóstico audiológico precoce. Vocês podem estar pensando, o “Teste da Orelhinha já é diagnóstico!“. Mas não é.
O Teste da Orelhinha É um exame para selecionar quais são os bebês que deverão ser encaminhados para a avaliação diagnóstica da audição. No Brasil o teste para triagem auditiva mais utilizado é a pesquisa das Emissões Otoacústicas (EOA) devido ao seu baixo custo, simples execução e bom desempenho, mas para algumas crianças ele não deve ser a primeira escolha.
Na presença de indicadores de risco para perda auditiva, o Potencial Auditivo de Tronco Encefálico Automático – PEATE (A) deve ser a primeira opção de avaliação, devido à possibilidade de perdas auditivas que passam nas triagens com uso das EOA. Então elas não são confiáveis? São muito confiáveis, mas para crianças com baixo risco para perda auditiva.
As recomendações internacionais e nacionais (Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal – 2012) orientam que os bebês de baixo risco que falharam no Teste das EOA deverão fazer o reteste em até 30 dias e caso ocorra nova falha deverá ser realizado o PEATE (A). Continuando a falha será encaminhada para diagnóstico.
Apesar do consenso internacional, ainda encontramos muitas crianças que, por falhar no Teste da Orelhinha, continuam a serem testadas através das EOA por todo o primeiro ano de vida ou as crianças de alto risco que só foram testadas com as EOA e não desenvolvem fala e linguagem dentro do esperado – aí surge a dúvida de alguma alteração de audição. Não esquecendo que a perda de audição pode surgir em qualquer idade. A criança de alto risco para perda auditiva deve ser acompanhada por mais tempo.
A avaliação audiológica
A avaliação audiológica não é a realização de um único exame.
Ela compreende uma bateria de testes que quando cruzamos seus resultados chegamos a uma conclusão. Para os neonatos e lactentes a EOA, Timpanometria Específica, Avaliação Comportamental, PEATE Automático, PEATE Clicks, PEATE Frequência Específica, PEATE Via Óssea e Potencial Auditivo de Estado Estável são alguns utilizados. Nem sempre são necessários todos, mas com um exame isolado não fechamos o diagnóstico.
O encaminhamento para o diagnóstico é importante para a eliminação ou não da possibilidade de perda auditiva; o diagnóstico e a intervenção precoces são o objetivo maior. Quanto mais cedo as decisões e providências forem tomadas melhor para a criança mesmo nos casos de perda auditiva temporária (condutivas), melhor.
O exame BERA em bebês e crianças
Passada a fase da Triagem Auditiva Neonatal, a necessidade da realização do PEATE (BERA) muitas vezes causa uma grande apreensão nos pais. A solicitação desse exame ocorre para auxiliar no diagnóstico das perdas auditivas uni ou bilaterais de qualquer tipo, grau e configuração, para detectar neuropatias auditivas e alterações retrococleares, dentre outros. Ele fará parte de uma bateria de testes, principalmente quando não for possível a conclusão através das avaliações subjetivas.
É necessário que a criança esteja dormindo para a realização do mesmo, movimentos musculares interferem nos traçados dificultando a sua realização. Com o avanço da tecnologia, equipamentos que conseguem diminuir essas interferências já estão no mercado, mas o ideal é que seja feito sob sono natural ou sedação. Quanto maior a criança maior a dificuldade para realização.
Para realizar o exame é necessário a colocação de eletrodos e fios na testa e lóbulos das orelhas, o que pode assustar a criança, mas é indolor e não invasivo. Após a colocação e avaliação dos eletrodos, os estímulos (sons) são emitidos e registramos os potenciais que deverão ser analisados.
É possível a realização no consultório sem sedação desde que algumas orientações sejam seguidas. Essas devem ser discutidas e acordadas com os pais.
A realização do PEATE em domicílio já é possível para as crianças que tem dificuldades de dormir durante o dia.
Quando o sono natural não é possível a sedação é recomendada, e orientada que seja realizada por profissional capacitado de preferência em ambiente hospitalar. Começados os procedimentos, o tempo médio de duração é uma hora.
O BERA é fundamental em inúmeros casos
A falta do diagnóstico pode levar a prejuízos incalculáveis e terapias equivocadas. Sua realização e a combinação dos resultados traz a segurança de um diagnóstico mais preciso. Mas a combinação dos resultados é que nos dá mais precisão.”
Mais perguntas sobre o exame BERA em bebês e crianças:
O que é o exame BERA em bebês?
O exame BERA (Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico) em bebês é um teste que avalia a função auditiva do sistema nervoso auditivo em recém-nascidos e crianças. Esse teste é indolor e não invasivo, e é utilizado para avaliar a audição de crianças que ainda não são capazes de se comunicar verbalmente.
Como é realizado o exame BERA em bebês?
O exame BERA em bebês é realizado com eletrodos fixados no couro cabeludo e nos ouvidos da criança. Em seguida, estímulos sonoros são apresentados por meio de fones de ouvido enquanto a atividade elétrica do sistema nervoso auditivo é registrada. O teste é realizado em uma sala silenciosa, com a criança deitada em uma cama ou no colo dos pais.
Todo exame BERA é feito com sedação?
A sedação não é necessária para realizar o exame BERA em bebês, mas pode ser utilizada em casos especiais, como quando a criança não consegue ficar quieta durante o teste. A sedação pode ajudar a tornar a criança mais confortável e reduzir o movimento durante o teste, o que pode melhorar a qualidade dos resultados.
Como é realizada a sedação para o exame BERA em bebês?
A sedação para o exame BERA em bebês é realizada por um anestesiologista especializado, utilizando medicação apropriada para a idade da criança e assegurando a monitorização adequada durante o procedimento. Antes da sedação, é importante que os pais da criança informem o audiologista sobre quaisquer alergias ou condições médicas pré-existentes da criança.
Quais são os benefícios do exame BERA com sedação?
O exame BERA com sedação pode ser mais confortável para a criança, uma vez que a sedação pode ajudar a relaxar a criança e reduzir o movimento durante o teste. Isso pode melhorar a qualidade dos resultados do teste e permitir uma avaliação mais precisa da audição da criança.
Quais são os riscos associados ao exame BERA com sedação?
Existem riscos associados à sedação em qualquer procedimento médico. É importante que o exame BERA com sedação seja realizado por um anestesiologista especializado e que a criança seja monitorizada continuamente durante o procedimento. Os riscos associados à sedação incluem reações alérgicas, diminuição da respiração e outros efeitos colaterais, mas esses riscos são geralmente raros.
Como a escolha entre o exame BERA com sedação e sem sedação é feita?
A escolha entre o exame BERA com sedação e sem sedação é baseada na idade da criança, na capacidade de ficar quieta durante o exame e nas recomendações do médico ou audiologista. Se a criança for capaz de ficar quieta e cooperar durante o teste, o exame BERA sem sedação pode ser realizado.
Onde fazer o exame BERA em bebês e crianças no Rio de Janeiro?
O exame BERA em bebês e crianças (com ou sem sedação) pode ser feito na Clínica SONORA – Rua Siqueira Campos 93 sala 1101, Copacabana Medical Center. O whatsapp da clínica é 21 99556 2727. A fonoaudióloga responsável pelos exames BERA na Clínica Sonora é a Dra. Norma Fidalgo.
Qual é a duração do exame BERA em bebês?
O exame BERA em bebês geralmente leva de 30 minutos a uma hora para ser concluído.
O exame BERA em bebês é doloroso?
Não, o exame BERA em bebês não é doloroso.
Qual é a precisão do exame BERA em bebês?
O exame BERA em bebês é uma ferramenta precisa para avaliar a audição em recém-nascidos e crianças. No entanto, é importante lembrar que nenhum teste é 100% preciso e os resultados do exame BERA devem ser interpretados por um profissional de saúde especializado.
Dúvidas sobre BERA em bebês e crianças
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17 Comments
MICROTIA: todas as pessoas com microtia têm perda auditiva?
13/03/2023 at 17:16[…] bem como os detalhes da malformação. Isso poderá ser feito com exames auditivos específicos (BERA, otoemissoes acústicas, pesquisa de alguns reflexos e das reações dele aos sons ambientais) […]
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25/01/2023 at 13:30[…] O QUE É O EXAME BERA? […]
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18/01/2023 at 11:17[…] que se torna muito importante a vigilância da audição dos bebês e crianças, seja com o teste da orelhinha, obrigatório em recém nascidos, seja através da observação do comportamento e das reações da […]
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07/04/2019 at 19:01[…] se uma família descobre que tem um bebê com surdez profunda. O médico lhe recomenda o uso da tecnologia atual que é o implante coclear. E essa família se […]
Graziella D'Agostin de Souza
11/03/2019 at 03:27Minha filha nasceu com líquido nos dois ouvidos. Todos os testes de orelhinha que ela fez sempre deram alterados. Ela já fez o exame BERA duas vezes, a primeira quando tinha 3 meses e o resultado foi bom que ela apenas tinha líquido. O segundo foi muito ruim…. mostrou perda auditiva, daí descobrimos que ela estava com ouvido infeccionado e por isso tomou antibiótico. Com 1 ano e 2 meses ela colocou dreno por causa do líquido (isso depois de tomar muitos antibióticos). Semana passada ela repetiu os exames de imitanciometria e audiometria que diagnosticou perda auditiva e que ela ainda tem líquido nos dois ouvidos (os drenos já cairam e ela não estava gripada qdo fez os ouvidos). Então me pergunto de onde vem o líquido? O médico otorrino que a acompanha disse para ela repetir os exames daqui a 30 dias… e talvez fazer um novo BERA. Agora que ela está com 1 ano e 8 meses consigo perceber claramente que ela não ouve sons baixos e eu sinto que não estou ajudando. Não sei mais a quem recorrer, por isso gostaria de uma indicação de otorrino pediatra pra eu levar os exames dela e esclarecer minhas dúvidas. Tbm nao sei se ela nao deveria começar a frequentar aulas com uma fonoaudióloga, pq a minha bebe eh quietinha… não fala, não percebe qdo alguém chega em casa, essas coisas. Se puderes me indicar, agradeço a atenção.
Pryscilla Cricio
20/08/2020 at 14:30Olá Graziella,
Tudo bem?
Venha para o nosso grupo fechado no Facebook com mais de 15.300 pessoas com deficiência auditiva que usam aparelhos ou implantes. Para se tornar membro, é OBRIGATÓRIO responder às 3 perguntas de entrada.
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Abraços,
Equipe Surdos Que Ouvem
Eliane
15/06/2018 at 15:50Minha filha passou no teste da orelhinha de recém nascida aos 14 dias,nenhum problema de audição considerável na família..Acompanhada sempre por dois pediatras..
Com 1 ano e 5 meses tivemos o diagnóstico de surdez profunda bilateral..
É a primeira filha, foi a professora do berçário que nos procurou pra falar da suspeita que ela não ouvia bem, e confirmar também nossas suspeitas!
João Guilherme e a surdez moderada: um bebê que nasceu sem vida
18/04/2018 at 19:30[…] A cada dia de melhora na UTI nos íamos ao céu. Até que um dia a fonoaudióloga veio fazer o Teste da Orelhinha e eu via que ela tentava repetir o exame muitas vezes, só que sem sucesso. Tentamos 4 vezes em […]
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07/12/2017 at 18:15[…] os 6 meses de idade fomos acompanhados por um otorrino do Mato Grosso do Sul. Após um BERA, uma tomografia e uma ressonância, foi diagnosticado que o ouvido médio e o ouvido interno […]
Anna Stepansky
27/10/2017 at 12:49Sem palavras… estou numa peregrinação para conseguir um diagnóstico para minha filha… os exames auditivos já apontaram para um problema e para mim que sou mãe é tão óbvio a perda auditiva e, pior, noto que progressiva.
É um festival de especialistas….
O tempo está passando e não consigo ajudar minha pequena. Pelo visto essa dificuldade no diagnóstico é mais comum do que eu pensava.
Que maravilha encontrar seu blog!!! Gratidão!