A maternidade atípica costuma ser uma experiência tão solitária quanto a surdez – só quem vive isso todos os dias é capaz de entender os desafios, os medos e as angústias envolvidos no processo. A maioria esmagadora das mães atípicas não têm deficiência alguma e jamais precisaram parar para pensar no que significa ser uma PCD. Criar e educar uma criança com deficiência exige habilidades que vão muito além dos estímulos constantes que devem ser feitos pela família para uma melhor reabilitação.
A maternidade e a paternidade atípicas não têm nada a ver com “superação”, mas com adaptação e aprendizado constante. As histórias das mães e dos pais precisam ser ouvidas e validadas. Elas envolvem muita dedicação, muito cansaço e várias lágrimas que são derramadas sem que ninguém veja. É por isso que fazer parte de uma rede de apoio composta por outras mães de PCDs é TÃO fundamental.
As crianças com deficiência auditiva ensinam muitas coisas aos seus pais diariamente. Esse post é um compilado de depoimentos de mães de surdos que ouvem, nos quais elas compartilham conoso os seus maiores aprendizados nesta jornada. Lembre-se sempre de apreciar cada momento da jornada da surdez do seu filho e celebrar toda conquista, por mais simples que ela seja. As deficiências nos ensinam a abandonar expectativas de perfeição e a aceitar cada ser humano exatamente como ele é. Quero deixar registrado a minha profunda admiração, respeito e gratidão pelos pais das novas gerações de surdos que ouvem que estão empenhados na luta anticapacitista e pró-acessibilidade. Vocês estão ajudando a transformar o mundo num lugar mais acolhedor.
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DEPOIMENTOS de mães de filhos com deficiência auditiva
Raquel
Ainda estou aprendendo, mas acredito que observar sem julgamento e ouvir “escutando” de fato o que é dito. No meu caso, que descobri a perda auditiva do meu filho aos 6 anos, ouvi e reproduzi milhares vezes que ele tinha ouvido seletivo mas alguns gestos e falas chamavam minha atenção. Então tive que aprender a ouvir meu coração e meu filho.
Camylla
Meu filho me ensinou a enxergar as pessoas com outros olhos, sem duvidar de suas capacidades ao perceber alguma deficiência, sem julgar se ela é capaz de fazer aquilo ou isso apenas olhando, sem conhecê-la. Porque na verdade, só saberemos as dificuldades e facilidades de uma pessoa conhecendo ela, e isso inclui tanto pessoas com deficiência como pessoas sem deficiência. E minha vontade é essa, que meu filho não seja pré julgado pela sua deficiência auditiva, e se for, que ela tenha a oportunidade de mostrar do que ele é capaz, tanto com suas facilidades quanto com suas dificuldades, como qualquer pessoa.
Ana
Só me dei conta que era capacitista depois que meu filho nasceu surdo. Aprendi e aprendo todos os dias que conhecimento é uma arma poderosa, que tecnologia devolve a qualidade de vida de pessoas surdas e que nunca saberei o que é estar na pele dele, por mais empática que tente ser.
Lawani
Aprendi com minha filha que nunca é uma palavra que não existe me ensinou a acreditar que somos capazes de tudo e perceber que nós também temos muito que aprender e que nossos filhos tem muito que nos ensinar.Hoje sou muito mais feliz com ela, que me enche de orgulho. Agradeço a Deus todos os dias pela minha filha ser a pessoa que ela é, como ela é.
Juliana
Aprendi que há várias maneiras de se comunicar; que é preciso ter atenção em cada comportamento; que se não deu certo de um jeito, tentamos de outro; que o mundo não tá preparado pra atender a todos, mas que tbm tem mta gente fazendo a diferença e ajudando na inclusão; que não podemos desistir; que é normal se cansar e precisar descansar p retomar; que cada um é único e essa é a graça! Que nunca paramos de aprender e informação é o melhor jeito de quebrar qualquer barreira; sinto que, mtas vezes, as pessoas não sabem como agir por ignorância, falta de conhecimento mesmo.
Bruna
Meu filho me possibilitou a conhecer outras maneiras de viver, de se comunicar e de amar. Antes do diagnóstico eu não conhecia nem sabia que existiam outros meios de comunicação a nao ser através da fala. Ainda hoje após 3 anos de diagnóstico ela me ensina coisas e uma delas é de não desistir e de acreditar que mesmo com as dificuldades sempre se e capaz daquilo que se acredita! Me apresentou um mundo novo e a tratar qlqr outra pessoa diferente com mais empatia. E uma coisa que antes eu não sabia que tinha, força e vontade de lutar pela causa e acessibilidade para todos.
Fernanda
Me ensinou o valor dos sons , a conhecer sobre a surdez e tentar passar o máximo de informações que aprendi a todos ao meu redor. A ser paciente e ser encansavelmemte estimuladora na sua reabilitação auditiva. A transforna meu dia a dia em roteiro, falar tudo e dar conta de responder suas perguntas sem fim, dar graças a tudo a cada palavra falada a cada som que ele me relata ouvi
Fran
Me ensinou a ser paciente, a dar valor a coisas simples, a aprender ouvir, a celebrar pequenas conquistas como se fossem a maior vitória de todas… Ensinou que sou mais forte que o medo, que cada tem o seu tempo, e o que importa na vida são as pessoas que temos ao nosso lado… Me mostrou a importância das coisas simples da vida…
Nana
Minha filha me ensina todos os dias. Aprendi a agradecer a oportunidade que ela tem de ouvir com os ICs, e a valorizar cada som do dia a dia. A ser paciente e repetir tudo para ela mesmo quando estou cansada. A aproveitar cada momento da vida com a mesma intensidade que ela aproveita (ela é intensa em tudo). Ver a evolução dela me impulsiona, me incentiva para tudo na minha vida. Sem dúvidas me tornei uma pesosa melhor, uma mãe melhor, amor é o que resume a nossa história.
Rose
Meu filho me ensinou a nascer de novo, nasci para um mundo que nem sabia que existia. Me fez nascer para empatia, para o amor. Fez nascer em mim uma Fé uma confiança e uma certeza que, não existe limites, cada um tem seu potencial, seu tempo. Ele aprendeu comigo, mais eu aprendi um Milhão de vezes mais com ele
Ana
Me ensinou a ser mais forte,a ver a importância das coisas simples da vida,a dar valor a cada conquista da minha filha, e saber quem são realmente as pessoas que estão do nosso lado!
Thalita
Minha filha me ensinou absolutamente tudo sobre a surdez. Porque eu nunca tive contato com surdos e não fazia ideia de como era complexo toda parte da medicina (tipo várias causas, tipos de procedimentos, graus de surdez…). Aprendi também a dar valor em cada cisquinho de desenvolvimento da criança. Enquanto pais de crianças ouvintes nem percebem uma palavra nova, nós vibramos a cada pronuncia correta, cada sílaba que eles aprendem, a cada evolução.
Marcia
A cada dia me ensina coisas novas. Meu filho me mostrou um universo que para mim era indiferente. Eu consegui ensinar algumas coisas para ele, mais ele me ensinou muito mais. O carinho, a dedicação, cada dia mais me fascino com o jeito dele de lidar com suas diferenças. Ele cria super heróis imaginários com o melhor amigo (que é um cadeirante da mesma idade dele) e sempre vencem juntos os obstáculos. Esses dias mesmos os dois estavam planejando o que fazer quando o amigo dele disse que ia ser presidente do Brasil. Como iam melhorar o bairro. Orgulho, essa é a palavra.
Ani
Uma dor enorme tomou conta do meu coração no momento do diagnóstico, misto de raiva, culpa. Vivi o luto ao mesmo tempo em que comecei a correr atrás do melhor pra ela. Sempre busco ler, me informar…. Ainda sinto tristeza quando vejo alguns atrasos dela, ao mesmo tempo que sinto feliz idade e orgulho de ver suas conquistas, é um misto de emoções. Luto todos os dias para que ela evolua mais e mais, faço de tudo pra que ela cresça e sempre se aceite…
Alessandra
Primeiro vem o luto, depois o desespero, depois a culpa, depois perguntas e dúvidas, aí você dá um jeito de se erguer, buscar o melhor para aquele serzinho que depende muito de você para ter os melhores recursos. A luta é diária e comemoramos cada vitória. Aprendemos a dar valor ao mínimo, ao que realmente importa. Me reinventou como mãe, me fez outra pessoa. Deus sabe direitinho a quem enviar filhos especiais. Eles são nosso passaporte para sermos renovados, na perseverança e fé, na bondade e no dom de ver a vida com outros olhos.
Daniela
Briguei com Deus e com a vida, me tranquei em casa vários dias, mesmo com o BERA, ainda me pegava jogando coisas no chão e batendo portas de propósito, porque no fundo queria que o exame estivesse errado… Chorava compulsivamente, entrei em depressão, mas em paralelo estava buscando formas de ajudá-lo. Através da internet, conheci pessoas maravilhosas que passam pela mesma situação. Me indicaram médicos, fonos, criei coragem pra falar sobre a síndrome depois que escrevi para você e passei por uma situação horrível de preconceito com uma vizinha. Ali vi que era o momento de quebrar barreiras e falar sim sobre a surdez, sobre a síndrome, porque se eu tinha vergonha, como ia querer exigir respeito dos outros? Então resolvi dar um restart na minha cabeça e no meu coração, para entender e finalmente aceitar que fui é muito abençoada com o Dan. Aprendo todos os dias a ver a vida diferente, ele me ensina a dar valor a cada pequeno som, palavra… Ele me dá uma força e uma noção de vida, que jamais imaginei um dia ter. Passamos ainda por cada adversidade, mas passamos… Tudo passa, seja bom ou ruim.
Fernanda
Sou mãe da Nicole de 6 anos. Tive um período de “luto” sim. Reagi rapidinho e comecei uma busca que dura até hoje, do melhor pra ela. Aprendi e aprendo diariamente com ela, minha guerreirinha que me inspira e dá força para superar qualquer dificuldade que encontro, quando paro para pensar vejo que se pudesse reescrever nossa história, eu não mudaria nada!
Regina
Quando veio o diagnóstico foi um choque, mas nunca fiquei lamentando. Corri atrás de tudo que ele precisava e corro até hoje.Ele com todas as suas limitações é tão alegre. Por que eu seria diferente? Seguimos juntos superando todas as dificuldades e vencendo.
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