Faço mapeamento de implante coclear no Rio de Janeiro desde 2013 com a fonoaudióloga Dra. Márcia Cavadas na SONORA. Ela é maravihosa e tem décadas de experiência em IC, tanto com adultos quanto com crianças. As pessoas costumam ficar obcecadas com a ativação do implante coclear – que é apenas o primeiro passo de uma jornada que vai durar a vida inteira – e não prestam atenção na importância do mapeamento regular, periódico e bem feito do IC.
Alerta sobre o MAPEAMENTO DE IMPLANTE COCLEAR?
Durante meu primeiro ano como implantada fiz mapeamento de Implante Coclear uma vez por mês, religiosamente. Acredito que isso teve um impacto decisivo no sucesso do meu resultado. Assim que meu implante coclear foi ligado pela primeira vez, mergulhei fundo na estimulação do meu cérebro. Não permiti que ele se acostumasse com pouco estímulo e o estimulei freneticamente ao longo de vários anos. A minha missão pessoal se tornou fornecer ao meu cérebro todas as oportunidades possíveis de se superar cada dia mais.
Os mapeamentos mensais depois se tornaram bimestrais. À medida que o tempo passava e minha audiometria com ICs ficava cada vez melhor, começamos a espaçar mais os mapas. Passei a fazer mapeamento de implante coclear a cada 6 meses. Já tem algum tempo que vou à SONORA fazer um novo mapa nos dois ouvidos biônicos apenas quando sinto necessidade.
Ontem fui lá com o objetivo de fazer um novo mapa para o IC esquerdo. A fonoaudióloga acatou o meu pedido de colocar o mapa do IC direito no IC esquerdo, porque eu queria muito descobrir como o mapa do meu ouvido favorito soava no outro ouvido. Não deu certo, o som ficou péssimo. Então, fizemos um novo mapa com o objetivo de “abrir” mais os sons, já que minha sensação auditiva no ouvido esquerdo é igual a quando uso capa à prova d´água no IC: sensação de tamponamento, de estar escutando as coisas dentro de uma caixa fechada.
A Márcia fez a sua mágica, e é muito bacana esse trabalho colaborativo que temos. Vou explicando com a maior riqueza de detalhes possível a minha percepção auditiva a cada pequena mudança que ela faz, e finalmente consegui nomear um incômodo que tenho às vezes com sons graves, graças à ajuda da fonoaudióloga Virgínia Leão Schell (minha amiga, que trabalha com reabilitação auditiva e que foi assistir a nossa sessão dessa vez). Eu falei que ouvir um TRRRRR junto com algumas palavras e aquilo me incomodava demais. A Virgínia usou a palavra “TREPIDAR” e matou a charada do que eu tanto queria dizer mas não encontrava a palavra certa.
Dessa vez, o mapeamento do implante coclear esquerdo me deixou nas nuvens. Os sons agudos “abriram” muuuuito e estou com a sensação de estar ouvindo duas vezes mais alto do que antes. O cérebro AMA ir para o próximo nível mas, para que ele consiga fazer isso, você precisa dar essa chance a ele. O meu cérebro é rápido em me mandar mensagens tanto de desconforto quanto de necessidade de novos estímulos. Eu só obedeço, e Márcia Cavadas faz a mágica.
É absolutamente incrível ser 100% surda dos dois ouvidos e poder voltar para casa ouvindo todos os tipos de passarinhos possíveis e imagináveis no ouvido que considero o meu “pior” (mesmo que ele se saia melhor nas audiometrias, pode?).
Ter a máquina mais poderosa de todas – o cérebro – fundido com duas máquinas incrivelmente potentes – os implantes cocleares – é algo que te leva a outro patamar, em vários sentidos. É deslumbrante estar a um botão de distância de todos os sons quando você não ouve nada. Às vezes eu nem acredito…
O MAPEAMENTO DE IMPLANTE COCLEAR UNILATERAL
Até junho de 2016 eu tinha somente um implante coclear, portanto, fazia mapeamento unilateral. No outro ouvido eu parei de usar aparelho auditivo rapidamente depois que o IC foi ativado porque o som do IC era muito melhor. Aquele som tamponado e cortado dos aparelhos auditivos na surdez profunda me incomodava muito. Preferi ficar ouvindo apenas com o ouvido direito implantado até fazer a segunda cirurgia e passar a ouvir em estéreo. Você pode ler sobre minha jornada do primeiro implante coclear aqui.
O MAPEAMENTO DE IMPLANTE COCLEAR BILATERAL
Depois que fiz a ativação do implante coclear II em 2016, passei a fazer mapeamento bilateral. É aí que a coisa fica mais complexa e cheia de nuances, afinal, são dois lados opostos do cérebro que precisam funcionar em harmonia para que você goste do que está ouvindo.
Você precisa ser heavy user dos seus ICs para poder fornecer todas as informações possíveis à sua fonoaudióloga na hora de fazer mapeamento de implante coclear. Não adianta ser econômico na descrição dos sons, e lembre-se da regra de ouro: vá dar uma voltinha na rua antes do final da sessão de mapeamento. Dentro da sala da fonoaudióloga o som parece sempre perfeito, mas sabemos que na vida real não é assim.
MAPEAMENTO DE IMPLANTE COCLEAR E AUDIOMETRIA
Ontem não deu tempo, mas costumo fazer uma audiometria após o mapeamento do implante coclear. É tiro e queda: se o novo mapa prioriza sons agudos, a audiometria mostra isso direitinho. No meu Instagram já compartilhei algumas audiometrias lindíssimas que fiz com os dois ICs após um novo mapa – elas são um dos meus maiores orgulhos na vida!
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