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Crônicas da Surdez

Superar a vergonha da surdez

Hoje preciso da ajuda de vocês. Às vezes recebo uns emails super tristes de pessoas com dificuldades para superar a vergonha da surdez. Sempre quis que o Crônicas da Surdez fosse um espaço no qual encontrássemos inspiração para superar nossos obstáculos pessoais. Por esse motivo, evito dividir aqui no blog histórias que possam nos deixar para baixo.

Porém, recebi um email de uma leitora que me pareceu desesperada por uma luz no fim do túnel, e acredito que todos nós aqui podemos ajudá-la. Cada um tem um ponto de vista muito particular sobre o problema. Vou deixar o meu no final do post, e peço que vocês também deixem o seu, nos comentários. Se fomos capazes de tocar a vida, de superar (pelo menos em alguma medida) a vergonha da surdez, também somos capazes de ajudar as pessoas a fazer o mesmo.

A vergonha da surdez

“Olá, tudo bem? Me chamo C., tenho 25 anos e sou deficiente auditiva, uso aparelhos nos dois ouvidos. Gostaria de conversar muito com você. Me sinto deprimida, me escondo, não saio de casa por vergonha de não ouvir. Hoje a minha vontade é de morrer, porque não vejo sentido na minha vida!”

Troquei mais emails com a C. antes de escrever esse post. Ela me disse que tem 40% de perda nos dois ouvidos, usa aparelhos e sente muita vergonha do marido. Por isso se cobra tanto. Ela é casada há 9 anos e tem 3 filhos. A perda auditiva é de família, pois os tios, os bisavós a mãe e a irmã também possuem a deficiência. Ela disse que não fala sobre o assunto surdez com ninguém.

“Adorei o Crônicas, pois, como você, eu procurava conhecer pessoas, de preferência com idade próxima à minha, para me espelhar e superar isso. E fico muito agradecida pelo seu blog, que me ajudou, abriu minha mente sobre o assunto e pude ver que não sou tão diferente assim do mundo todo.

Quando fiz meus testes para usar a prótese, pedi pelo amor de Deus que me mandassem um modelo pequenino, para ninguém ver. A doutora me falou assim: ‘Não se preocupe, pois o aparelho auditivo está se tornando como óculos/aparelho dentário, muita gente necessita usar, e não é motivo de piadas, supere isto!’.

Fiquei com isso na cabeça, mas não via ninguém ao meu redor com o mesmo problema, nem mesmo na internet eu tinha encontrado. Por isso agradeço por compartilhar sua experiência com todos nós que temos deficiência, me ajudou muito.

Além da vergonha

O ponto principal quando falamos em surdez é aceitação. Como podemos esperar aceitação da sociedade, das pessoas próximas, dos familiares e dos amigos, se nós mesmos não nos aceitarmos primeiro? Impossível!

Quando eu era mais nova, sentia muita vergonha da minha surdez. Porém, um dia caiu a ficha de como é vergonhoso sentir vergonha de si mesmo. E inútil. Mudei totalmente a minha perspectiva sobre este assunto.

Quando alguém me procura para reclamar da sua surdez ou dizer que não aguenta mais, sempre pergunto se a pessoa está se esforçando de alguma maneira. Procurou um otorrino? Procurou um fonoaudiólogo? Usa aparelhos auditivos? Se usa e não se adaptou bem a eles, tem feito algo para mudar isso? Procura aperfeiçoar sua leitura labial? Se desafia e estimula de alguma maneira ou fica apenas trancado em casa lamentando o fato de que não ouve como as outras pessoas?

É confortável sentir pena de si mesmo

É fácil e prático sentir pena de si mesmo. Quando a pessoa tem filhos, acho isso tremendamente perigoso. O que você está ensinando a uma criança quando mostra a ela diariamente que tem vergonha da sua condição? O que seus filhos irão pensar ao lhe ver escondendo os aparelhos, se são eles que lhe ajudam?

Temos que ter orgulho de quem somos. A surdez é um detalhe. Eu não vivo em função da minha e acho que ninguém deveria fazer isso. Penso que não podemos nos trancafiar em guetos, e não sair da sua zona de conforto familiar é viver trancafiado num gueto.

Onde está a graça da vida se não nos desafiamos? Medos existem para serem encarados de frente. Encarando nossos fantasmas é que descobrimos que eles não são tão grandes nem tão poderosos assim.

A vida que quero ter, me comunicando com todos

Particularmente, não quero conviver só com pessoas que me entendem nem quero me comunicar apenas com meia dúzia de pessoas só porque leio seus lábios muito bem e entendo tudo o que me dizem. Quero me comunicar com o mundo! Quero ter amigos de todos os países, quero ter coragem de aceitar todos os convites que me fazem em vez de não conhecer as pessoas por medo de não entender o que elas me dizem.

A surdez não me impede disso, mas o meu comodismo pode me impedir. Além do desafio da aceitação, a surdez nos coloca o desafio do esforço pessoal. Vou “apanhar” para entender o que me dizem em outras línguas mas, se eu não tentar, não vou conseguir. E as chances de sucesso são grandes quando nos esforçamos.

Estou lendo o livro sobre a vida da Helen Keller, e digo uma coisa: se uma criança surdocega foi capaz de se tornar uma grande pensadora e aprender tudo o que ela aprendeu mesmo com a surdez e a cegueira, quem somos nós para nos queixar de ouvir mal?

Superar a vergonha da surdez, e fazer coisas incríveis

Há uma frase em inglês que eu amo e diz o seguinte :

It’s not what you are that holds you back, it’s what you think you are not.” – Denis Waitley

Traduzindo: não é o que você é que te impede de agir, é o que você acha que não é!

Portanto, vamos acreditar que somos capazes de coisas sensacionais nessa vida e vamos correr atrás delas em vez de nos resignarmos a uma perda auditiva. Eu sei que não é simples, que a surdez pode ser triste e solitária mas, cá entre nós, ficar trancado em casa fugindo dos desafios e evitando nossos fantasmas não ajuda em absolutamente nada. Esforce-se, corra atrás, busque conhecimento, e assim você conseguirá superar a vergonha da surdez. Não deixe a surdez te definir.

Peço a todos os leitores que chegaram até o final desse post que deixem sua contribuição pessoal nos comentários!

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About Author

Paula Pfeifer é uma surda que ouve com dois implantes cocleares. Ela é autora dos livros Crônicas da Surdez, Novas Crônicas da Surdez e Saia do Armário da Surdez e lidera a maior comunidade digital do Brasil de pessoas com perda auditiva que são usuárias de próteses auditivas.

61 Comments

  • Michelle
    27/09/2024 at 13:26

    Olá,
    É muito bom encontrar alguém que fale sobre. Eu não tinha deficiência auditiva, ela começou a se desenvolver em 2015, é bilateral neurossensorial dizem que genética tardia mas não há nenhum caso na família. Ela continua evoluindo, quando percebi começou com 25% e hoje está 60% nos dois ouvidos. Ela continua evoluindo de forma imprevisível, estou com 32 anos. A princípio pensei que minha vida tivesse acabado quando os médicos disseram que eu poderia ficar totalmente surda a qualquer momento, eu cantava há 15 anos, sempre amei a música e a deficiência chegou a um ponto em que mesmo com o aparelho não é possível mais cantar, chorei muito, fiquei 1 ano sem conseguir ver meus colegas de coral cantarem. Nunca senti vergonha da deficiência, na verdade pedi o aparelho mais brilhante e gostaria que desse para todos verem rs ficaria mais fácil se as pessoas soubessem antes de falarmos para nos comunicarmos. Já me trataram muito mal por eu não escutar direito, principalmente em consultas médicas, recepção, trabalho etc. Pensei que eu nunca mais teria uma vida “normal”, que não poderia fazer uma nova faculdade, conhecer novas pessoas, etc. Mas neste ano comecei uma nova faculdade, a que sempre quis fazer, confesso que tem dias muito difíceis, errei 2 questões na prova porque não escutei o que a professora falou porque ela fala muito rápido e mesmo você pedindo para as pessoas falarem devagar e mais alto elas não percebem e voltam a falar baixo e rápido novamente e sem dicção. Tento me virar de outras formas, me esforço muito estudando vários dias, mas nunca mais vai ser como antes, o difícil de quem não tinha a deficiência e passou a ter é aceitar que nunca mais vai ser como antes, focar em ser sua melhor versão agora dentro das suas limitações e que terão dias em que ficaremos mais tristes por não entender a roda de conversa de amigos, ou não entender o professor, ou porque alguém te tratou mal por ficar sem paciência por você não escutar e está tudo bem, o que vale é não desistir, viver um dia de cada vez.

    Reply
  • […] três mulheres são surdocegas e viveram uma depois da outra. As histórias das vidas delas podem ser lidas como um encadeamento de […]

    Reply
  • Cristina Gonçalves
    25/10/2016 at 10:56

    Olá para todos.
    Tropecei em vocês por “acaso”. Tenho 31 anos e descobri há cerca de um mês que tenho surdez neurosensorial severa, com perda quase total no ouvido esquerdo e apenas 30% de audição no direito. Já estou a usar um aparelho auditivo no OD, mas ainda em fase de ajustes, ainda nada está muito bem. Ainda não sei muito bem como lidar com isto, principalmente com a frustração que sinto. No entanto, estou a encarar tudo com um sorriso no rosto. Sorrir torna tudo mais fácil. Obrigada por este blog, estou a aprender muito com vocês. Um beijinho.

    Reply
  • Manuel Gomes
    12/10/2013 at 16:23

    Esperança? O problema é que em ratos tudo funciona…

    http://www.sciencedaily.com/releases/2013/01/130109124201.htm

    Reply
  • rosangela
    11/03/2013 at 16:43

    Olá! Achei muito importante o seu blog! Perdi a minha audição logo depois que tive o meu segundo filho(27anos), os médicos me disseram que foi excesso de medicamento. Pois quando eu era criança tomava muita penicilina. Hoje tenho 42 anos,uso aparelho nos dois ouvidos. Tenho muita dificuldades, mais muitas das vezes engraçadas, as vezes estou conversando sem entender direto no que estão falando, mais logo depois falo da minha deficiência, não tenho vergonha, pois tem tantas coisas que é mais vergonhoso. Um forte abraço

    Reply
  • ana
    03/11/2011 at 17:30

    Seu blog é maravilhoso! sou deficiente auditiva desde criança,estudei em escola normal, nao entendia o que o professor falava,estudava em casa com a familia, aprendi a ler e escrever e aprendi a me virar. ouço a voz mas não entendo o que dizem. tive o passe livre por 3 anos e aproveitei pra fazer cursos grátis, já que a passagem é cara nao posso pagar. mas cancelaram meu passe afirmando que minha perda é pouca. mas tenho laudos afirmando minha deficiencia que é bilateral severa. já participei de algus concursos e fiquei nos classificados. agora estão dizendo que não sou deficiente. quer dizer que os médicos erraram? o orgão de transporte é quem decide quem é ou não? isso está acontecedo com vários deficientes em Goiania. è só um alerta. beijos

    Reply
  • roberto de jesus santos
    02/09/2011 at 15:39

    eu nao nasi surdo mas aos 47 anos estou com perda de auldiçao bilateral severa vo ter di uzar apareilho auditivo nao estou gostano mas vo uzar e vo toca minha vida por que foi DEUS que mim deu itao em conto ele quezer asim asim vai ser mim ajude para eu comsegue mim apozentar pois so motorista de onibus e nao posso mas ser motorista de onibus e o que eu sei fazer .

    Reply
    • Demer D
      05/09/2011 at 11:30

      Ola Sr Roberto, veja bem se o senhor tem bastante tempo de empresa , é motorista de profissão a bastante tempo , não será muito dificil aposentar por invalidez permanente , mas terá que enfrentar a burocracia normal para se aposentar , sugiro que o senhor procure um advogado trabalhista tambem para se informar se a empresa tambem é culpada pelo seu problema auditivo (exemplo algumas profissões exigem certo cuidado com barulhos excesivos sendo necessario utilizar tampões , ou abafadores de ruidos , nesse caso a empresa não disponibilizar o equipamento ela tem culpa ,) e tambem para uma possivel indenização . sendo assim procure um profissional de sua confiança.

      Reply
  • Josina
    16/06/2011 at 22:36

    Paula boa noite e muito prazer .
    Conheci seu blog por que sou leitora da revista viva. Encontrar voce foi uma benção me ajudou muito, por que vi que eu e tantas outras pessoas passava pelos mesmo problema. Minha vó faleceu surda, minha mãe ja perdeu 80% da audição e eu já perdi 70%, e não da para falar no telefone…
    Quero deixar minha mensagem:
    Agradeço a Deus por ter permitido viver vários anos no mundo dos normais, foi otimo, tenho saudade de muitas coisas… más na minha vida presente vivo bem com a surdes porque descobri que tem outras formas de etender os sons, e elas são tão boas como se ouvissemos. E tambem descobri que eu sai de um mundo fechado, onde eu vivia, porque todos vivem. Hoje vejo que como uma deficiente auditiva vivo uma vida mais independente. mesmo se eu não quiser aceitar certa situação ninguem vai fazer por mim. Consigo encarar como algo novo em minha vida.
    Observando ao meu redor, vejo que tem pessoas mais surdas para a vida do que eu. Para eu descobrir coisas novas é maravilhoso. Espero que minha mensagem possa ajudar alguem. Um abraço a você e a todos.

    Josina.

    Reply
  • Paulo Henrique
    15/06/2011 at 01:25

    Nossa, fiquei com um aperto no peito qndo li esse post! Em situação de angústia extrema a C. se encontra(va), a palavra angústia no seu original significa lugar pequeno, fechado, apertado que nós mesmos nos colocamos. C. nada é por acaso, como já foi dito, mas dê uma chance a você, porque oportunidades estão a sua frente, de ser feliz, de viver bem, a alegria parte de nós mesmos, os outros apenas complementam, acredite em vc, e estamos aqui para dizer que vc é especial e torcendo por vc. Abraços.

    Reply
  • Vívian Maria
    18/04/2011 at 15:38

    Cara C,
    que tal esse vídeo, postado pela Paula: http://www.youtube.com/watch?v=E-xZ6ULzJEk&feature=player_embedded . Ele é muito inspirador…..

    Querida Paula,
    Parabéns pelo blog! Sou ouvinte, mas vou creio que TODAS as pessoas devem ter contato com um blog como o seu, para poder compreender melhor e respeitar TODAS as pessoas, com alguma restrição ou não.
    Beijos

    Reply
  • Bia Maia
    14/04/2011 at 20:28

    Vixe, fiquei uns dias sem internet e cheguei atrasada na discussão, mas pra variar não posso deixar de dar meu pitaco 🙂
    Ninguém consegue dar conta de tudo sozinho, né? Com ou sem deficiência. As coisas não fáceis pra ninguém…
    Lembrei da mãe de uma amiga minha. Ela tem uma deficiência auditiva e também dificuldades na fala em razão disso. Eu a conheço há mais de dez anos, então já estou acostumadíssima, entendo bem o que ela fala (apesar de ter que prestar mais atenção) e sei que preciso falar alto e pausado com ela. O bacana é que ela é casada há muito tempo, criou 3 filhos ótimos e tem uma vida super bacana. Pra quem não a conhece é muito difícil entender sua fala, mas pensa que ela se incomoda? Se tem outra pessoa que ela conhece a mais tempo do lado, prontamente pede ajuda. Vira e mexe viro eu mesma “intérprete”, traduzo pros dois lados! rs E é legal ver como a maioria das pessoas tem a maior paciência com ela, que é uma pessoa ótima, mais fofa impossível.
    Fácil num é né, mas tem que continuar. E eu acho também que as vezes devemos esperar o melhor das pessoas, tem tanta gente boa por aí…
    Beijos!

    Reply
  • CÁSSIA
    07/04/2011 at 01:31

    Paula,

    Lí o depoimento e penso que o problema principal dela não é a surdez, deve ser da sua natureza se importar muito com a opinião dos outros, penso assim porque é o que observo na minha família pois temos o mesmo problema, vários membros da família são deficientes auditivos, até a sogra rsrsrs
    Quando a pessoa é bem resolvida, sem complexos consegue encarar o problema da surdez e outros mais que venha a ter na boa, eu mesma que hoje encaro tudo com muita tranquilidade não sei se me sentiria da mesma forma se tivesse perdido a audição antes, quando era adolescente e morria de vergonha de sair na rua, de colocar maiô na praia por causa de uns quilinhos a mais.
    Hoje já encaro o meu biotipo melhor, ainda controlo o peso mas não deixo de fazer o que gosto e me sinto muito mais bonita, da mesma forma não tenho complexo dos aparelhos auditivos. Quando vou comprar prefiro o que permite um ganho maior e com mais qualidade, se consigo falar ao telefone etc, o tamanho é o que menos importa, aliás penso até em uma possível perda maior no futuro e procuro um que tenha possibilidade de acompanhar essa eventual necessidade.
    Infelizmente vejo familiares preocupados com o tamanho, desejando apenas o menor e mais invisível e não percebem que é muito pior ficar sem entender o que os outros dizem.
    Gostaria imensamente de poder ajudar mas sinceramente acho que é uma porta que só abre por dentro, ela precisa esquecer a surdez e procurar aumentar a autoestima e aprender o que realmente tem valor na vida.

    Reply
  • monica
    07/04/2011 at 00:05

    QUERIDA C…. POSSO TE CONFESSAR QUE MUITAS VEZES JA CHOREI TBM POR CAUSA DA MINHA PERDA AUDITIVA( CERCA DE 60% BILATERAL)….AS VEZES QUANDO ESTOU TRISTE COM ALGUMA COISA JÁ PENSO LOGO NESTE PROBLEMA , JUNTO TD E FICA TD UMA BOLA DE NEVE
    MAIS SE PARARMOS PARA PENSAR, SE OLHARMOS PARA TRÁS, EXISTEM PESSOAS EM CONDIÇOES MAIS DIFICEIS, OU SEM SOLUÇOES…JÁ QUE TEMOS SOLUÇÃO COM APARELHOS, ENTÃO BOLA PRA FRENTE>>> A GENTE USA CABELOS SOLTOS …PRONTO!!! A VIDA É MARAVILHOSA…NÃO DESPERDECE NÃO TÁ!!! BJ FIQUE COM DEUS!!

    Reply
  • cirlene santos
    02/04/2011 at 05:42

    ola voçe de nome c eu sou surda biolateral com 98 decibes ,completamemte surda , vóçe ouve com aparelho simples vergonha do que querida de dois aparelho que talves seu cabelo tanpe ,saia de casa veja o mundo la fora a pessoas muito pior que voçé,não passe esse trauma para seus filhos procure por deus no coração tenha uma religião, voçe deve estar doente ou deprimida me desculpe pela sinceridade, olha eu esperando na fila do sus por um implante coclear, sei que não e facil ja chorei muito mais bola pra frete encarar a relidade. seus filhos ti ama do jeito que voçe e seu marido tambem força muita gara. beijão todos

    Reply
  • Millena Weber
    01/04/2011 at 18:25

    Oi pessoal!

    Em relação aos comentários do Thales e do Rodrigo lá em cima (dia 28 e 29 de março)… Eu simplismente adorei o comentário do Thales, como ele eu também estou “de fora”, e claro que tantamos sempre olhar o lado bom, mas isso também não quer dizer, que a gente não saiba que exista o lado ruim!
    E sabe aquele fato que o Rodrigo comentou? sobre os sobrinhos? sim, eu sou umas das sobrinhas… e a resposta para a pergunta dele é exatamente essa “pra quê?”, esse “pequeno detalhe” nunca fez a menor diferença pra mim, ou melhor, até fez… naqueles momentos quando eu quero falar alguma coisa que só ele pode “escutar”, eu simplismente mexo meu lábios, e ele entende TUDO! A leitura labial dele, é simplismente fantástica! Essa é a unica coisa que diferencia ele… o que de forma alguma é visto com uma coisa ruim, bem pelo contrário, isso é o máximo!

    Enfim, todo mundo tem algo a oferecer e a ensinar SEMPRE! E essas “pessoas” que tentam diminuir alguém por uma deficiência auditiva ou qualquer outra deficiência, essas sim é que realmente precisam de muita ajuda!

    Um grande abraço à todos!

    Reply
  • Julie
    31/03/2011 at 13:52

    Oi Paula! Oi C!

    Primeiro quero agradecer à Paula por esse blog maravilhoso (o Sweetest tbm é show! rs), foi por meio dele que eu pude ver e entender coisas que passei na minha vida antes de me decidir usar o aparelho auditivo. Eu tenho surdez bilateral neurosensorial moderada a severa, algo em torno de 50% OE e 60% OD de perda desde os 3 anos de idade e só passei a usar o AASI aos 21/22 anos, e hoje quase 3 anos depois noto como eu tbm não aceitava a surdez.
    Paula, seu blog me ajuda e muito a ver o que aconteceu/acontece comigo de forma positiva e me faz sentir vontade de fazer como todos os outros que já comentaram, passar um pouco de mim para ajudar alguém que precisa.

    C, sei que é difícil essa fase que vc está vivendo, mas como todos já falaram anteriormente e fazendo eco à Paula, a surdez é uma oportunidade que nos foi dada para sermos melhores, superarmos as nossas dificuldades. Boa parte disso começa com a gente aceitar que não ouvimos igual aos ditos “normais” (sim, todos tem algo de diferente, uma deficiência física, psicológica, moral (essa é a pior)), aproveitar ao máximo as vantagens dos nossos aparelhos auditivos, e principalmente não se isolar do resto do mundo, temos que dividir nossas alegrias e angústias com aqueles que amamos, senão, porque teríamos uma família?
    Faça isso, converse com seu marido, seus filhos, seus parentes que tbm perderam a audição, diga a eles qual a sua dificuldade, procure conhecer como eles lidam com as deles, mas sobretudo, não se deixe levar pelo pessimismo, pela tristeza, enfrente o que te dá medo pensando que isso vai passar e vc é mais forte, muito mais forte.
    Conte com a gente (acho que posso incluir o pessoal que comenta aqui no Blog e a Paula tbm), estamos junto nessa batalha.
    Beijos.
    Julie
    juliereis17@gmail.com

    Reply
  • D.Damas
    30/03/2011 at 15:04

    Ola moça “C” .

    Sinceramente espero que todos esses comentários possam te ajudar a ter uma vida mais prazerosa e sobretudo alegre, voce tem grandes conquistas que eu considero uma das mais dificeis e desejadas a familia , seu marido te escolheu do jeito que vc é , porque o drama ? para ele isso não importa , sinceramente acho que ele nao está nem ai , ele casou com uma moça que para ele é normal e o problema auditivo seu não tem importância nenhuma, o que importa é o que vcs construiram nessa bela união que resultaram tres filhos e com certeza várias conquistas materiais , não se preocupe com oque os outros pensem ou vão pensar de tua condição atual de ser deficiente auditiva , nossa surdez é apenas um detalhe de nossa vida , algo que tinha que ser ajustar em nossa existencia atual , algo desajustado em outras vidas que agora nos cobra o preço . Muitas vezes somos atacados por esses sentimentos negativos de que tudo esta errado por termos esse probleminha , digo probleminha porque em comparação a outras deficiencias o nosso problema é um refresco.
    Voce jamais deveria pensar em morrer em decorrência disso vc é a alegria de seus filhos , marido , de seus pais , alegria dos seus filhos é alegria deles de ter uma mãe que esta do lado deles o tempo todo , vc deveria pensar que a vida é a melhor coisa que existe nesse mundo , e amor de família é impagável, Deus sempre é justo , ele nos deu esse problema sabendo que nós conseguiremos pular isso de alguma forma conseguiremos superar , ele nunca nos dá um problema sem a certeza que nós vamos conseguir vencer, tenho certeza que essa fase vai ficar para traz e vc vai ver qeu a vida é bela e nos dá inúmeras oportunidades de vencer.
    Que tal fazer algo que lhe de prazer para combater a depressão , procure algo positivo que lhe de aquela vontade enorme algo que nunca fez , algo que tenha vontade , praticar esportes , maratonas , ciclismo etc , ha estudar fazer algo de vontade , nesse blog eu vi algumas pessoas com profissões incríveis que eu jamais imaginaria ter , tem médico ,tem inúmeras areas que achava que era um problema e olha ai a prova que o pessoal superou , venceu , que exercem a profissão numa boa , e outros na luta para conquistar um lugar no sol , muitas vezes tambem acordo com um sentimento negativo que destroi qualquer alma , faço uma preçe pelo belo dia que esta nascendo e sempre agradeço pela condição atual que é necessária para minha evolução, ser positiva é o seu equilibrio. pense sempre bem que tudo flui.
    Portanto a surdez não é tão terrível assim .
    Abcs a todos

    Reply
  • Bel Maia
    30/03/2011 at 12:09

    Eu também gostei muito dessa frase da Deni!

    “… você deve também estar pensando que seus sonhos se foram… mas não, eles apenas terão de ser reinventados! “

    Reply
  • gabriela
    30/03/2011 at 11:17

    Olá Paula e C…, estou sempre lendo seu blog Paula e não sou surda, sou interprete e entendo muito os surdos e suas famílias.
    As vezes um grande problema já nasce na família que não entende seus filhos. Li num livro (não lembro o nome mas é de Portugal) que falava assim: quando pais surdos tem filhos ouvintes eles fazem de tudo para colocar os seus filhos onde eles tem estar e onde onde devem estar para aprender o seu idioma, ou seja, o portugues. Já existe uma grande diferença quando os pais são ouvintes e tem filhos surdos, eles os excluem e nem mesmo se esforçam para aprender o seu idioma, ou seja, libras.
    O quero dizer com isso, que muitos com problemas auditivos desde sempre tiveram esta rejeição da família e você cresce assim e se condiciona a achar que não deve explorar o mundo afora.
    Isso é um processo lento, quando você encherga que pode ser mais, que pode ir mais além.
    C…que bom que dividiu seus sentimentos, isso é muito importante, é o primeiro passo para você sair da “toca” e como a Paula falou, você tem filhos, você precisa se aceitar e eles terão orgulho de você.
    Deus Jeová ama você, nosso criador se importa muito com você e nós também, por isso tantos comentários. Deus através da Bíblia em Isaías fala assim: no futuro os olhos dos cegos vão se abrir e os ouvidos dos surdos abrir-se-ão. Não é uma esperança maravilhosa?!
    Enquanto isso não chega, siga os conselhos de Paula, não viva em torno da surdez.

    Abraços
    Gabi

    Reply
  • Deni
    29/03/2011 at 22:08

    Oi Paula,
    Há pouco tempo venho acompanhando seu blog, quero escrever para você mas o tempo… (sei, desculpas… mas uma hora solto a veia de “escritora”).
    Você está de parabéns pela sensibilidade e franqueza que aborda o assunto!
    Ah! Sou DA neurosensorial bilateral profunda OD e severa OE, utilizo AASI apenas no OD e oralizada. Em muitos aspectos me identifiquei com você, com a Lak, com o Rodrigo e outros. Também tenho histórias para compartilhar, mas nenhuma triste… 😉

    Para C.
    Não quero ser redundante nos comentários já postados pelos colegas acima. Entretanto, não pude deixar de observar que de certa forma você C., já estava familiarizada com a surdez na família; portanto dando meu pitaco, acredito que você fazendo terapia para elaborar esse luto, sim, porque parte de você morreu ao perder a audição, vai te ajudar muito e também a perceber o que de fato a incomoda de verdade nessa perda, pois acredito (meus achismos, claro) que você deve também estar pensando que seus sonhos se foram… mas não, eles apenas terão de ser reinventados! Pense nisso!

    Um abraço,
    Deni

    Reply
    • Mariana
      29/03/2011 at 22:31

      Adorei o que tu falaste sobre sonhos, pura vdd.

      Reply
  • cecilia
    29/03/2011 at 16:30

    creio que tudo passa pela aceitação seja no meio familiar, seja a propria pessoa! tenho um filho surdo que desde pequeno foi na fono usou aparelho e sente-se incluido em tudo namora passeia, trabalha em casa até esquecemos que ele não ouve! massss, algumas pessoas encaram como doença na minha família algumas pessoas dizer ele não vai melhorar? um abraço adoro ler seu blog!!!!!!!!!!

    Reply
  • nagila
    29/03/2011 at 14:33

    oi paula ,nem percebi ser grandee rs rs
    lendo…lendo mais comoveu bastante me emocionei o qto vc supera tudo!! e sei que nao e facil!!
    mto bom seus conselhos ,ondem possa acordar todas essas pessoas que acham que surdez e doença!
    bjs

    Reply
  • Lucia
    29/03/2011 at 13:01

    C. que tantos comentários de motivação possam te ajudar a viver mais feliz.
    Sim, é possivel ser feliz mesmo sendo DA.
    Sou DA bilateral, moderada, progressiva, soube já adulta, há um ano (tenho 49), uso aparelhos auditivos, e sigo a vida aprendendo cada vez mais com as surpresas e lições que a vida nos apresenta.
    Considere-se especial, abençoada por Deus, por ter uma limitação que a obriga a se superar todos os dias. Um dia de cada vez. Uma lição por dia.
    Até perceber que a felicidade existe para todos, inclusive para os surdos, cegos, cadeirantes, portadores de doenças cronicas e degenerativas, etc…etc…
    Se eu puder lhe dizer uma frase de motivação seria esta: Viva um dia de cada vez.
    Seja Feliz!

    Reply
  • Nanny
    29/03/2011 at 12:43

    Oi!!!

    É sim dificil ser surda! Perdi a audiçao na gravidez do meu terceiro filho (sofri 2 abortos). Era na epoca gerente geral de uma multinacional no exterior, onde moro ate hoje..perdi o emprego pois aqui nao temos lei alguma que proteja os deficientes. Gastei o que tinha em medicos, exames, viagens, cirurgias e aparelhos. Adoeceu minha alma!. Em menos de 4 meses, passei a ser um zero a esquerda para as pessoas do meu convivio. So escrevo hoje pq fui magoada novamente..meu marido esqueceu o celular em casa, e voltou pra buscar.. quando percebi que o celular nao estava mais sobre a mesa liguei assustada pq jurava ter visto o celular ali, e ele gargalhando disse…”entrei, vc estava de costas, peguei o celular, falei tchau e vc nada..” na hora minha ficha caiu..gente, isso é terrivel, me senti completamente fora do planeta terra. Desculpa, estou triste hoje. Nao foi por acaso que encontrei seu blog justamente hoje..NADA É POR ACASO..

    Grande beijo a todos

    Reply
  • Paty
    29/03/2011 at 11:35

    Sou tão assumida com meus aparalhos que casei usando eles!
    Claro! Morria de medo de não entender o que o padre iria falar ahaha
    As pessoas podem até achar que o meu processador mental não é um’pentium”, pois muitas vezes escuto o que a pessoa fala e tenho que processar e pensar no que ela está querendo dizer (faz falta um treinamento auditivo!).
    Tenho até uma foto trocando as pilhas do meu aparelho e recolocando ele na festa do meu casamento!

    Reply
  • Paty
    29/03/2011 at 11:03

    Oi!

    Achei um blog para surdinhas como eu!!!
    Na verdade tenho perda moderada bilateral. A perda auditiva que tenho é neurossensorial e é progressiva, mas lenta. Acho até que tenho sorte porque com aparelho a situação melhora 90%
    Não fico me lamentando por ser “surdinha” e sim fico contente por hoje em dia ter tantos recursos e tecnologia que quase tudo tem solução ou remédio.
    Eu achava que não iria me adaptar com um aparelho tão pequeno, mas quando fiz o teste soube que haviam sons que não ouvia há muito tempo e que agora poderia entender e ouvir o que as pessoas falavam e não tentar uma leitura labial ou adivinhar o que a pessoa está falando.
    Quanto mais poder olhar para as coisas boas, o lado positivo, mais fácil será para se aceitar. Nada e fácil, mas as coisas boas compensam e hoje aproveito os direitos que os deficientes auditivos tem como concursos, etc.
    Paulo Santana uma vez escreveu na sua coluna sobre a surdez dele e a vida com aparelho auditivo. Vale a pena ler: http://wp.clicrbs.com.br/paulosantana/2010/05/20/as-fonoaudiologas/?topo=13,1,1,,,13
    Parabens pelo blog!
    Beijos a todos e força pessoal!

    Reply
    • Rodrigo Nunes
      29/03/2011 at 11:23

      Oi Paty!

      Muito bem lembrado sobre a coluna do Paulo Santanna. Eu li ela no ano passado e no fundo, achei muito legal de ver que uma “celebridade” gaúcha usa aparelho auditivo e expõe isso no jornal de maior circulação da região Sul do Brasil (Antes que me enforquem: não é jabá! Não trabalho na RBS e em nenhuma empresa do grupo! =P).

      É bom ressaltar as palavras do Paulo, onde ele diz que o aparelho auditivo contribui para melhorar a autoestima, proporcionando bem-estar, liberdade, alegria de viver e qualidade de vida.

      No final, ele pergunta, lembrando Bethoven: “Como pode, por sinal, o maior gênio da música clássica universal ter sido surdo? Dá para entender?”

      A pergunta dá um bom exercício de reflexão.

      Abs,
      Rodrigo
      (comentarista metido do blog)

      *Bah, falando nisso… vou tomar um chá de “sifragol”. Tô ficando chato já.

      Reply
  • Bel Maia
    29/03/2011 at 10:34

    Oi Paula, parabéns pelo blog e pela grande contribuição que ele presta a nós com deficiencia auditiva, veio sempre aqui. Eu tenho perda auditiva bilateral a mais de dez anos, começou aos poucos e foi aumentando… ainda ouço um pouco apesar de muitas vezes não entender o que ouço hahahaha… eu também já fiquei muito triste muitas vezes, eu também já quis me isolar por medo de não conseguir ouvir e entender o me dizem, acho que tudo o que sentimos faz parte do processo natural de aceitação que todos nós passamos. A aceitação de que a Paula falou é o primeiro passo para nos sentirmos melhor e poder seguir em frente. É claro que encontramos no decorrer da vida pessoas preconceituosas ou sem paciencia de falar novamente quando não entendemos o que foi dito. Mas quer saber? são pessoas com não vale a pena nos aproximarmos, deixo pra lá. C. não desista de viver, voce é muito jovem ainda e tem toda uma bela vida pela frente, a vida é linda e merece ser vivida. C. Deus a ama como voce é e como já foi dito por alguns acima, nada acontece por acaso, tenha coragem e fé. Olha eu já tive tristeza e já quis me isolar muitas vezes, mas graças a Deus não consegui, sou feliz apesar da perda auditiva e de outras perdas que já tive na vida.
    Beijos Paula, beijos C.

    Reply
  • Sonia Rodrigues Claro
    29/03/2011 at 02:35

    Olá!
    Como eu gosto deste blog! A cada post aprendo mais a ser gente, a perceber o simples, a não rotular as pessoas.
    Como eu gosto deste blog! Que abre espaço para as pessoas se acharem, se identificarem e se ajudarem.
    Como eu gosto deste blog, Paula, obrigado!

    Reply
  • Crônicas da Surdez
    28/03/2011 at 23:30

    Estou super emocionada com os comentários! Não tenho palavras para agradecer a presença de todos aqui, sempre colaborando, enriquecendo a discussão, sendo AMIGOS mesmo. Pois é assim que considero todos vocês!!
    Fico muito feliz que o Crônicas seja um ‘ponto de encontro’ e que a gente consiga se ajudar, se aconselhar, encontrar alento e inspiração.

    Beijo do tamanho do mundo!

    Reply
  • Thales
    28/03/2011 at 23:13

    Oi, C.,
    Como já foi dito aí acima, é difícil pra quem não vive a situação falar (e a vida de cada pessoa coloca tintas muitas vezes diferentes mesmo em situações similares). Mas eu falo como amigo da Paula há 17 anos (e não consigo escrever isso sem me sentir um pouquinho “me gabando”, hehe!) , que viu e viveu “de fora” boa parte do que ela já escreveu aqui. E é bem como foi dito: eu nunca na minha vida pensei na Paula como “a minha amiga que não ouve”. Eu penso na Paula como “a minha melhor amiga, ponto”. O resto é circunstância, mas circunstância existe em tudo, e, como diz a Paula, eu, cá “de fora”, não vejo por que eu “rotularia” a Paula por causa dessa circunstância. Aliás, pra dizer a verdade, e pra dar um olhar que pode talvez ser um tanto “outside the box”, eu (e, é claro que isso é fácil pra mim) nunca vi o fato de a Paula não escutar como algo completamente terrível. Pelo contrário. Sempre que eu parei pra pensar nisso, me chamavam mais a atenção os “superpoderes” complementares que ela desenvolveu. Exemplo: nós sempre sentamos meio perto na sala de aula. Uma vez que nos separaram, porque a gente conversava/trocava bilhete o tempo todo, nós conseguíamos mesmo assim conversar à distância por causa da famosa leitura labial! =) É útil até hoje pra conversar nos pubs com música alta demais. Hoje mesmo, eu não posso deixar de achar muito legais os gadgets que ela me conta que são compatíveis com o aparelho. Claro, de novo, é fácil pra mim, “de fora” focar no lado bom, mas o meu ponto é justamente que nós aqui de fora que temos um amigo/parente deficiente, gostamos da pessoa por quem ela é, não definimos a pessoa em função da deficiência (como eu noto que muitos leitores aqui do Crônicas temeram em alguma fase da vida). O que vale, afinal das contas, é o que as pessoas têm na cabeça e no coração, não nos ouvidos, como tu, que contruíste uma família, deves bem saber (e quanta gente não consegue fazer isso na vida, não por ser ou deixar de ser hard of hearing, mas of heart… só isso já é motivo pra qualquer ser humano se orgulhar!). Quanto aos idiotas maldosos, esses seriam uns idiotas maldosos mesmo que tu ouvisses como o Super-Homem, porque se tu ouves, os maldosos acham outro motivo pra ser fdp, porque tu és preto, ou branco, ou judeu, ou católico, ou gordo, ou magro, ou jeca, ou antipático, ou grosso, ou fingido, enfim, um idiota que quer ser maldoso não precisa de um motivo, ele simplesmente inventa um.
    Quanto aos guetos de que a Paula falou, é bem isso aí, também!
    No mais, força e boa sorte!
    Com carinho,
    Thales

    Reply
    • Rodrigo Nunes
      29/03/2011 at 00:33

      Pô, Thales, curti um monte o teu comentário. Apesar de saber que tenho amigos à minha volta com o mesmo pensamento que tu (as que não enxergam minha deficiência como tal), a diferença é que até hoje nenhum deles escreveu ou falou sobre isso.
      Vou aproveitar a deixa, perguntar a essas pessoas e procurar saber o que elas pensam. Isso vai ser interessante. =))

      Certa vez perguntei a dois de meus cinco sobrinhos, irmãos, ambos com menos de 10 anos:
      “Porquê voces dois nunca me perguntaram nada sobre meu aparelho auditivo ou quiseram saber sobre minha falta de audição?”
      A resposta: “Pra quê?”

      Não estamos sozinhos. Uma olhadela à nossa volta e vemos que temos o necessário. Nem mais, nem menos.

      PS.: Thales, invejei (no melhor dos sentidos) tua posição de melhor amigo da Paula. Em contrapartida, meu ego orbitou com o elogio feito pela Anna. \o/

      Abraços

      Reply
  • Anna
    28/03/2011 at 22:16

    Adoro as coisas que o Rodrigo escreve, são super inspiradoras!
    Também tenho perda severa-profunda bilateral, e minha vida sempre foi permeada de dificuldades – desde ouvir a professora quando na escola até fazer amizades. Já tive muita vergonha da minha condição de deficiente, não aceitava de maneira alguma ser “diferente”. Na minha fase mais rebelde, não usava aparelhos, passando assim por várias situações desagradáveis facilmente evitáveis, caso estivesse usando os mesmos…
    Mas aí o tempo (ah, sempre ele, um santo remédio) passou, amadureci e percebi que sim, nunca serei igual a quem ouve. Aprendi que sou assim, e aprendi também a tirar o melhor de todas as situações que a surdez me faz viver.
    Hoje, aos 22 anos, acho que superei muita coisa, mas ainda tenho alguns momentos “poxa vida”, quando me deparo com alguma situação chata ou pessoas incompreensivas. Um exemplo? Uma paciente, no hospital onde estudo, disse: “seu aparelho não funciona não?”, quando a pedi para repetir o que tinha dito 2 vezes. Chato, mas a gente passa por cima. E sai mais forte. 🙂
    Minha forma de falar também chama bastante atenção – e mentiria se dissesse que não fico com vergonha às vezes – mas nunca permiti que isso me tolhesse de alguma forma.
    C, inspire-se nessas histórias e viva uma vida mais leve, a seu modo. Não deixe jamais que um detalhe (porque no final das contas é somente um detalhe) emperre sua vida.
    beijos!

    Reply
    • Rodrigo Nunes
      29/03/2011 at 00:34

      Oi Anna!
      Valeu pela massageada no meu ego! Me emocionei aqui… hehehe!!

      Reply
      • Anna
        29/03/2011 at 17:57

        Sinta-se massageado msm, é a mais pura vdd! rs
        Estou sempre lendo seus pitacos, mas é a primeira vez que comento =)
        beijos!

        Reply
      • D.Damas
        30/03/2011 at 12:33

        “o seu aparelho nao funciona não ” hehe eu cansei de ouvir isso tambem , para quem não conhece as pessoas pensam que o aparelho auditivo ele deixa nossa audição igual a de uma pessoa normal , ledo engano o aparelho nosso funciona como um “amplificador”, aumentando em torno de 70% e nunca vai ser 100%, não ha forma de ficar “igual a audição normal”, todo mundo que usa um aparelho sabe disso , so nao sei como é o do implante , vou perguntar para a paula e para a lak , se existe diferenças dos aparelhos . ou alguem que saiba a diferença se ha alguma.

        Reply
  • Carine Almeida
    28/03/2011 at 21:47

    Sempre leio os dois blogs da Paula e os dois tem o mesmo “poder” de me surpreender positivamente, os temas do Sweetest atraem todas as mulheres, rsrsrs.., mas o Crônicas chamou minha atenção desde o primeiro dia por tratar de um assunto tão necessário.
    Sou professora e trabalho com Atendimento Educacional Especializado. Minha principal função é garantir a inclusão total dos alunos com alguma deficiência ou necessidade especial.
    O que percebo nas crianças com algum grau de perda ou deficiência auditiva é que a maior dificuldade é a vergonha que sentam, mas quando conseguem vencer essa “barreira” tudo se torna “normal” em suas vidas. As dificuldades físicas continuam a existir, porém o aspecto psicológico é muito mais importante.
    Aconselho todos aqui que leiam o livro sobre a vida Helen Keller ou assistir ao filme O milagre de Anne Sullivan, é uma grande lição de vida.
    Espero ter contribuído de alguma maneira.

    Bjos

    Reply
  • Lak
    28/03/2011 at 19:37

    Já conversei com a C. algumas vezes. Ela é uma moça maravilhosa que, infelizmente, não lida bem com a condição que tem. Eu entendo. Não dá pra todo mundo ter a mesma força. Mas, dá pra gente incentivar.
    Longe de nós banalizar a dor do outro. A questão é que muitas vezes, servir de exemplo, também é uma forma de terapia. A pessoa vê alguém em condição similar e percebe que as coisas não precisam ser levadas do jeito que ela leva.
    A verdade é que a vida é uma só e ninguém pode vivê-la por nós. Então, só nos resta aproveitá-la.
    Torço, de coração, para chegar o dia que a C. e todo e qq deficiente auditivo, com ou sem aparelho, implantado ou não, sinta-se a vontade com a própria condição e não tenha a menor vergonha de sair do casulo, viver a vida e aproveitar o que o mundo tem de melhor. Que sejamos todos capazes de quebrar as nossas redomas de vidro!!
    Beijão a todos!

    Reply
  • Greize
    28/03/2011 at 17:51

    Sei o que esta passando, o ensurdercido adulto, como nos chamam, é mto difícil, porque nós saboreamos tdos tipos de sons não é mesmo?E de uma hora para outra isso vai sendo tirado.As pessoas começam a não ter paciência, e até alguns surdos de nascença também não.Pq eles já lidam com isso há anos.
    É como se vivêssemos em dois mundos, ou como li no blog da Lak, parece que “uma redoma de vidro foi colocada em nossa volta”.E vem a depressão.Ela vem sorrateira, e aos poucos nos toma, pq perder 1 sentido nos faz mta falta.Eu também acho que nada acontece por acaso , mas não devemos deixar a vida nos levar não, pq ela é sem rumo.Pega de novo o leme de sua vida, e comece a remar… é fácil não.Mas vc é mãe, seus filhos serão sua força e Deus tb.Perdi minha mãe com Câncer, a vi lutar até o fim em cima de uma cama.Tem dias que não quero fazer nada, desânimo… De repente penso, nela lutando até o fim, porque?
    Por nós os filhos.O amor dela pela familia era tamanho que lutou e suportou mta coisa.Deus escolheu a levar p/ Ele, ela não sofre mais.

    Vc tem filhos eu não.Lute por eles, melhore por vc e por eles, seu marido se for amor de verdade pq é uma prova de fogo, vai te amar do mesmo jeito.Amor é assim na alegria e na tristeza não??

    Procure ajuda, amigos verdadeiros, associações, Terapia me ajuda mto.Você quer que ninguém veja, como ajudar se não falar.Também não precisa por uma placa na cara..rsrs.Depois, vc vai rir de algumas situações, te falo.
    Mas lute, lute,como as pessoas que perdereram os movimentos das pernas , ou perderam a visão, ou estão lutando contra alguma doença.Não tenha vergonha de sua familia , deixe eles verem, te ajudarem e terem orgulho de ter uma guerreira em casa.(É assim que nos referimos a nossa mãe aqui em casa).Que Deus te de forças. E aqui vc terá sempre alguém super especial p/ te ajudar a Paula e os outros são tdos “anjos” que vão aparecendo no nosso caminho.ok.
    “Quando já não somos capazes de mudar uma situação, somos desafiados a mudar a nós próprios.” Viktor Frankl
    Bjuss

    Reply
    • Rodrigo Nunes
      28/03/2011 at 18:09

      Greize

      Não sou muito chegado em frases, mas curti muito essa que tu colocastes:

      “Quando já não somos capazes de mudar uma situação, somos desafiados a mudar a nós próprios.”

      Estou precisando fazer isso lá em casa… =/

      Abração.

      Reply
  • Maria Da Conceição César
    28/03/2011 at 17:15

    Olá, queridas Paula e C … é difícil falar sobre a dor do OUTRO sem correr o risco de banalizar, diminuir, tentando amenizar .
    Sou psicóloga clínica e todos os dias trabalho com a DOR : ouço, vejo e quase consigo tocar , no momento em que me disponho a COLOCAR-me no lugar quente do OUTRO e então , empaticamente, compreender como é
    sofrido perder qualquer um dos nossos 5 sentidos .
    Tenho sob meus cuidados uma paciente surda oralizada e já a acompanho desde a perda e SEI e SINTO a sua dor .
    A aceitação, a adaptação, a dependência que se cria , o medo e a insegurança, ansiedade e até angústia, sentimentos e sensações que se misturam gerando uma turbulência interna enorme – NÃO é Fácil !
    Busca-se a SUPERação todos os dias , ou seja , é uma luta contra o mundo , a favor de Sí .
    Perdi meu esposo há 4 meses, com CA – metástase cerebral que aos poucos
    tb foi perdendo a audição , no caso dele , o aparelho não adiantava e ele aprendeu a se comunicar escrevendo …quantos papéis e canetas mas por fim, desistiu também de falar já q não estava nos escutando .
    Mas, a partir da experiência pessoal ( com o esposo) e profissional (com a paciente querida) , eu aprendi e sei que as deficiências da ALMA ainda são piores do que as físicas , pois é estas que nos paralisa e impede de abrir as possibilidades .
    Por isso , C …. busque se ocupar com aquilo que vc TEM ( amor de marido, filhos e amigos , com os SONS q vem de dentro ….) e abra seu leque de possibilidades ( o q vc ainda PODE fazer apesar da surdez) e não com aquilo que vc perdeu , ok?
    Sei que não é fácil mas sei tb que não é impossível .
    Experimente !
    Seja feliz ! Deus te abençoe !
    Abraço a todos .

    Reply
    • Rodrigo Nunes
      28/03/2011 at 17:40

      Maria, concordo contigo sobre os cuidados com a banalização do problema.

      Na ânsia de querer ajudar, às vezes cometo este erro. Em nenhum momento pensei em dizer: “C., isso não é nada. Sacode a poeira e levanta”. Sei que não é bem assim. Em nenhum momento eu disse que seria fácil, mas definitivamente não é impossível. Experiência própria.

      Reply
    • Mariana
      28/03/2011 at 17:55

      Concordo contigo também, Maria. Você disse tudo! C., força pra você, querida!

      Bjs

      Reply
  • Ricardo
    28/03/2011 at 16:45

    Primeira vez que estou aqui. Seu blog é muito bom.

    Reply
  • Aline
    28/03/2011 at 16:30

    Nossa menina, como você está triste!!! Isso não faz bem pra ninguém, independente da sua condição. O que nos move nesta vida, é a felicidade, é estarmos felizes. Na minha opinião, é essencial você se abrir com seu marido, ele foi quem você escolheu pra estar ao seu lado, portanto sendo tão intímo teu, não seria interessante você conversar com ele?? Tenho deficiência auditiva de 50% nos dois ouvidos, minha vida é super normal. Quando coloquei os aparelhos, o que mais queria é que as pessoas vissem. Sabe porquê? Para que me entendessem, para que vissem que não sou louca, ou muito menos antipática. A partir do momento que souberam que eu sou deficiente auditiva, entenderam e compreenderam minha condição. Todo mundo sempre me diz Mas você é tão normal, nem se percebe!!! Não amo minha condição, mas amo minha vida do jeito que ela é, afinal a familia e os amigos de verdade, sempre estarão com a gente, independente de como somos. Beijo grande pra você e te desejo muito força pra superar seus obtáculos.

    Paula, amo de paixão o seu blog, acesso todos dias, pra ver se chegou algo de novidade. Continue escrevendo sempre. Bjs

    E pra todos, estou estudando um montão, concurso do correio com salário inicial muito bom, com vagas para portadores de deficiência: atendente comercial – 2.272 vagas; Carteiro – 5.060 vagas; e operador de triagem e transbordo – 1.014 vagas. Não fiquem parados não!!!!!

    Reply
    • Cássia
      05/04/2011 at 15:22

      Aline
      Que faço para me inscrever nesse concurso dos correios como deficiente auditiva. Precisa de algum documento médico. Qual o procedimento. Tenho deficiência bilateral, o meu problema é mais discriminativo. Nunca prestei concurso adicionando essa deficiência. Como devo proceder? Por favor me dê algumas dicas?
      Agradeço desde já a sua atenção.

      Obrigada
      Cássia

      Reply
      • Crônicas da Surdez
        05/04/2011 at 15:37

        Cassia
        O que tu tens que fazer é ler o edital do concurso.
        Lá, na parte das VAGAS DESTINADAS AOS PORTADORES DE DEFICIENCIA, diz direitinho como é o atestado que tu tens que apresentar.
        Não tem mistério, mas deve ser exatamente como manda o edital.

        Reply
      • Demer damas
        05/04/2011 at 15:47

        ola cassia , primeiro ler as regras do jogo digo o edital , leia o edital com atenção , porque cada um tem uma regra que especifica o que pode ou o que não pode , no referido edital dos correios estará la dizendo quais os documentos a serem enviados a banca administradora do concurso , em seguida vc fique atenta aos prazos para vc fazer a inscrição , na própria pagina de inscrições , que no caso dos correios serão feitos pela CESPE/UNB , ja indica se vc quer fazer a prova como deficiente , ai é so seguir os passos ditos no edital.
        Alguns concursos não são aceitos deficientes de nenhuma patologia , por isso a regra numero 1 é ler o edital com atenção , para um dia nao acontecer aquela noticia desagradável de passar e não levar a vaga por que a regra é clara.

        Reply
      • Demer damas
        05/04/2011 at 16:32

        Cássia
        Algumas dicas talvez funcione. como funcionou para mim talvez sirva tambem , bom primeira coisa para um concursando é Persistência, muita paciência , ter muita determinação em conquistar uma boa colocação .
        Estipule metas é uma forma de motivação , exemplo , se num concurso anterior vc tenha se classificado em colocação 3000, vc estipule uma colocação sempre abaixo do último concurso .
        Estude as matérias que tenha mais dificuldade , e se possivel procure provas antigas do mesmo concurso ou de outros e tente resolver elas , de certo modo é um bom exercício .
        Divida seu tempo conforme suas possibilidades , não se importe com o tempo , se é pouco ou muito , o que importa é a sua qualidade de estudos . Desejo boa sorte .

        Reply
  • Rodrigo Nunes
    28/03/2011 at 16:12

    Bah, Paula… Na boa. Agora tomei um gelo na espinha.
    Dou minha contribuição aqui concordando com o Rafael, lá em cima, no primeiro comentário, onde ele diz que nada acontece por acaso.

    Olha a frase que eu li no facebook de uma amiga, segundos antes de abrir teu blog pra ler este depoimento:
    “Algumas pessoas demonstram tanto respeito por seus superiores que não sobra nenhum para elas mesmas.”

    Com uma rápida adaptação mental da frase à nossa condição, aparentemente é isto que está acontecendo com a nossa amiga C. Temos que combater esse tipo de sentimento.

    Pô, o gráfico da minha audição quase se arrasta no chão, mas nem por isso me deixo abater! É claro que nem todo mundo possui o mesmo nível de motivação, mas vamos combinar: basta ler sobre a experiência que outras pessoas tiveram e usar isso como modelo, como exemplo de superação. às vezes nem se trata de superação, mas sim de adaptação, o que torna nossas vidas mais fáceis.


    Querida C.:

    Tu estás dando atenção demais às coisas/pessoas que estão te incomodando. Com isso, tu deixas de perceber que existem pessoas iguais a ti. Toma como exemplo só as pessoas surdas que postaram aqui: eu, a Paula, a Lak, o Rafael, o Mario, a Roberta e a Mariana.

    Lembra sempre que tu não estás sozinha.

    Às suas ordens,
    Rodrigo
    MSN: rodrigo.nunes@live.com
    Twitter: @knownees

    Reply
  • Katia
    28/03/2011 at 15:09

    Oi! Vou tentar dar minha contribuição como ouvinte que sou… Tenho uma amiga muito amada que é deficiente auditiva… É impossível para nós que ouvimos saber como um surdo se sente, quais são suas dores, seus anseios, seus medos… Mas vou dizer uma coisa: para nós um amigo deficiente auditivo é como qualquer um outro amigo! Nós queremos estar perto, sair junto, curtir, rir, viajar… O que eu sinto às vezes é que o deficiente meio que coloca um muro, uma barreira em volta de si e é tão difícil ultrapassá-la… Será que não seria por conta da tal aceitação que a Paula falou lá em cima? Sei que tem muita gente preconceituosa e maldosa no mundo, mas também tem muita gente boa! Por isso, queridos, arrisquem-se! Vivam! Ver o lado bom da vida é a chave da felicidade! Você é surda? Mas tem filhos lindos! Curta-os! Você é surda? Mas tem um marido lindo que te ama do jeito que você é! Temos que focar naquilo que temos e não naquilo que não temos. Acredite: todos nós temos nossas limitações, nossas dificuldades. Todos nós de um jeito ou de outro deixamos lágrimas e lágrimas em nosso travisseiro por causa de uma angústia ou outra. O grande segredo é reconhecer que Deus nos deu o dom da vida e agradecidos, aproveitá-la ao máximo. Neste exato momento existem tantas pessoas em um leito de hospital entre a vida e a morte, cuja história está tão perto de um ponto final. Neste exato momento, existem pessoas que estão prestes a morrer de fome porque não tem acesso a nenhum alimento. Trágico? Não, realista. Por isso queridos, vamos pegar esse limão e fazer uma bela duma limonada. Vamos fazer de nossa vida uma linda história porque pelo menos, agente ainda tem o limão. Paula, amo seus blogs!
    Beijo grande para todos!

    Reply
  • Mariana
    28/03/2011 at 14:42

    Oi C.,

    Tenho surdez profunda no OD e surdez severa a profunda no OE (que antes era surdez moderada). Como já disseram aqui, não é fácil mesmo lidar com surdez e ainda ter que lidar com tipo de gente que não tem paciência com a gente, gente de mau humor, gente que zomba. É realmente chatíssimo quando a pessoa age assim, mas é só dar a volta pra cima e dar uma lição de moral nessa pessoa para ter vergonha na cara ou simplesmente ignorar (pelo menos, ignorar as pessoas que gostam de zombar), porque não existe nada mais infantil que isso (e concluo que as pessoas têm carência de atenção, porque, né, só pode), por isso que acho digno de pena. Primeiro, não há motivo para você se sentir envergonhada com relação a surdez. Como Paula disse, isso é só um detalhe. Tem que aprender a conviver com esse detalhe e não dar razão às pessoas que gostam de zombar apenas para se sentir as melhores. Você se aceitando como é, tudo fica mais leve pra você. Isso é muito importante, principalmente que você tem marido e filhos, que devem ser lindos! Eu tinha vergonha do aparelho também, quando era pequena, mas eu aprendi a não dar importância aos olhares curiosos ou aos cochichos maldosos. Esses olhares incomodam sim, a gente se sente invadida de algum jeito, mas parando para pensar, isso não é um problema de verdade… as pessoas são assim, têm curiosidade chegando a ser mórbido, né? hehehe. E acho que você deveria se abrir pro seu marido e pros seus filhos, falar o que sente… quem sabe você não se sente melhor depois disso? Isso já é um caminho andado.

    Desculpe escrever às pressas, e como tenho que ir agora, só me resta dizer que MELHORE! Larga dessas preocupações que só te fazem mal e você merece o melhor!

    Bjs

    Reply
  • Mario
    28/03/2011 at 11:58

    ela se esconde com vergonha de nao ouvir? Não entendi, pois se usa aparelho, 4o% de perda não significa muito (é a minha perda também) e os aparelhos então devem estar desregulados. Sou contador e tirando o telefone que eu não conseguiria usar constantemente, tenho me saído muito bem, comecei a perda com 35 anos e hoje tenho 47. Minha esposa e muito tolerante, graças a Deus. Veja ela consegui ter 3 filhos e está levando a vida. Acho que o que falta a ela (e também a muita gente) é a procura de DEUS. O problema dela não é auditivo certamente.

    Reply
  • Roberta
    28/03/2011 at 11:38

    Oi Paula Oi C….sou deficiente bilateral profunda….sou médica veterinária..tenho um namorado lindo ….minha perda está em torno de uns 70 a 80…uso aparelhos…saio….viajo….tenho vários amigos…realmente não é fácil lidar com a DA,ja senti muita vergonha…mas hoje levo a vida mais leve….não me cobro tanto..
    Hoje descobri que DA tem descontos nos impostos de carro,vc sabia disso Paula?
    Beijos…e C tenta ser feliz….procura esquecer o que as pessoas vão pensar…nessa vida ninguém tem moral para falar dos outros.

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  • Rafael
    28/03/2011 at 10:48

    Pois é Paula, de fato conviver com a surdez nem sempre é fácil. Mas a vida em geral é repleta de surpresas, algumas boas, outras desagradáveis. Eu acredito que na vida nada acontece por acaso, o que também não significa que ficarei sentando esperando ela passar. O mundo por pior que possa parecer muitas vezes é repleto de coisas boas e temos que tirar proveito disso.
    Recentemente está sendo veiculado na TV uma propaganda da Coca-Cola onde o contexto diz que por mais tragédias que aconteçam no mundo, coisas boas acontecem num fator multiplicador “n” vezes maior, o que é esplêndido.
    Posso ser surdo sim, mas isso também tem suas vantagens, como dormir tranqüilamente em locais barulhentos, poder “desligar ” meus ouvidos quando bem quiser e onde quiser, ouvir apenas o que deve ser ouvido, enfim é claro que não acho o máximo a minha situação e não desejo isso a ninguém, mas se não há como mudar, como diria Zeca Pagodinho “deixa a vida me levar…”

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    • Jonatas Cabral
      10/04/2011 at 10:44

      Rafael, concordo com você, no meu caso sou surdo de apenas um ouvido.
      Não sei si perdi a audição ou ja nasci surdo do ouvido direito, mas até os 12anos de idade nem sabia que era surdo, não reparava. Até que na sexta série reparei que não entendia direito oque as pessoas a minha direita falavam. Falei com meu pai e ele disse não perceber, mas ser surdo desse ouvido não é só ruim, moro em um prédio no centro da cidade onde tem varios ”botecos” ao redor e muito barulho a noite~madrugada, enquanto o pessoal passa a noite sem dormir por causa do barulho, eu abafo meu ouvido bom no travesseiro e o ruim fica pra fora, não escuto NADA.
      Ainda não procurei tratamento nem diagnostico da minha surdez, to com 19anos, o que sinto que prejudica é quando estou numa rodinha de pessoas, não consigo acompanhar a conversa de quem está a minha direita, e as vezes fico isolado e calado, mas não reclamo, agradeço que ainda tenho a audição esquerda.

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      • Crônicas da Surdez
        12/04/2011 at 15:25

        Jonatas,
        Já está mais do que na hora de tu procurares um fonoaudiólogo e fazer uma audiometria para descobrir a quantas anda a tua surdez. Faça isso, hein!
        Abração,

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