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Surdo? 7 coisas que seu (sua) namorado (a) ou marido (esposa) OUVINTE gostaria que você soubesse

Depois de certo tempo de convivência, nada mais normal do que termos reclamações a fazer ao nosso parceiro. Mesmo em relacionamentos maravilhosos, ninguém escapa de uma queixa algum dia. Com a dinâmica que a surdez traz para a vida a dois, então, as queixas aparecem.

Reclamações dos ouvintes

Assim, os ouvintes também têm seu espaço de reclamação. As queixas mais clássicas dos cônjuges ouvintes começam quando o outro simplesmente abandona os aparelhos auditivos ao chegar em casa.

Além de dificultar a comunicação, muitas vezes a pessoa surda começa a fazer muito barulho em tudo o que está mexendo, afinal, não está ouvindo. É a louça colocada na pia com força, os talheres batendo no prato, a TV muito alta, portas sendo batidas… São tantos barulhos que, sem ouvir, a pessoa não imagina que os faz, ainda mais se nunca usa os aparelhos em casa.

É assim que o ambiente do lar pode acabar se tornando desconfortável para quem escuta. Se nós, usando próteses auditivas, em certas horas nos incomodamos com o excesso de barulho e nos “desligamos” dos sons, imagine como é para quem não tem a opção de desligar os ouvidos.

Experimente, com os aparelhos ou implantes ligados, prestar atenção nos sons das atividades que você faz. A partir disso, pense em como pode amenizar os sons muito altos, que incomodam, a fim de evitar desconforto para quem escuta o tempo todo, afinal, preocupar-se com o conforto do cônjuge também é uma forma de carinho.

Lembrem-se de que é fundamental respeitar o espaço sonoro da outra pessoa, pois ser surdo não é ter carta branca para escutar TV e música no último volume, como se mais ninguém morasse na mesma casa, ou como se não tivéssemos vizinhos.

Ative as legendas, assista à TV e escute música com os aparelhos ou implantes auditivos, para deixar essas atividades sempre em um volume suportável.

Fingir que ouviu

Outro protesto comum é o de quando a pessoa surda finge que não escutou só para não ter que pedir para falar de novo, ou então só para não precisar levantar e ir até onde o outro está – e fazer leitura labial.

Muitas vezes, o ouvinte está esperando uma resposta que vai além de “sim” ou “não”, mas o outro só acena com a cabeça, mostrando que não entendeu nada da conversa.

Assim, com toda a razão, a pessoa ouvinte reclama, afinal, está sendo ignorada, recebendo a mensagem de que o que ela tem a dizer não é importante e não vale ao menos o esforço de tentar ser entendido.

Já comentamos e reforçamos: seja você surdo ou ouvinte, não faça isso, por mais tentador que seja. É um hábito que pode e deve ser mudado. De nada adianta alegar que o que você deixou de compreender por não prestar atenção não é importante se você sequer o entendeu completamente.

Por outro lado, há ouvintes que reclamam justamente de ter que repetir o que disseram, e o fazem com má vontade, de modo áspero, porque o outro não escutou da primeira vez. Aqui, os surdos têm razão de protestar. Se o ouvinte não quer repetir e também não quer ser ignorado, ele não está dando alternativas viáveis, já que cobrar audição perfeita não é uma opção.

Falha de comunicação

Sabemos que nem toda pessoa surda fala ao telefone, por dificuldades de entender sem a leitura labial.

Mas o telefone ou o celular podem ajudar muito, por exemplo, em forma de alerta: quando seu parceiro(a) uma mensagem importante e você não a vê, ele pode te ligar para chamar a sua atenção.

Muitos ouvintes reclamam que o cônjuge surdo nunca vê o celular, pois não o nota vibrar, principalmente quando precisam de uma resposta rápida.

Dica de ouro: esse produto pode ser um grande facilitador, pois vibra no seu pulso para avisar de chamadas e mensagens

Então, se você não consegue usar o celular para ligar, tire-o do modo silencioso, para poder saber quando ele está tocando, pois pode ser algo urgente e/ou importante, tanto para que você veja uma mensagem como para que passe a ligação para um ouvinte auxiliá-lo.

Isso vai evitar reclamações daqueles que precisavam de uma informação rapidamente e que não conseguiram contato imediato por escrito.

“Esse aparelho não funciona”

Nesta reclamação, muito comum dos ouvintes, já aviso que, na maioria das vezes, eles não têm razão: reclamam que os aparelhos auditivos ou implantes “não estão funcionando” porque não deram uma audição perfeita ao parceiro surdo.

Aqui, os ouvintes não compreendem a razão de o cônjuge surdo ainda ter dificuldades para escutar e precisar de legendas, por exemplo.

Há ouvintes que se queixam, apontando que o cônjuge precisa regular os aparelhos de novo, que ele não está ouvindo cem por cento etc.

Mas, se você está com ajuste e acompanhamento com otorrinolaringologista e fonoaudiólogo em dia e, principalmente, usando os aparelhos diariamente para treinar seus ouvidos e ouvir cada vez melhor, essa reclamação não confere. Audição perfeita não existe, muito menos para quem tem surdez!

Você que é surdo deve primeiro checar se as reclamações do parceiro ouvinte têm ou não fundamento. Assim, avalie como anda sua reabilitação auditiva, se por acaso não há outras pessoas também comentando que você não ouve bem e se você está usando a prótese auditiva indicada para seu caso.

Os outros notam com mais facilidade quando alguém não escuta bem, por mais que a pessoa acredite que esteja ouvindo tudo perfeitamente.

Falar alto ou gritando

Nos casais formados por surdos e ouvintes ou por dois surdos, também podem surgir queixas de que o parceiro ou os parceiros falam gritando.

Para quem ouve bem, inclusive com próteses auditivas, é realmente desconfortável conversar com alguém que está falando muito alto.

Além disso, em certos momentos, fica complicado identificar se a pessoa está sendo grosseira ou não, já que gritar ou falar alto são ações típicas de quando estamos irritados ou discutindo.

Se você tem recebido muitas reclamações desse tipo, preste mais atenção ao seu tom de voz e procure um fonoaudiólogo especializado na área de terapia de fala e reabilitação auditiva, para que ele possa lhe ajudar a ter um controle melhor do volume da sua fala.

Bugigangas de quem é surdo

Sabemos que é ótimo ter pilhas para os aparelhos auditivos por toda a casa. Mas cuidado para não deixá-las espalhadas de forma desorganizada, jogadas por cima de móveis – muito menos deixar as usadas por aí, sendo que elas devem ser guardadas para serem descartadas no local correto. Com crianças em casa, isso é um perigo!

Também não deixe os aparelhos auditivos em qualquer lugar. Nesse caso, não adianta achar ruim quando o cônjuge ouvinte reclama dessa bagunça, pois ele tem razão. As pilhas, bem como os próprios aparelhos auditivos, implantes cocleares e acessórios, como carregadores e fios, não são para serem deixados em cima da mesa, na estante da TV ou na bancada da pia do banheiro.

Você sabe onde os deixou, mas o seu parceiro, não, e isso pode causar acidentes. Nesse caso, dê atenção às reclamações do outro e se organize, guardando os aparelhos e implantes sempre na caixinha ou no desumidificador quando não os estiver usando. Não deixe as peças, os acessórios e as pilhas espalhados por aí, pois são produtos caros que precisam de cuidados.

Quem reclama quer algo

Reclamações podem ser causadas por insatisfação ou mesmo por puro desejo de desabafar. Mas ninguém que reclama quer ser ignorado.

Seres humanos buscam alguma solução ou, pelo menos, alguém que diga que os compreende e que está ali para ajudá-los, mesmo que não se saiba como.

Um relacionamento no qual há constantes reclamações, sem nenhum momento de conversa ou tentativas de achar soluções para os problemas, vai cansar o casal, afinal, os problemas não se resolverão sozinhos.

Quanto antes o assunto for resolvido, mais cedo se encerram as reclamações sobre ele. O relacionamento pode ficar bem mais agradável com cada um se policiando sobre as reclamações e fazendo sua parte para que elas cessem.

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About Author

Paula Pfeifer é uma surda que ouve com dois implantes cocleares. Ela é autora dos livros Crônicas da Surdez, Novas Crônicas da Surdez e Saia do Armário da Surdez e lidera a maior comunidade digital do Brasil de pessoas com perda auditiva que são usuárias de próteses auditivas.

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