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Surdez

É verdade que QUEM OUVE É O CÉREBRO?

Sim, é verdade que quem ouve é o cérebro! E é por isso que digo e repito: seu cérebro NÃO PODE ESPERAR se você tem perda auditiva. A reabilitação auditiva é que vai devolver ao seu cérebro o ACESSO AOS SONS que ele precisa para se desenvolver e evoluir com segurança. A pior coisa que você pode fazer é não dar ou devolver ao seu cérebro o acesso aos sons da vida. As pesquisas científicas não param de mostrar os enormes PREJUÍZOS da perda auditiva não tratada a nível cerebral, e em todos os aspectos da vida de um ser humano. A Organização Mundial de Saúde considera a perda auditiva não tratada um gravíssimo problema de saúde pública, que causa prejuízos de bilhões de dólares aos países todos os anos.

Como o cérebro ouve?

O processo auditivo no cérebro humano é complexo e envolve várias etapas. Tudo começa com a captação do som pelo ouvido externo, que inclui a orelha externa e o canal auditivo. O som é coletado e direcionado para o tímpano, que vibra em resposta ao som e transmite essas vibrações aos ossículos do ouvido médio (martelo, bigorna e estribo). Esses ossículos amplificam as vibrações sonoras. As vibrações amplificadas são transmitidas para a cóclea, um órgão auditivo em forma de caracol no ouvido interno. As células ciliadas na cóclea convertem as vibrações mecânicas em sinais elétricos. Os sinais elétricos são transmitidos ao cérebro através do nervo auditivo. Os sinais são então transmitidos ao tronco encefálico, onde ocorre o processamento auditivo inicial. Aqui, são realizadas algumas funções, como a localização da fonte sonora e a diferenciação entre sons importantes e irrelevantes. E aí os sinais auditivos são encaminhados para o córtex auditivo no lobo temporal do cérebro.

É neste ponto que a percepção consciente do som ocorre. O córtex auditivo interpreta os sinais para reconhecer padrões sonoros, identificar a fonte do som e atribuir significado ao que foi ouvido. O cérebro integra informações auditivas com outras informações sensoriais e cognitivas. Isso permite a compreensão do significado do som, a memória auditiva associada a ele e a resposta emocional, se aplicável.

Oo processo auditivo é altamente interativo e integrado com outros processos cognitivos. O cérebro humano é muito eficiente em interpretar uma ampla gama de informações sonoras, desde simples tons até complexos padrões de fala e música.

Se o ouvido não funciona direito, o cérebro ainda ouve?

Se o ouvido não funciona adequadamente, o processo auditivo é afetado, o que pode comprometer a capacidade do cérebro de receber informações sonoras de maneira clara e eficaz e então, decodificá-las. O ouvido desempenha um papel crucial na captação e na transmissão de sinais sonoros para o cérebro. Quando ele não funciona adequadamente, deixa de fornecer ao cérebro humano o acesso correto aos sons.

Existem algumas condições que podem afetar a função auditiva e, por conseguinte, a capacidade do cérebro de ouvir adequadamente. Algumas das condições incluem:

  1. Surdez Neurosensorial: Afeta as células ciliadas na cóclea ou o nervo auditivo, prejudicando a capacidade do ouvido de converter vibrações sonoras em sinais elétricos.
  2. Surdez Condutiva: Afeta as estruturas do ouvido médio, como o tímpano ou os ossículos, reduzindo a eficácia na transmissão das vibrações sonoras.
  3. Surdez Mista: Combina elementos da perda sensorioneural e condutiva.

Se o ouvido não está funcionando corretamente, o cérebro ainda tenta interpretar os sinais auditivos que recebe da melhor maneira possível. A leitura labial é um recurso que o cérebro humano inventou para dar conta do recado. O tratamento precoce das perdas auditivas ajuda a minimizar o impacto da surdez na qualidade de vida e na comunicação. De novo: SEU CÉREBRO NÃO PODE ESPERAR!

Uso o aparelho auditivo: escuto mas não entendo!

Esse é um desafio comum enfrentado por muitas pessoas que usam aparelhos auditivos. Esse fenômeno é conhecido como “discriminação da fala” ou “compreensão da fala”. Há algumas razões pelas quais isso pode acontecer:

  1. Ajustes inadequados do aparelho auditivo: Se os ajustes do seu aparelho auditivo não estiverem otimizados para atender às suas necessidades específicas, isso pode afetar a clareza da fala. Conheça o mapeamento de fala, que pode lhe ajudar com isso.

  2. Adaptação ao AASI: Leva um tempo para o cérebro se adaptar aos novos sons amplificados pelos aparelhos de audição. A discriminação da fala pode melhorar à medida que você se acostuma com os sons que antes não ouvia. Use seu aparelho auditivo o dia inteiro, todos os dias.
  3. Processamento auditivo central (PAC): Em alguns casos, a dificuldade em entender a fala pode estar relacionada ao processamento auditivo central, que envolve a habilidade do cérebro em interpretar os sinais sonoros recebidos. Avaliações específicas podem ser necessárias para diagnosticar e abordar problemas de processamento auditivo. Converse com seu fonoaudiólogo.
  4. Expectativas realistas: É importante ter expectativas realistas em relação ao uso de aparelhos auditivos. Eles podem melhorar significativamente a qualidade da audição, mas não restaurar a audição ao nível natural e não são um ouvido novo. Para aprender sobre isso e trocar experiências, converse diretamente com pessoas que já usam aparelhos auditivos.

Por que dois ouvidos?

A audição bilateral é uma parte fundamental da nossa experiência sensorial, proporcionando uma percepção auditiva mais sofisticada e adaptativa ao ambiente ao nosso redor. Ter dois ouvidos oferece várias vantagens em termos de audição e percepção sonora: localização do som, melhor discriminação de frequências, segurança e aprimoramento do processamento auditivo do cérebro.

Memória auditiva

A memória auditiva refere-se à capacidade do cérebro de reter e recordar informações sonoras. Isso envolve a habilidade de lembrar e reconhecer sons, padrões auditivos, melodias, palavras faladas, etc. A memória auditiva desempenha um papel crucial em muitos aspectos da nossa vida diária, especialmente na linguagem e na comunicação.

A perda auditiva pode afetar a memória auditiva de várias maneiras, especialmente na dificuldade de reconhecimento e compreensão das palavras. Quando uma pessoa não trata a perda auditiva, sua memória auditiva se torna cada vez mais comprometida, e seu processamento auditivo central, idem.

Seu CÉREBRO NÃO PODE ESPERAR

A perda auditiva tem impactos significativos no processamento cerebral, afetando a rapidez com que as informações são interpretadas e respondidas. O cérebro humano é ágil na interpretação de estímulos, mas, na presença de algum grau de surdez, essa agilidade vai ficando cada vez mais comprometida.

Busque reabilitação auditiva o mais rápido possível após receber um diagnóstico de surdez.

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About Author

Paula Pfeifer é uma surda que ouve com dois implantes cocleares. Ela é autora dos livros Crônicas da Surdez, Novas Crônicas da Surdez e Saia do Armário da Surdez e lidera a maior comunidade digital do Brasil de pessoas com perda auditiva que são usuárias de próteses auditivas.

4 Comments

  • […] você não saiba, mas quem ouve é o cérebro. É por esse motivo que muitos pacientes que têm perda auditiva e são usuários de aparelho […]

    Reply
  • natalia
    19/05/2019 at 23:24

    Caramba! Falou minha vida! nunca sei de onde vem os sons.. fico igual uma retardada procurando a origem. Me sinto muito mais burro que antes, me canso muito mais fácil .. e não me adaptei a aparelho auditivos.

    Reply
    • Pryscilla Cricio
      17/08/2020 at 18:18

      Olá Natalia,

      Tudo bem?

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      Abraços,

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      Reply
  • Ana Lucia Santiago
    23/04/2019 at 14:43

    Boa tarde !!! Interessante essa postagem. Vejo compartilhada Ana Elisa uma Fonoaudióloga.
    Bons os esclarecimentos

    Reply

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