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Relatos de Pessoas com Deficiência Auditiva

A Insuficiência Renal Crônica e a SURDEZ: drogas ototóxicas

Meu nome é Ivanice Ribeiro Alves da Silva, tenho 48 anos sou natural da Bahia e atualmente moro em Jundiai-SP. Minha mudança para o Sudeste teve um motivo desafiador: a luta contra a insuficiência renal crônica. Foi também essa condição que me trouxe um diagnóstico inesperado – a surdez.

Insuficiência renal crônica e a surdez

Tudo começou com a hemodiálise, um tratamento, essencial para minha sobrevivência, mas que trouxe consigo um desafio: os antibióticos. Foi durante esse processo que, na idade adulta, perdi a audição devido ao uso desses medicamentos ototóxicos. Na época, eu não sabia que os antibióticos poderiam afetar minha audição. A perda auditiva começou sutil, quase imperceptível: sons eletrônicos como o toque do telefone ou o som da TV começaram a se apagar. Mas, em poucos meses, tudo mudou.

Depois de exames, veio a notícia: perda auditiva neurossensorial bilateral. A solução parecia simples – aparelhos auditivos – mas logo percebi que a adaptação era um desafio maior do que imaginava. Eu e meu marido, sem muita orientação, compramos os primeiros aparelhos em uma loja, como quem escolhe óculos em uma ótica. Não sabíamos que o verdadeiro aprendizado viria com o tempo. Minha surdez é de grau severo, o que significa que mesmo com aparelhos auditivos ainda enfrento muita dificuldade para ouvir e a leitura labial é fundamental para que eu tenha compreensão do que é falado.

Nunca tive vergonha de usar meus aparelhos auditivos, pois sem eles fico completamente desconectada do mundo ao meu redor. Os sons se tornam apenas um vazio, sem qualquer sentido ou significado. Sempre faço questão de informar às pessoas sobre minha condição e pedir ajuda quando necessário.

Conviver com a surdez não é fácil. Cada dia é um teste de paciência, coragem e aceitação. Lugares novos, rostos desconhecidos, situações inesperadas – tudo ainda me deixa insegura. Mesmo assim, eu não me deixei paralisar. Continuei minha rotina, indo sozinha a consultas, exames e às compras, e mantendo minha fé ativa nas atividades da igreja.

Acredito que a comunicação é uma via de mão dupla, e a maioria das pessoas, felizmente, se esforça para facilitar a interação, embora algumas reações negativas ainda me entristeçam, como quando alguém interrompe a conversa ao descobrir que tenho dificuldades auditivas.

Minha família, especialmente meu marido, é um grande apoio. Eles não apenas entendem minha condição, mas também fazem questão de se adaptar e me ajudar no que for preciso.

Foi em um momento de muita tristeza que eu decidi buscar ajuda e a internet me apresentou o blog Crônicas da Surdez. Ao entrar no grupo do Facebook do Clube Surdos Que Ouvem, descobri um mundo novo: pessoas que, como eu, enfrentavam os mesmos desafios. Cada história compartilhada era um alívio, uma inspiração. Passei a enxergar a surdez não como uma sentença, mas como uma parte de quem eu sou.

Foi no Clube Surdos que Ouvem que encontrei um espaço para aprender, trocar experiências e me fortalecer. Ali, descobri a importância da autoadvocacia: saber comunicar minhas necessidades e lutar por acessibilidade, algo que antes parecia distante. Também aprendi muito com a Paula e outros membros, ferramentas práticas, como aplicativos que transcrevem áudios, por exemplo. Pequenas mudanças como essas fazem uma grande diferença no meu dia a dia. Embora eu não participe ativamente das conversas no grupo, estou sempre acompanhando as publicações com atenção.

A surdez mudou muitos aspectos da minha vida. Me tornei mais reclusa e medrosa, principalmente no que diz respeito a dirigir, algo que hoje me traz insegurança. Eu adorava ouvir músicas e isso se transformou em uma saudade e frustração imensas. Sou apaixonada por leitura e, assim que conheci a Paula, não hesitei em adquirir seu primeiro livro, Crônicas da surdez. Logo me vi refletido em suas experiências de quando usava AASI: ouvir, mas não compreender; sentir-se perdido em conversas em grupo; e aquela dolorosa sensação de inferioridade por não conseguir escutar. A surdez me transformou em uma observadora mais atenta, algo que parece ser uma experiência comum entre os surdos. Mas essas experiências também me transformaram. Elas me ensinaram a buscar novos caminhos e a valorizar a empatia.

Aprendi que nossas limitações não são quem somos; o que verdadeiramente importa é como escolhemos enfrentá-las. Por mais desafiadora que a vida pareça, sempre há um caminho para a superação. Às vezes, esse caminho começa com um clique, uma conversa, ou apenas uma pequena centelha de esperança. A cada dia, sigo aprendendo e me adaptando a este vasto universo da surdez.

Ivanice Ribeiro”

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About Author

Paula Pfeifer é uma surda que ouve com dois implantes cocleares. Ela é autora dos livros Crônicas da Surdez, Novas Crônicas da Surdez e Saia do Armário da Surdez e lidera a maior comunidade digital do Brasil de pessoas com perda auditiva que são usuárias de próteses auditivas.

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