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As vagas de emprego PCD são, infelizmente, feitas para preencher cotas e oferecem as piores vagas com os salários mais baixos, na maioria esmagadora dos casos. Este vai ser o ano de incentivar quem chega aqui decidido a tratar a sua surdez. Menos choramingo, mais ação. Menos lamentação, mais atitude. Menos reclamação, mais mãos à obra. Essa sempre foi e sempre será a pegada do nosso trabalho.

Vamos falar sobre o quanto você pode crescer profissionalmente tratando sua surdez? Pois é! Selecionei três motivos importantes pelos quais você deve se mover em relação a isso o quanto antes se busca emprego como PCD ou não.

Vagas de EMPREGO PCD: Motivos para tratar a sua surdez e evoluir na vida profissional

1. Parar de sofrer nas entrevistas

Tem gente que acha que mostrar a dificuldade auditiva numa entrevista vai ajudar o recrutador a sentir pena ou algo do tipo, e assim suas chances aumentariam. Discordo! Nada pode ser pior do que ir para uma entrevista de emprego morrendo de medo de não entender o que será dito.

Não é porque você está tentando uma vaga na cota de PCD que não deve fazer nada a respeito da sua deficiência. Pelo que me consta, recrutadores buscam talentos que antecipam a solução dos problemas, não que ficam sentados esperando que alguém faça algo. Lembre-se SEMPRE de que a deficiência por si só não é e nunca será motivo exclusivo para se contratar alguém, portanto, não use-a como apoio.

Você já parou para pensar na imagem que passa ao tentar uma vaga assim e chegar lá dizendo que não usa aparelho, não quer usar, não se adaptou, se vira bem com a surdez que tem, blablabla? Uma dica: eles sabem que a maioria esmagadora dos casos de deficiência auditiva é passível de reabilitação, portanto, reabilite-se.

2. Ganhar o respeito dos colegas

Depois da família, os colegas de trabalho são as pessoas com as quais mais convivemos. Você quer ser visto como a pessoa que tem um problema e não faz nada para resolvê-lo? Não espere condescendência na vida profissional. Todos que estão lá trabalhando têm suas batalhas e desafios, e a sua surdez certamente não é a pior e nem a mais difícil delas.

Se deseja que as pessoas tenham empatia com você, faça o mesmo com elas. Não espere que os colegas vivam lhe salvando de saias-justas apenas porque você não quer usar aparelho auditivo, não gosta’, ‘não se adaptou’ e afins. Para ganhar o seu respeito, faça a sua parte.

Imagine um colega com problema de visão que vive pedindo ajuda para os outros e não usa óculos porque ‘não gosta’. Quem toleraria esse comportamento? Pois é! Então, por que você acha que as pessoas precisam tolerar a teimosia de um colega com deficiência auditiva em se tratar?

Quando você busca reabilitação, eles reconhecem seu esforço e lhe respeitam muito mais.  Quando você finge que nada está acontecendo e adota aquela atitude de ‘sou assim, me aceitem assim e não me encham o saco para melhorar’, a única coisa que você irá ganhar é antipatia. E antipatia fecha muitas portas, especialmente as profissionais.

3. Mostrar que você é um profissional que busca o progresso

Um funcionário que busca progresso pessoal passa uma mensagem importantíssima para qualquer empresa. A sua performance no trabalho está ligada à sua performance consigo mesmo! Quando trabalhei numa multinacional, antecipei todos os possíveis perrengues que a surdez me causaria e já fui com a solução antecipada para todos eles. Imaginei que não teriam telefone amplificado, portanto, conversei com amigos que já tinham passado por isso, peguei as dicas e informei o RH sobre qual precisava que adquirissem.

Imaginei que sofreria em reuniões com muitas pessoas, portanto, antes de cada uma delas eu averiguava o local e escolhia uma posição estratégica para me sentar. Imaginei que comeria o pão que o diabo amassou em calls no viva-voz, por isso, conversava com minha chefe e antes de cada call fazíamos um teste de som.

Eu recém tinha ativado meu segundo implante, estava meio assustada e cansada com aquele cérebro a mil com a novidade, mas isso não foi motivo para me esforçar menos ou arranjar desculpas. Chegue com as soluções: usando seu aparelho auditivo, seu implante coclear, conhecendo as tecnologias de acessibilidade, conhecendo recursos que podem ajudar muito com o entendimento de fala (sistema FM, Roger Pen, MiniMic). Não fique de braços cruzados com aquele pensamento de ‘sou o PCD, eles que se virem’ porque nada pode ser pior do que isso para a sua imagem profissional.

4. Enfrentar a realidade do mercado profissional de cabeça erguida

O mercado de trabalho é cruel e não tem espaço para profissionais acomodados. Todos os dias recebo mensagens de pessoas que põem seu fracasso profissional na conta da deficiência auditiva, e essas mensagens, 99% das vezes, vêm acompanhadas de ‘não gosto de usar aparelho auditivo, não me adaptei, as pessoas são preconceituosas‘, blablabla.

Para se dar por vencido é preciso tentar muito antes de jogar a toalha.

Os recrutadores não têm tempo, paciência ou simpatia por pessoas que só estão interessadas em ‘entrar na cota de PCD da empresa‘, como se sua única atribuição profissional fosse ter uma deficiência. E me desculpem pela sinceridade, mas o mundo está cheio de gente assim…

Faça sempre uma autocrítica a esse respeito e reflita se você realmente tem dado o seu máximo. Buscar emprego ou evoluir na vida profissional tendo algum grau de deficiência e fingindo que ela não existe – e fugindo do uso de AASI e IC quando você tem indicação médica para tal – é dar murro em ponta de faca.

Facilite a sua vida e aumente as suas chances de sucesso. Teimosia não leva ninguém a lugar nenhum, não ajuda a conseguir emprego e nem a ganhar promoções – isso quem faz é a tecnologia! 😉

E por último…

Use a tecnologia a seu favor. Em vez de reclamar porque recebe áudios, salve o contato da LuzIA e do TakeBlip no celular e encaminhe o áudio para essas inteligências artificiais, que irão tramscrevê-lo em segundos. Em vez de reclamar que não consegue acordar pela manhã, compre um despertador vibratório. Em vez de reclamar da falta de legendas, descubra os apps que podem resolver isso pra você – são MUITOS. A tecnologia é maior aliada e melhor amiga das pessoas com deficiência auditiva.

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About Author

Paula Pfeifer é uma surda que ouve com dois implantes cocleares. Ela é autora dos livros Crônicas da Surdez, Novas Crônicas da Surdez e Saia do Armário da Surdez e lidera a maior comunidade digital do Brasil de pessoas com perda auditiva que são usuárias de próteses auditivas.

4 Comments

  • Vanessa
    21/03/2018 at 07:48

    Isso foi diretamente para mim .. pois sou desse jeito mesmo me provocar de tudo só pelo medo das pessoas falarem coisas que meagoam trabalho com o que não gosto só pelo fato de me provar do contato com tudo e ainda assim tem umas pessoas que me chamam de surda aí como isso dói.. graças a Deus logo vou pegar meu aparelho e vou dar a volta por cima chega de sofrer pelas palavras alheias pois eles não sabem nem a metade do que é passar por isso.. eu vou sim correr atrás de outra coisa e fazer algo que me faca feliz..

    Reply
    • Suellen Araújo da Silva
      06/04/2018 at 01:54

      De onde vc é?
      Qtos anos?
      Comecei a usar aparelho agora tbm

      Reply
  • João P.
    07/03/2018 at 12:51

    Bom dia, Paula.

    Concordo em tudo o que você disse e vou maia longe: a todos vocês, peço que não permitam que a deficiência seja um obstáculo pela perseguição á excelência profissional.

    Antigamente, eu me via fracassado por ser D.A, hoje penso o contrário, sei que sou capaz de realizar coisas que antes não imaginava devido a esse pormenor detalhe.

    E assim, ganho respeito dos colegas e supervisores que percebem o meu esforço para trabalhar com eficiência, sem que a deficiência seja um entrave.

    Só para enfatizar ainda mais, não dêem uma de coitados, pois sei que vocês são muito capazes de realizar grandes feitos, apenas ponham a “cachola” para trabalhar de que a sua luta profissional é por você mesmo e de nada mais ninguém.

    Saudações a todos conterrâneos!

    Reply
  • izabel
    06/03/2018 at 01:53

    Talvez minha pergunta seja boba rsrsrs
    Mais tenho que colocar no currículo que sou deficiente auditiva?
    Tudo isso ainda é novo pra mim, assim como a aceitação.
    Amo meu aparelho sem ele me sinto literalmente nua, correndo atrás pra conseguir o segundo.

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